Não
escrevo com a expectativa que me compreendas
Mas,
gostaria que compreendesse aquilo que não escrevo
E
se não escrevo é porque não sei como dizer-te
Para
escrever é preciso fugir da norma e entrar um pouco na loucura
Há
muitas coisas que percebo que não sou
Mas
dizer exatamente o que sou, eu não consigo
O
sábio lê livros, mas lê principalmente a vida
Quanto
mais leio mais ignorante fico
Há
um conflito: tenho que escolher
Entre
a inocência que não lê e a ignorância que lê muito
Quando
você leu muito, é natural que você passe a escrever
Mas
escrever sobre o quê?
Se
todas as palavras não podem definir nem explicar
Como
posso escrever sobre o amor, sobre Deus ou
Simplesmente
sobre quem sou e o que penso
Se
penso tanto, que chego a enlouquecer só de pensar
Eu
posso inventar coisas e escrever
Mas
não posso discutir a moralidade e a verdade do que escrevo
Escrever
para mim é tão somente uma maneira de converter meus sentimentos em palavras
Não
me cabe interpretar ou analisar aquilo que escrevo
Para
isso há os leitores
Com
suas lógicas, razões e coerências
(©
02.03.2013 – Paulo Cesar de Oliveira)