Esvazia a tua xícara meu irmão, minha
irmã
Esvazia tua xícara cheia de “conhecimentos”e
informação
Rosacruz, templários, sannyas, ucem, maçonaria...
Para onde isso te levou? O que ficou é
teu
Porque isso pode ter inflado o teu
centro intelectual
Mas esvaziou os outros centros, o
emocional, o sexual
E o desequilíbrio é visível e pode ser
fatal
De que adianta essa tua xícara tão cheia
E um coração tão vazio de sentimentos
De sensibilidade
Você se quer consegue sentir a fragrância
de um poema
De um corpo de mulher, de uma flor
Você olha para um animal e só consegue
ver um animal
Esvazia tua xícara, transbordando de arrogância,
soberba e prepotência
Não se esconda por detrás do teu silêncio
Porque os cegos e os poetas podem ver no
escuro
Enquanto você engatinhava nesses mistérios
ocultos
Eu já visitava os recintos sagrados
E comprei meu ingresso com meu
sangue e com minha dor
Dor que trago comigo até hoje
O poeta foi ao inferno e voltou
Eu quebrei a minha xícara quando
ela começou a transbordar
E sujou a minha alma de orgulho e
vaidades
Esvazia a tua xícara, antes que
seja tarde
Esvazia tua xícara e se torne esse
vazio
Que o vazio se tornou
Deixe as coisas do mundo para
quem é do mundo