LÚCIA,
Eu posso compreender o que eu digo
E não é porque sou eu quem digo
Pois sequer sei quem sou
Mas não posso explicar aquilo que não pode ser explicado
A diferença é sutil
E percebida por muito poucos
Que diante da incapacidade e dessa impossibilidade
Me julgam louco ou algo parecido
Que bela loucura sã
Também não se trata de ser inteligente ou diferente
Mas acima de tudo de sensibilidade
Normalmente meus escritos e poemas são inspirados em alguém
Ou alguma coisa
Que omito o nome
Mas esse é para você Lúcia
Você se acostumou demais com o comum, o popular e o vulgar
De tudo que eu sei e de tanto que não sei
Muito pouco posso te explicar
Mas você não é a única Lúcia que existe e conheço
Não use o nome de Deus com tanta hipocrisia
Mesmo porque Deus não tem nome
Para chegar a Deus
Você primeiro tem que passar pelas crianças
e pelos poetas
Mas isso não acredito que você também compreenda
Sim, nem todas se chamam Lúcia
Mas nesse momento é como se chamassem
Se você quer o comum e popular
Isso você já tem
Mas se você quer algo diferente
Precisa olhar as coisas e as pessoas com outros olhos
A diferença, Lúcias...Está nos olhos da mente
Se digo que sou um bruxo
Vocês não querem saber das minhas razões e das minhas outras vidas
Já acendem a fogueira para me queimar
Por isso que nunca posso continuar
(Paulo Cesar de Oliveira)