A LINGUAGEM POÉTICA
Nem só de poemas vive um homem ou um poeta
Eu também vivo
de sonhos e de absurdos

Te amar foi um deles
A linguagem poética pode sim transformar a tua realidade
Mas ler poemas é como procurar uma pepita de ouro num garimpo
A criatividade é um dos temperos da poesia
A linguagem poética é uma linguagem sem compromisso com a realidade objetiva e absoluta
Podemos dizer que a linguagem poética é uma comunicação singela e nobre que fala mais ao coração do que à razão
Na leitura de algum poeta, ou escutando letras de música, vivemos momentos em que as palavras adquirem uma força incomum
“A sensação provocada pelo contato com a natureza, uma situação cotidiana, ou o convívio de alguém, tem um sabor diferente para cada um de nós e,se fossemos escrever sobre isso, nunca dois indivíduos usariam as mesmas palavras”
(Paixão, 1983 p.7-8)
O poeta se deixa envolver por sentimentos e, por meio deles, concebe imagens que podem parecer alucinatórias
O que importa para ele, no momento da criação não é simplesmente a veracidade dos fatos
Importa sim, que esteja conseguindo escrever aquilo que sente
Que suas palavras transmitam sua visão de mundo, seja ela qual for e mostrando seu confronto com a vida
Os poetas são considerados pessoas tão sensíveis e visionárias que,
muitas vezes suas criações literárias podem ser confundidas com insanidade
A linguagem desconexa é um caminho que o poeta encontra para ironizar estruturas pré-estabelecidas. É uma maneira de “escrever certo por linhas tortas”
Osho diz que um poeta é um místico. Eu também acho isso. Existe alguém mais místico do que o poeta Fernando Pessoa?
Os delírios e devaneios também habitam o imaginário do poeta reforçando a suposta falta de nexo em seus textos
Marquês de Sade, ao se ver preso num calabouço e, depois de um tempo, ao lhe ser negado materiais que possibilitassem-no de escrever, fez uso do próprio sangue para deixar expostas naquelas pútridas paredes a sua linguagem completamente poética
Isso prova que a linguagem poética transcende situações e circunstâncias registrando realidades e experiências diferentes em cada meio que é desenvolvida como podemos ver num dos poemas mais conhecidos de Manuel Bandeira intitulado Pasárgada, onde em um trecho diz:
“Vou-me embora pra Pasárgada / lá sou amigo do rei/ Lá tenho a mulher que quero / na cama que escolherei”
Isso coloca o poeta num tempo e em uma realidade diferente, onde ele consegue realizar seus sonhos
Da minha experiência poética
Conclui
que:
É MAIS FÁCIL UM “BURRO” COMPREENDER UM POEMA
DO QUE ESSAS PESSOAS SABIDOS INTELECTUAIS DE M*
A pior coisa para mim é ter que explicar um poema ou um texto meu
O poeta Quintana diz que se alguém não entendeu um poema, um dos dois é burro, o leitor ou o poeta
Eu concordo com Quintana, e digo mais: aqui não há a possibilidade dos dois serem "burros". Só um.
Vocês poderiam argumentar: "PC, mas você não é um poeta." É verdade, mas vocês também não são o que pensam que são e não sabem o que pensam que sabem. Então...