domingo, 23 de fevereiro de 2014

SE TORNE O VAZIO DA TUA XÍCARA



Esvazia a tua xícara meu irmão, minha irmã
Esvazia tua xícara cheia de “conhecimentos”e informação
Rosacruz, templários, sannyas, ucem, maçonaria...
Para onde isso te levou? O que ficou é teu
Porque isso pode ter inflado o teu centro intelectual
Mas esvaziou os outros centros, o emocional, o sexual
E o desequilíbrio é visível e pode ser fatal
De que adianta essa tua xícara tão cheia
E um coração tão vazio de sentimentos
De sensibilidade
Você se quer consegue sentir a fragrância de um poema
De um corpo de mulher, de uma flor
Você olha para um animal e só consegue ver um animal
Esvazia tua xícara, transbordando de arrogância, soberba e prepotência
Não se esconda por detrás do teu silêncio
Porque os cegos e os poetas podem ver no escuro
Enquanto você engatinhava nesses mistérios ocultos
Eu já visitava os recintos sagrados
E comprei meu ingresso com meu sangue e com minha dor
Dor que trago comigo até hoje
O poeta foi ao inferno e voltou
Eu quebrei a minha xícara quando ela começou a transbordar
E sujou a minha alma de orgulho e vaidades
Esvazia a tua xícara, antes que seja tarde
Esvazia tua xícara e se torne esse vazio
Que o vazio se tornou
Deixe as coisas do mundo para quem é do mundo

© 23-02-2014  -  Paulo Cesar de Oliveira