A música, a poesia e
o vinho tinto me embriagam
Enquanto penso no tempo que me resta
Mas não há nenhuma pressa
Pela janela do meu quarto
Vejo essa gente e os automóveis que passam
Como formigas carregando sonhos em vez de folhas
As pessoas estão tristes ou sou apenas eu?
Elas fazem barulhos, mas eu quero o silêncio
Há muita tristeza nos teus olhos meu amor
Ao mesmo tempo que há tanta vida contida
Além da dúvida e do medo
Há tanta ilusão lá fora
Que quando saio volto correndo
Para dentro de mim
Meus amigos são amigos de ninguém
Meus amores foram amores perdidos
E meus sonhos me acordam todos os dias
Estou só na cidade super povoada
E do medo que os dominam
Buscam rotas de fuga
Como um bando de pombos em revoada
Se escondem nos bares, nos shoppings,
nas igrejas e templos
Ou na internet
Não tenho comunicação real com as pessoas
Minhas palavras escritas tem sido meu grito de alerta
Ou talvez de desespero
Vejo tanta solidão na multidão
Jogo palavras ao vento
Como quem joga mensagens em garrafas
Que se quebrarão num rochedo qualquer
Ou no coração de pedra de uma mulher
Afinal, sou uma ilha cercada de gente
Essa chuva lá fora, esse vinho e essa música
Me deixam tão sentimental
Que às vezes até penso que tudo isso é real
(©07.06.2012 -
Paulo Cesar de Oliveira)