domingo, 12 de maio de 2013

SUBTERFÚGIO

Quando a vida me arrocha, impertinente, e sitia as muralhas do meu siso, ligo o computador, me virtualizo e, na asa da Internet, sigo em frente.

Mãos no teclado, rápido e indiviso, redigito o meu ser inteligente, e, astronauta de um orbi inexistente nas cabriolas que traço, então deslizo.

Compelido a girar, não me governo.

Já não sei distinguir o Céu, do Inferno, nem adivinho as dimensões que invado.

E, ao premir os botões do devaneio, metafisicamente frio e feio, sou apenas um texto inacabado...

(Poema de Sávio Soares de Souza  12-01-2013)