O tema principal desse texto é justamente uma coisa de que
falo muito, a ilusão desse mundo. Cito a palavra ilusão muitas vezes nos meus
poemas e escritos.
Mas antes de entrar no texto propriamente gostaria de
mencionar que nos dias de hoje, a física quântica pode efetivamente provar
que a cadeira na você está sentado, ou a
cama na qual você está deitado, enquanto lê este blog, não é “real”. Todos os
objetos físicos são amálgamas muito instáveis de átomos que na verdade desafiam
as restrições do espaço. Nossa consciência determina que eles sejam sólidos. A
ciência já provou para si mesma que as expectativas do observador efetivamente
influenciam o resultado “objetivo” da experiência.
Agora vamos falar de Matrix.
Não é a primeira vez que falo do filme Matrix aqui no meu
blog. Esse filme foi um marco na indústria do cinema mundial, dominada pelos
EUA.
Matrix é um filme metafísico de ação e suspense
brilhantemente concebido e elaborado. Superficialmente, é um mais um filme de
ação de ritmo acelerado e repleto de efeitos visuais. Mas debaixo da
superfície, está presente uma mensagem metafísica de tirar o folego, quase sem
precedentes nas grandes produções de orçamentos milionários de Hollywood.
Esse filme pede nada menos que o expectador aceite o conceito
que a vida que estão vivendo não é real. A essência de Matrix é que estamos
vivendo uma ilusão, que toda a estrutura da nossa vida cotidiana é uma ilusão
elaboradamente construída.
Para mim isso não é nenhuma surpresa, ou seja, o fato que
vivemos uma ilusão. Quem acompanha meus poemas aqui e alguns textos sabe que a
palavra ilusão é empregada por mim diversas vezes. Perdi a conta de quantas
vezes já disse que esse mundo é uma ilusão. Pois é, Matrix também diz isso, só
que eu venho dizendo antes do aparecimento do filme, simplesmente porque sou um
estudante do UCEM desde 2001 e desde essa época me convenci que o mundo que
vivemos é uma ilusão.
Mas a descoberta da mensagem espiritual subjacente foi
deixada para a plateia, e isso é ótimo. O filme foi produzido, e o recado está
lá: a realidade é subjetiva, não objetiva.
Neo, o personagem principal, interpretado por Keanu Reeves, é
um homem que busca algo que não consegue identificar (esse cara está parecendo
comigo). Não sabe por que anseia tanto por encontrar Morpheus,
interpretado por Laurence Fishburne, mas
está obcecado pela busca.
Quando Morpheus, efetivamente entra em contato com Neo, e os
dois se encontram, descobrimos que Matrix “está à nossa volta, que ela é a
venda que foi colocada sobre nossos olhos para nos deixar cegos diante da
verdade. Estamos vivendo aprisionados em nossa própria mente. A Matrix não pode
ser descrita por outras pessoas. Precisamos vê-la por nós mesmos”.
Cara! Desculpe-me, leitores e leitoras, me empolguei, isso é
a nossa própria vida, e a vida dos seres humanos nesse planeta e que
muitíssimos poucos percebem. Isso é o Brasil. Isso é o mundo, é esse planeta.
Nós somos a Matrix! Nós estamos dentro da Matrix. A Matrix é aqui. Ainda não
perceberam isso não? As vendas nos olhos estão aí, bilhões de vendas, de todos
os tipos, tamanhos, cores, formatos...E o pior, só você pode perceber isso. E a
multidão, o povão não percebe, só os loucos e os poetas, sabem, conhecem a
ilusão do mundo, e agora os cientistas e os metafísicos estão, finalmente,
confirmando os poetas e os loucos.
Continuando a contar mais um pouco da essência do filme. Neo,
acredita que está vivendo em 1999, mas na verdade ele se encontra pelos menos
uns 200 anos adiante. Nesse ínterim, a humanidade desenvolveu uma forma
avançada de inteligência artificial que posteriormente gerou uma raça de
máquinas cuja existência, segundo pensávamos, dependia da energia solar. Essas
máquinas começam a dominar o mundo, e os humanos julgando possuir a resposta
para eliminá-las começam a incendiar o céu, para desligar seu poder. Sem se
deixar intimidar, as máquinas descobriram uma maneira de extrair energia do
nosso corpo e também conseguiram desenvolver seus próprios seres humanos.
Leitores, eu consigo enxergar tanta mensagens espirituais
subjacentes nessa história. Eu consigo ligar isso a tanta coisa. Bem mais vamos
concluir isso.
Matrix questiona a natureza da realidade. O QUE É REAL? Essa
é a mensagem crucial do filme. Nós simplesmente, não temos como saber.
Quando Neo é, por fim, conduzido à Matrix, descobre que a
vida que percebia nada mais era do que um programa elaboradamente concebido
(parece até o grande amor da nossa vida, né mesmo). A Matrix não é o “mundo
real”. O mundo real é algo completamente diferente. Máquinas conscientes vão em
busca daqueles humanos que descobrem o segredo (são poucos heim) e estão
procurando a localização da única “cidade real” que resta. Ela se chama “Zion”
e está situada no núcleo da Terra.
O restante do filme gira em torno da lenta compreensão de Neo
do que ele é “o” destinado a salvar a humanidade. Profetizado por um oráculo,
ele é a reencarnação do primeiro homem
que começou a descobrir a verdade sobre Matrix. Assim, também há um messias
nesse novo mundo.
Mas o importante é a mensagem poderosa e um fascinante avanço
do cinema: O FILME FAZ A AUDIÊNCIA QUESTIONAR A NATUREZA DO QUE CHAMAMOS
REALIDADE.
Nós somos a “MATRIX”.
(© 30-08-2013 – Paulo Cesar de Oliveira)