segunda-feira, 11 de março de 2013

A REALIDADE DO QUE SOU

Não sei quantas vezes morri nessa vida atual
Perdi a conta
Nos últimos anos tenho morrido mais rapidamente do que meu corpo físico
Morro toda vez que vejo o ego agir no ser humano
O ego agressivo, irado, manifestando ódio, raiva, egoísmo, orgulho, vaidade, avareza, 
ganância, orgulho e toda sua coleção de venenos
Morro toda vez que olho para o mundo, quando ligo a tv
Morro de saudades de você

Uma vez ouvi uma pessoa me dizer que não era virtual
E não era mesmo, era muito linda para ser apenas virtual
Eu também não sou virtual
Resta saber se sou real
Pois, para saber se sou real, eu precisaria conhecer a realidade como ela realmente é
E não como a imagino, como a percebo, de várias formas
Isso me leva a concluir que também não sou real

E se não sou virtual, nem real
O que eu sou?
Penso que sou aquele que foi sem nunca ter sido
Sou aquele que vocês acham que sou
E, se não acham nada
Então, eu não sou nada
Mas, se acham que sou alguma coisa,
Me torno o que acham que sou

Algumas vezes penso que sou poeta
E escrevo coisas que me dizem as pessoas que não compreendem o que escrevo
Mas algumas vezes me sinto mesmo é poesia
E já não sei mais onde começa e onde termina o poeta, o poema e a poesia
Mar, onda ou maresia

Já me senti como se fosse o mar
Mas muitas vezes, ondas apenas, levadas a praia 
Uma parte se dissolveu em espumas, outra retornou ao mar
Houve um tempo que percebi que já não era mais eu
Foi quando te amava e deixei de ser eu para ser você
Mas isso já faz algum tempo
Mas ainda parece que foi ontem

(10.03.2013 - Paulo Cesar de Oliveira)