quarta-feira, 20 de junho de 2012

JOGANDO POEMAS NA ESTRADA


Quem sou eu além do que fiz de mim
Passageiro em um mundo infeliz
Jogando poemas na estrada
Para marcar meu caminho de volta
Buscando amor e compreensão
Como se nada soubesse de toda essa ilusão

Onde estarei indo nessa direção
Sem mapa, bússola ou razão
Seguindo apenas os anseios do coração
Moço demais para desistir
Velho demais para tanto insistir

O que levo eu nessa mochila vazia
Além da fé e da esperança
De encontrar um porto seguro
Onde possa me atracar
Como um velho navio
Tantas vezes jogado ao revolto mar

Até quando terei de escrever cartas de amor
E jogá-las em garrafas
Num mar imenso e vazio
Que hoje se chama internet
E morar nos porões da minha própria solidão
Peregrino sem destino
Cavaleiro solitário
Aprendiz e sonhador

Guiado apenas pelo farol de um amor
Difícil de viver, impossível de descrever
Imortal por não morrer
Escrevo como se nada mais tivesse que fazer

Ecrevo para você não me ler
Pois é evidente que você não entende o que lhe digo
Mas eu preciso marcar o nosso caminho


(©20.06.2012  -  Paulo Cesar de Oliveira)