segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Tudo é mente

"Para aquele que conquistou a mente,
a mente é o melhor dos amigos;
Mas para quem fracassou nesse empreendimento,
sua mente continuará sendo seu maior inimigo"

(Bhagavad-gita 6.6)

domingo, 17 de outubro de 2010

"Põe a tua mão
Sobre o meu cabelo...
Tudo é ilusão.
Sonhar é sabê-lo"

(Fernando Pessoa)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

PORQUE ESCREVO

"Comecei a escrever no momento em que percebi que só pensar não me satisfazia. Precisava transbordar todo aquele pensamento que só ao meu universo de idéias pertencia. Hoje, escrevo por pura necessidade, por irresistível vício e por agradável teimosia."

(Cláudia Pinelli Rêgo)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pai e FIlhos (08.08.2010)


"Me diz, por que que o céu é azul

Explica a grande fúria do mundo

São meus filhos

Que tomam conta de mim..."

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Você foi a última das minhas paixões

Novamente acordo na madrugada e
meus pensamentos ainda te buscam.
Alguns anos se passaram e isso ainda acontece.

Você foi a última das minhas paixões.

O tempo deixou meus cabelos mais brancos,
acentuou minha barriga,
Mas também amoleceu e moldou meu coração.
Conheci o valor do perdão, da temperança e da gratidão.

Hoje não poderia mais me apaixonar por você,
Pois não me reconheço mais.
Me tornei apaixonadamente desapaixonado.

Durante esse tempo de separação,
Busquei em outros corpos te esquecer.
Mas você continuou sendo a última das minhas paixões.

Não se pode amar a mesma mulher duas vezes,
Assim como não se pode pisar o mesmo rio duas vezes.

Já não sou mas aquele rio que transbordou de paixão,
E meus pés ficaram cansados do caminho de volta.

Voltei para dentro de mim numa longa estrada,
E descobri um novo amor.
Mas como no primeiro amor,
Ainda não consegui te esquecer.

Afinal, você foi a última das minhas paixões.


(Paulo Cesar de Oliveira, 29.07.2010)

domingo, 11 de julho de 2010

A BUSCA ESPIRITUAL


"Quando um homem chega ao ponto em que toda a sua vida externa desfaz-se, dissolve-se em tragédia ou calamidade, chega também ao ponto em que a busca é tudo o que lhe resta. Mas ele pode não perceber essa verdade. Ele pode perder sua oportunidade. Conscientemente ou não, ele diz a si mesmo, em certo sentido: "Sozinho, por mim mesmo, não posso suportar este destino adverso. Preciso procurar ajuda e conforto fora de mim." Ele vai então a outro homem ou a uma instituição, mas, no final, tem de ir a Deus.

Pode chegar uma hora em que o homem se canse de todos os círculos sociais, da incessante e indigna competição profissional e do mundo dos negócios, e deseje afastar-se de tudo isso - uma hora em que ele comece a ver através das futilidades, superficialidades e estupidez que lhes são próprias.

A primeira manifestação desse senso de futilidade (na vida mais profunda do coração) pode passar despercebida e ignorada. Mas voltará outras vezes, cada vez com mais freqüência, até que o estado insatisfatório de uma vida totalmente materialista, a transitoriedade de uma felicidade meramente terrena sejam reconhecidos e aceitos.

Com essa fase negativa, começa a vida interior do homem moderno. Não mais está satisfeito em ser um graveto arrastado pelo rio das circunstâncias.

É o caráter que herdou de vidas terrenas passadas que o torna suscetível aos anseios espirituais e o atrai para ensinamentos místicos desse tipo. Se mudanças nas circunstâncias ou no ambiente, novos contatos com homens vivos ou com livros impressos parecem ser responsáveis, isto é apenas porque tendências de "ação retardada" já existiam, mas precisavam dessas mudanças externas para oderem manifestar-se.. É uma tradição nos círculos místicos que todos os que sentiram alguma vez a verdade, o poder ou a beleza do ensinamento místico, mesmo que por breve momento, não são capazes de evitar serem atraídos um dia para a sua conseqüência prática, a Busca, por mais que o protelem.

Dê boas vindas à verdade em qualquer horizonte em que ela apareça, procure-a nas quatro direções, sem deixar de ir a nenhuma. Em qualquer lugar onde você encontrar a verdade, seja qual for o nome com que esteja rotulada, aceite-a. Em seus esforços por uma vida melhor, ele deve aceitar de boa vontade a ajuda que lhe vem de qualquer fonte correta.

Nenhum caminho único leva, por si só, à verdade total. Aprenda algumas das verdades básicas que cada sistema contém sem se identificar com o próprio sistema. Mantenha a mente aberta e livre para adquirir idéias e práticas valiosas de outras culturas, e evite a atitude fechada, sectária. Aceite, de todos os ensinamentos, tudo o que tenha valor para você pessoalmente, em seu atual estado mental, e descarte o resto.

Esse é o caminho eclético, melhor que o caminho mais comum, que é entrar numa prisão doutrinária única e permanecer nela. Hesite muito antes de se comprometer a ingressar nesta ou naquela organização. Lembre-se de que existem vários aspectos da verdade, e de que pode valer a pena manter-se livre para aprender alguma coisa desses outros aspectos.

Recomendo sempre aqueles que se sentem fortes o bastante para isso, que evitem entrar em alguma organização, que mantenham sua liberdade, enquanto ao mesmo tempo estudam as doutrinas de quaisquer que sejam as organizações que lhes interessem, de quaisquer que sejam as religiões que lhes chamem a atenção. Essa liberdade torna-os capazes de ter vista para todos os lugares, de estudar de tudo, de questionar corajosamente, de manter a amplitude de visão, a profundeza de pensamento. Só essa independência pode alcançar o novo sem perder o quem valor no velho; todos os outros caminhos são comprometidos, limitados, cativos.

Nenhum homem chega ao conhecimento da sua divindade por intermédio de uma multidão de outros homens. Nenhuma entidade humana pode descobrir sua própria relação com Deus por intermédio de algum método grupal. O caminho para a consciência espiritual é inteiramente individual, essencialmente solitário, inescapavelmente interior. Ou seja: é místico. À medida que a religião é bem-sucedida em mostrar o caminho, deixa de ser religião e transforma-se ou melhor, consuma-se a si mesma, no misticismo.

Um homem e um Deus são toda a organização requerida. Mais é supérfluo. O aspirante que preza seu caminho independente e pensamento individual não pode adequar-se confortavelmente a um grupo em que todos devem ser moldados da mesma forma. Ele deve aprender a pensar por si mesmo e a praticar o discernimento por si mesmo, se quiser encontrar seu caminho para a verdade”.


(Do livro "Práticas para a Busca Espiritual - Relax e Solitude, Paul Brunton.")



sexta-feira, 2 de julho de 2010

E EU SOU POETA E PENSADOR!


Era uma criança...

Era uma criança pobre a passar

Tão pequena, e um seu olhar

Pousou em mim, pousou em vão,

Porque eu ia passando, pensando,

Em grandes coisas meditando;

Deixara em casa o coração.

Mas depois acordei, e vi

Que não sentia, que não sentia.

Eu creio em Deus e em Cristo, mas não

Tive ali o meu coração.

Porque é que eu penso tanto e ando Alheio a quanto vai passando

No mundo, e é criança até?

Porque é que eu tenho esperança e fé?

E não sou nada do que sou?

Porque é que a criança passou

Sem que eu sequer a olhasse bem?

Meu coração não é ninguém!

Ah, o crime de não ter sentido

Naquele olhar pobre e pedido

Para os meus olhos sua dor!

E eu sou poeta e pensador!


(Fernando Pessoa)

domingo, 20 de junho de 2010

"Existem de fato mentes inquiridoras, que anseiam pela unidade do coração, que a buscam, empenham-se para resolver os problemas colocados pela vida, tentam penetrar na essência das coisas e dos fenômenos e adentrar em si mesmos. Se um homem raciocina e pensa de forma mais consistente, independentemente do caminho que ele siga na solução desses problemas, ele deve inevitavelmente regressar a si mesmo, e começar com a solução do problema do que ele mesmo é e qual o seu lugar no mundo a sua volta."

(G.I.Gurdjieff)

domingo, 13 de junho de 2010

QUEM SONHA MAIS?

Quem sonha mais, vais me dizer
Aquele que vê o mundo acertado
Ou o que em sonhos se foi perder?

O que é verdadeiro? O que mais será.
A mentira que há na realidade
Ou a mentira que em sonhos está?

Quem está da verdade mais distanciado?
Aquele que em sombra vê a verdade
Ou o que vê o sonho iluminado?

A pessoa que é um bom conviva, ou esta?
Ou aquele que se sente um estranho na festa?

(Alexandre Search)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

ORAÇÃO SILENCIOSA


Em meu coração, eu aceito meu Ser Perfeito. Eu aceito que a alegria que eu quis já está em minha vida. Eu aceito que o Amor que rezei por ter já está dentro de mim. Eu aceito que a paz que pedi já faz parte de minha realidade. Eu aceito que a abundância que procurei já preenche minha vida.

Em minha verdade, eu aceito meu Ser Perfeito. Eu assumo responsabilidade por minhas próprias criações. E todas as coisas que estão dentro de minha vida. Eu reconheço o poder do Espírito Santo que está dentro de mim. E sei que todas as coisas são como devem ser.

Em minha sabedoria, eu aceito meu Ser Perfeito. Minhas lições foram cuidadosamente escolhidas por mim mesmo, e agora eu caminho por elas em completa experiência. Meu caminho me leva em uma jornada sagrada com propósito divino. Minhas experiências se tornam parte de tudo que há.

Em meu conhecimento, eu aceito meu Ser Perfeito. Neste momento, eu me sinto em minha cadeira de ouro, e sei que todos os meus desejos já foram realizados. Em Amor por mim mesmo, eu aceito meu Ser Perfeito. Não faço julgamentos nem ponho fardos sobre mim mesmo.

Eu aceito que tudo em meu passado foi dado em Amor. Eu aceito que tudo neste momento vem Amor. Eu aceito que tudo no meu futuro resultará sempre em Amor maior.

Em meu Ser, eu aceito minha Perfeição.

E assim é.


( De Tobias como canalizado por Geoffrey Hoppe)

sábado, 5 de junho de 2010


"Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim

(...)

Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim

VOU DESCOBRIR
O QUE ME FAZ SENTIR
EU, CAÇADOR DE MIM"


(Milton Nascimento)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

DEUS NÃO TEM NOME

"Tu vives por simbolos, e criaste um nome para todas as coisas que vês. Usa todos os pequenos nomes e símbolos que delineiam o mundo das trevas. Mas não os aceite como realidade. O Espírito Santo usa todos eles, mas não esquece que a Criação só tem um nome, um significado e uma única fonte que une todas as coisas dentro de si mesmo...Deus não tem nome"

(UCEM - Lição 184)

domingo, 30 de maio de 2010

SOMOS SEM CULPA

Somos sem culpa. Nunca, em nenhum momento deixamos de permanecer como Deus nos criou; podemos estar enganados, mas enganos pedem correção e não punição.

Conceitos de culpa, pecado e punição são totalmente alheio à orientação do UCEM. O Curso afirma inequivocadamente que o amor é a nossa única realidade e, “Amor não mata para salvar.” Qualquer religião que enfatiza o medo, a culpa e a separação de Deus está enganda.

Os ensinamentos de Jesus são, essencialmente, relativos a importância fundamental do amor e do perdão.

A religião institucionalizada perdeu de vista a essência daquela mensagem, por sua ênfase na culpa e no corpo de Jesus e não na sua Mente. O corpo é um veículo de comunicação e aprendizado – a fonte da vida é sempre espiritual.

Permanecer como Deus nos criou; significa dizer que permanecemos eternos em espírito e nunca fomos limitados à forma. Quando o corpo não mais está vivo e animado, simplesmente significa que não temos mais uso para ele. Nosso corpo não tem nada a ver com estar vivo ou morto porque nosso corpo não é a nossa verdadeira identidade.

Conforme mudamos esta percepção, ou melhor, conforme mudamos nossas atitudes de medo para amor, de culpa para total aceitação, então o que vemos como o universo limitado e confinado também muda.

(UCEM)

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Não basta ter a certeza...

"Não basta ter a certeza. Não basta não olhar para trás, tal como não basta olhar para a frente. O problema não está aí. O único verdadeiro poeta é o que desdiz ao dizer, ou então o contrário. O poeta é como o místico, tende para o silêncio".

(Pedro Tamen)

terça-feira, 25 de maio de 2010

FERA FERIDA

"Eu andei demais
Não olhei para trás
Era solto em meus passos
Bicho livre, sem rumo
Sem laços!...

Me senti sozinho
Tropeçando em meu caminho
À procura de abrigo
Uma ajuda, um lugar
Um amigo...

Animal ferido
Por instinto decidido
Os meus rastros desfiz
Tentativa infeliz
De esquecer...

Eu sei!
Que flores existiram
Mas que não resistiram
A vendavais constantes
Eu sei!
Que as cicatrizes falam
Mas as palavras calam
O que eu não me esqueci..."

(Roberto Carlos)

domingo, 23 de maio de 2010

"Eu quero a sorte
de um amor tranquilo
com gosto de fruta mordida"

(Caetano Veloso)

sábado, 22 de maio de 2010

TEMPO DE DEPURAÇÃO

Chega um tempo que não se diz mais: meu Deus!
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor!
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se.
Mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És toda certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa, venha a velhice, que é a velhice?

Teus ombros suportam o mundo.
e ele não pesa mais do que a mão de uma criança.

As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios,
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.

Chegou um tempo que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

(Carlos Drummond de Andrade)
"Aonde você está agora
Além de aqui dentro de mim?

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo o tempo todo..."

(Renato Russo)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

ESCREVER

Antes de escrever para ti leitor, é para mim que escrevo. Não para fazer um exercício de auto-contemplação, nem para me libertar de pesos que jamais folgarão tanto as costas como sacos de cimento. Escrevo para mim como quem se interroga, como quem procura construir-se num tempo e num espaço que aprisionam o pensamento. No fundo escrevo para me libertar de mim próprio e do mundo que insiste em querer me educar.
Não se trata de brincadeira caro leitor, muito menos de falta do que fazer. Não te espantes com o que escrevo ou copio aqui, mas prefiro a sinceridade das palavras do que a hipocrisia dos ensaios ou as leituras organizadas pela batuta de um maestro qualquer, não gosto de encenações, decorações.
Não busco concordância do que escrevo, coisas belas, nem coisas de que tão feias se tornam caricaturais.
Escrevo porque preciso exorcizar o monstro em que me transformo ou corro o risco de me transformar se deixar de insistir na insubordinação e na rebeldia. Não posse me curvar, submisso, ao castigo que é a domesticação da vida.
Podes me chamar anarquista ontológico, nomadismo espiritual, que nenhum desses conceitos me comoverá. Não confundo magia com ilusionismo.
Caro leitor, preste atenção, tanta foi a procura que era inevitável o encontro. Entre procurar e encontrar, a tentativa e o erro. Mas entre tantas tentativas ficou uma sensação de ter encontrado motivo para parar de procurar...mero engano leitor, a procura nunca termina.
Não quero para os outros o que não quero para mim. Mas eu não quero para mim muitas das coisas que os outros querem para eles. Isso faz de mim o quê?
"Amar uma pessoa
é uma longa viagem.
É como abrir um mapa
em plena ventania"

(David Rondoni)

terça-feira, 11 de maio de 2010


Hoje quem acordou na minha cama,
hoje quem é que eu sou?
Já é manhã mas esta noite ainda não passou.

Que força tenho quando me tenho só a mim,
de quem mais eu preciso para respirar?
A minha cara faz-me sempre lembrar alguém…
E os meus olhos são de quem?

Eu queria ser como tu.
Eu queria crer como tu.

Eu queria ser como eu
mas dos meus sonhos acorda outro alguém.
Eu queria ser como quem?

Hoje quem acordou na minha carne
e que sonhos roubou
na madrugada de um dia que já passou?

Todo o tempo é tempo de acreditar.
Mas tanto tempo já passou
sem que a fé encontrasse em mim lugar…
(Estava sempre onde eu não queria estar.)

Eu queria ser como tu.
Eu queria crer como tu.

Eu queria ser como eu
mas dos meus sonhos acorda outro alguém.
Eu queria ser como quem?

Hoje quem acordou na minha cama,
hoje quem é que eu sou?
Já estou a pé e o dia ainda nem chegou…

segunda-feira, 10 de maio de 2010

SOBRE O CASAMENTO


Tenho o Mestre dos mestres Jesus como meu Mestre maior, mas gosto muito também do mestre indiano Osho, que nasceu em Madhva Paresh, na Índia, em 1931.


Osho foi um aluno sobredotado e, de 1958 a 1966, foi professor catedrático de Filosofia na Universidade de Jabalpur. Dedicou-se, então, ao estudo da espiritualidade, tendo fundado comunas e retiros de meditação em Poona (Índia) e no Oregon nos EUA. Ensinou e realizou palestras em todo mundo. Faleceu em 1990. É considerado o autor indiano de maior sucesso e o Sunday Times, de Londres, elegeu-o um dos “1000 Construtores do Século XX”.


Oficialmente é autor de mais de 600 livros, mas todos eles são transcrições de suas palestras. Osho acreditava no poder da palavra viva e do diálogo, é o que podemos chamar hoje de “olho no olho”. É um mestre bem polêmico e muito pouco compreendido, mas qual mestre verdadeiro que não é chamado de louco, não é mesmo. Segue abaixo o que Osho diz sobre o casamento:

“O casamento é a instituição mais triste inventada pelo homem. Não é natural; foi inventado para se poder monopolizar a mulher. As mulheres têm vindo a ser tratadas como se fossem uma extensão de terra ou algumas notas bancárias. A mulher foi reduzida a uma coisa.

Lembre-se que se reduzir qualquer ser humano a uma coisa – sem se aperceber, sem ter consciência – estará a reduzir-se também ao mesmo estatuto; caso contrário não poderá comunicar. Para conseguir falar com uma cadeira, você tem de se tornar uma cadeira.

O casamento é contranatural.

Só podemos ter certeza do momento presente, o que temos nas mãos. Todas as promessas para amanhã são mentiras – e o casamento é uma promessa para toda a vida, uma promessa de que ficarão juntos, de que se amarão, de que se respeitarão mutuamente até ao último dia das vossas vidas. (...)

Se der ouvidos à natureza, os seus problemas simplesmente deixarão de existir. O problema é o seguinte: biologicamente os homens sentem-se atraídos pelas mulheres, as mulheres sentem-se atraídas pelos homens, mas a atracção não pode ser a mesma para sempre. (...)

Os amantes não se enganam um ao outro, eles estão a dizer a verdade – mas essa verdade pertence ao momento. quando dois amantes dizem um ao outro: ‘Não consigo viver sem ti’, (...) eles estão a falar a sério. Mas não conhecem a natureza da vida.. (...) À medida que os dias passam começam a sentir-se presos. (...)

Para mim é tudo natural. O que não é natural é unir pessoas em nome da religião, em nome de Deus, para o resto da vida.

Num mundo melhor e mais inteligente, as pessoas sentirão amor, mas não farão contratos. Não é um negócio! Elas compreender-se-ão e compreenderão o fluxo mutável da vida. Serão verdadeiras para com as outras. (...) Não haverá necessidade de casamento, não haverá necessidade de divórcio. Nessa altura, a amizade será possível. (...)

É muito feio o tribunal e a lei estatal interferirem na nossa vida privada – vocês têm de lhes pedir permissão. Quem são eles? É uma questão entre dois indivíduos, é um assunto privado.

Só existirão amigos – não existirão maridos nem mulheres. Claro que se só houver amizade, a paixão nunca se transformará em ódio. No momento em que sentirem a paixão a desaparecer dirão adeus e ambos serão capazes de compreender. Mesmo que seja doloroso, não se pode fazer nada – a vida é assim.

Mas o homem criou as sociedades, as culturas, as civilizações, as regras, os regulamentos e transformou toda a humanidade numa coisa que não é natural. É por isso que os homens e as mulheres não podem ser amigos – o que é uma coisa muito feia; começam a possuir-se uns aos outros...

As pessoas não são coisas, não se pode possuí-las. (...) Nenhuma mulher é propriedade de ninguém, nenhum marido é propriedade de ninguém. Que tipo de mundo é que vocês criaram? As pessoas foram reduzidas a propriedades; e depois surge o ciúme, o ódio. (...)

Por isso, este é o conselho de despedida que te dou: nunca tentes agarrar-te a uma pessoa para o resto da tua vida. (...)

O amor não é uma paixão, não é uma emoção. O amor é um entendimento muito profundo de que de alguma forma alguém o completa. (...) A presença do outro melhora a sua presença. O amor dá-lhe liberdade para ser você mesmo; não é sentimento de posse.”


Osho, o livro da Mulher (Sobre o Poder do Feminino)

(Paulo Cesar de Oliveira, 10.05.2010)

domingo, 2 de maio de 2010

PACIÊNCIA

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo

Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando

Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede

Um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

Será que é tempo

Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede

Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

A vida não pára...

(Paciência - Lenine - Composição: Lenine e Dudu Falcão)

sexta-feira, 30 de abril de 2010

FLORES EM VOCÊ

"Nesta vida passageira,
Eu sou eu,
Você é você.
Isso é o que mais me agrada.
Isso é o que me faz dizer.
Que vejo flores em você.

Quero viver meu presente,
e esquecer o passado..."

(Ira)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Andei por ai
Pra saber quem eu sou
Do bem ou do mal.
Fiz amor com você.
Ainda faço.
Mas você não me viu.
Mas eu ainda te toco.
Mesmo que só em pensamentos.

( © Paulo Cesar de Oliveira, 2010 )

DESCOBRI QUE MEU CORAÇÃO NÃO ME PERTENCE MAIS

Já tinha algum tempo que não fazia um poeminha. Que tal esse aí embaixo:

Descobri que meu coração não me pertence mais.
Talvez nunca tenha me pertencido.
Amo e sou amado dentro de um sonho perfeito.
Vivendo num mundo imperfeito.
Sim, uma grande ilusão.
Porém nem por isso menos belo e maravilhoso.

Se eu te amasse de verdade,
E você a mim.
Eu não estaria aqui agora.
Estaria com você,
Simplesmente te amando.

Mas o sonho sempre volta.
Como o sol que nasce todos os dias,
Embora nem sempre possa ser visto.
Como um novo dia.
Uma nova ilusão.
Um novo amor.
Uma nova paixão.

Como o rio que se vai,
Eu fico aqui.
Ainda com os olhos molhados,
Esperando desaguar num mar.
Num encontro das águas.
Meu rio de paixão,
Em um mar de amor.
Doce ilsuão!


© Paulo Cesar de Oliveira, 28.04.2010

terça-feira, 20 de abril de 2010

A CANÇÃO ESQUECIDA


"Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento. Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.."
(Clarice Lispector)
Os cegos se acostumam a seu mundo por meio de seus ajusta­mentos a ele. Pensam que conhecem o seu caminho dentro dele. Eles o aprenderam não através de lições alegres, mas devido à dura necessidade de limites que acreditaram não serem capazes de superar. E ainda acreditando nisso, gostam dessas lições e prendem-se a elas porque não podem ver. Não compreendem que essas lições os mantêm cegos. Nisso eles não acreditam. E assim mantêm o mundo que aprenderam a “ver” em suas imaginações, acreditando que a sua escolha é essa ou nenhuma. Eles odeiam o mundo que aprenderam através da dor. E pensam que todas as coisas que estão nesse mundo servem para lembrá-los de que são incompletos e amargamente destituídos.
Assim definem as suas vidas e onde vivem, ajustando-se a elas como pensam que devem, com medo de perder o pouco que possuem. E assim é com todos os que vêem o corpo como tudo o que têm e tudo o que os seus irmãos têm. Eles tentam alcançar uns aos outros e falham e falham outra vez. E ajustam-se à solidão, acreditando que manter o corpo é salvar o pouco que têm. Escuta e tenta pensar se te lembras do que vamos falar agora.
Escuta, talvez possas captar um indício de um estado antigo, não totalmente esquecido; vago talvez, mas não completamente estranho, como uma canção cujo nome há muito foi esquecido e as circunstâncias nas quais a ouviste estão completamente apaga­das. Nem toda a canção ficou em ti, mas apenas um pequeno trecho da melodia, sem ligação com qualquer pessoa ou local ou com qualquer coisa em particular. Mas te lembras, apenas a partir deste pequeno trecho, como era bela a canção, como era maravilhoso o cenário em que a ouviste e como amavas aqueles que ali estavam e escutaram contigo.

As notas nada são. No entanto, tu as mantiveste contigo, não por elas mesmas, mas como uma suave lembrança de algo que te faria chorar se te lembrasses como te foi caro. Poderias lembrar-te, mas tens medo, acreditando que perderias o mundo que aprendeste desde então. E apesar disso, sabes que nada no mundo que aprendeste tem nem sequer a metade do valor daquilo para ti. Ouve e vê se te lembras de uma canção antiga que conheceste há muito tempo e da qual gostaste mais do que de qualquer melodia que tenhas ensinado a ti mesmo a apreciar desde então.

Além do corpo, além do sol e das estrelas, além de todas as coisas que vês e ainda assim de algum modo familiar, está um arco de luz dourada que, à medida que olhas, se alonga em um grande círculo brilhante. E todo o círculo se enche de luz diante dos teus olhos. Os contornos do círculo desaparecem e o que há dentro já não está mais contido em nada. A luz se expande e cobre todas as coisas, estendendo-se até à infinidade, para sempre brilhante e sem nenhuma ruptura ou limite em parte alguma. Dentro dela tudo está unido em perfeita continuidade. E nem é possível imaginar que qualquer coisa pudesse estar fora, pois não há lugar algum onde essa luz não esteja.

Essa é a visão do Filho de Deus, a quem conheces bem. Aqui está o que vê aquele que conhece o seu Pai. Aqui está a memória do que tu és: uma parte disso, com tudo isso dentro de ti e unido a tudo com a mesma certeza com que tudo está unido em ti. Aceita a visão que pode te mostrar isso e não o corpo. Conheces a antiga canção e a conheces bem. Nada jamais te será tão caro como esse antigo hino de amor que o Filho de Deus ainda canta a seu Pai.
E agora os cegos podem ver, pois a mesma canção que cantam em honra ao seu Criador glorifica também a eles. A cegueira que fizeram não será capaz de resistir à memória dessa canção. E contemplarão a visão do Filho de Deus, lembrando-se quem é aquele a respeito do qual estão cantando. O que é um milagre senão essa lembrança? E existe alguém em quem essa memória não esteja?
A luz em um só desperta a luz em todos. E quando a vês em teu irmão, tu estás te lembrando por todos.
(Um Curso em Milagres, trecho do texto "A Canção Esquecida")

sábado, 17 de abril de 2010

O DIA QUE MINHAS TORRES GÊMEAS CAÍRAM


Cheguei a conclusão que a única verdade que temos é a nossa experiência particularmente vivida, tudo o mais, sejam crenças, religiões, preferências políticas partidárias, times de futebol, etc..., são adquiridas de terceiros. Vou contar uma história que aconteceu comigo e tornou-se uma experiência para mim e uma verdade.

No ano de 2001, precisamente no dia 11 de setembro de 2001, eu estava dentro de um ônibus urbano na minha cidade do Rio de Janeiro a caminho de um encontro com uma pessoa que não conhecia pessoalmente, mas que havia falado com ela e marcado aquele encontro no dia anterior por telefone. Era uma senhora, naquela época com cerca de 65 anos. Ela ia me apresentar um ensinamento, digamos espiritual, chamado "Um Curso Em Milagres".

Eu havia ouvido falar desse livro (trata-se de um livro, ditado por Jesus a partir de 1962 para a médica americana Helen Shucman) através de uma amiga que tinha assistido uma palestra em Niterói-RJ e me dado um pequeno livrinho resumo do assunto que me encantou e me interessou muito, pois entre outras coisas, li ali coisas que nunca havia lido antes na minha busca. Interessante, pois me lembro que comecei a ler o pequeno livrinho resumo numa feira de exposições de artesanato e esoterismo num famoso colégio em Niterói chamado Instituto Abel. Ali estava eu, sentado ao lado da minha amiga na sua barraca de exposição na feira.

Mas voltando ao meu encontro com a Maria Thereza no Rio alguns dias depois de ter lido o livrinho. Quando eu estava dentro do ônibus, quase chegando ao meu destino, o bairro de Laranjeiras, percebi que as pessoas que iam entrando no ônibus estavam agitadas, inquietas e comentavam com outras um acontecimento trágico ocorrido horas ou minutos antes, ou seja, o atentado terrorista as Torres Gêmeas em Nova York, o maior acontecimento terrorista que o mundo presenciou até hoje.

Aos poucos a agitação tomou conta não só dentro do ônibus como também lá fora e podia ser percebido pela janela. Me lembro que o primeiro pensamento que me ocorreu na medida em que tomava conhecimento dos detalhes do ocorrido era a eminência da Terceira Guerra Mundial.

Foi nesse clima que desci daquele ônibus e caminhei alguns metros ao encontro daquela que iria me iniciar no Curso (Um Curso Em Milagres). O local do encontro era a portaria de um prédio onde a Maria Thereza iria ministrar uma espécie de aula de apresentação do Curso. Poucos minutos depois avistei uma pequena senhora de pequena estatura, cerca de 1,6om, cabelos brancos e um pouco gordinha, que veio ao meu encontro e se apresentou. Eu estava agitado devido ao acontecido e tudo e todos em minha volta também estavam, as pessoas comentando a tragédia. Havia uma energia de medo e pânico no ar.


Feito as apresentações de praxe, rapidamente comentei com a Maria Thereza o ocorrido, cuja resposta me deixou perplexo e surpreso: Ela disse que "aquilo não tinha acontecido e que era apenas uma ilusão".

Nesse momento eu pensei, meu Deus! Com que tipo de doido ou doida estou me metendo agora?

Bem, não demorou muito tempo, talvez um ano ou até menos para saber que minha amiga Maria Thereza tinha razão. Não só aquele fato é uma ilusão como todo esse mundo que vivemos ou achamos que vivemos é uma ilusão. A medida que fui me aprofundando no estudo do Livro (Curso) fui percebendo, entendo e assimilando a realidade dessa ilusão.

Embora eu já tivesse lido e estudado através do Budismo que o mundo é "maya", ilusão; ainda não tinha aceito e entendido o porquê. Agora sei.

Nunca mais fui o mesmo desde esse dia 11 de setembro de 2001 até hoje. Nunca abandonei os ensinamentos do Livro. Também nunca mais encontrei algo, algum ensinamento sequer parecido. Somente um Mestre como Jesus, como Porta-Voz do Divino Espírito Santo, poderia escrever o que li nesse livro. Sei que não posso passar essa experiência totalmente pessoal para vocês, leitores e leitoras, muito menos explicar com palavras o porquê que esse mundo não existe, é ilusão. Mas assim mesmo, me arrisco a escrever essa história pessoal por GRATIDÃO, por GRATIDÃO e PERDÃO. Nada mais.

(Paulo Cesar de Oliveira - 18.04.2010)

domingo, 11 de abril de 2010

AMOR É SÍNTESE

Por favor, não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu...
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.
Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei o perfeito amor.

Mário Quintana

quarta-feira, 24 de março de 2010

A Árvore que Dá Frutos!

“Quando a paz chega afinal ou quando a meta é finalmente alcançada por qualquer um, ela vem sempre acompanhada de apenas uma conscientização feliz: “Eu não preciso fazer nada”. Este é o propósito do Um Curso em Milagres, esta é uma afirmação de fidelidade, uma lealdade verdadeiramente sem divisão.”

“Nós não precisamos fazer nada”! Aceitar esta realidade é aceitar que nós não estamos no controle enquanto desejo, carência, impulso do “ego”. Vivemos em um mundo de compulsão pelo “controle”, de medo. Uma necessidade interna irresistível de termos controle sobre o que é exterior a nós e de estarmos sempre fazendo algo neste sentido. Assim, pensamos nos sentir em segurança, pensamos estar sendo útil. Na maioria das vezes nem percebemos que estamos vivendo desta forma, é automático.

A realidade do ser humano que se abriu e que está aberto ao “conhecimento de si mesmo” é diferente. O conhecedor de si mesmo está atento ao desenvolvimento de sua sabedoria interior. E neste caminhar a palavra “controle” é substituída pela palavra “harmonia”. Em harmonia “não precisamos fazer nada”. Ora, estamos em harmonia interior, com nós mesmos, com as pessoas ao nosso redor, com o meio em que vivemos, com a evolução do mundo em que vivemos, com a evolução da nossa alma. O que necessitaríamos fazer quando estamos em harmonia? Nada, simplesmente “Ser”, fluir. Em harmonia “não precisamos fazer nada”.

Deepak Chopra nos chama a atenção de que aquilo que dizemos ser “milagres” é uma expressão da lei natural do “mínimo esforço”. A “lei do mínimo esforço” significa “fazer menos e realizar mais”. E, de fato, é assim que a natureza funciona. Uma plantinha não luta para crescer, ela “simplesmente cresce”. Uma borboleta não luta para voar ela “simplesmente voa”. E o ser humano que estar em harmonia não luta para realizar seus sonhos, ele “simplesmente realiza”, a partir do “Ser”, da essência, do caminhar.

Quando lutamos por algo como forma de "ter o controle", seja em qualquer área do nosso viver, desperdiçamos uma grande quantidade de energia, interferimos no fluir da vida, interferimos na inteligência da natureza, do que é natural. Por outro lado, quando estamos em harmonia, quando nosso ponto de referência é a essência, nossas atitudes terão como fonte o amor. Não há desperdício de energia. Ao contrário, a energia se multiplica, acumulará, e sob a forma de “criatividade” poderá ser direcionada para realizar “verdadeiros sonhos”, o propósito da alma, em uma experiência de afluência, evolução, em uma experiência de “amar”.

E para começarmos a dar um passo na direção de nos harmonizarmos, de estabelecermos um contato direto com a nossa essência, é necessário, primeiro, aceitar a vida, as pessoas, as situações, as circunstâncias que estamos vivendo hoje do modo como elas “são”, e não como gostaríamos que fossem. Podemos ter o anseio de que elas sejam diferentes no futuro, e elas serão, mas é necessário aceitá-las no presente. Esta aceitação nos libera para “viver o novo” que estar por vir.

Segundo, é necessário assumirmos a responsabilidade pela nossa situação pessoal e por todas as situações que consideremos como dificuldades em nossas vidas. E responsabilidade não quer dizer “assumir a culpa”, não é isso! É chamar para si a dificuldade do momento e resolvê-la. Fazer isso é estar convicto de que temos a capacidade de apresentar uma solução criativa para a situação, uma solução que brote da essência. E toda a situação que se apresenta como uma dificuldade contém a semente da oportunidade, oportunidade de evolução da alma, o que acontecerá na medida que a transformemos em uma situação melhor. As situações que atraímos para nossa vida são aquelas que necessitamos neste momento. Tenha fé quanto a isto.

Terceiro, abra mão da necessidade de convencer os outros sobre o que você pensa ou sinta que seja verdade. Não se apegue rigidamente a nada. Quem não tem o que defender não tem pelo que lutar. Quem já não ouviu a frase “você quer ter razão ou quer ser feliz?” Permita-se ser “vulnerável”, despreocupar-se. Você começará a perceber que a vida se tornará mais leve, livre, simples e saberá que aquilo que a sua essência pede estará ao seu alcance sempre que verdadeiramente necessitar no seu caminho de evolução, sem medo e sem ansiedade.

E caminhando, nos harmonizando, chegaremos à meta final alcançada por todos aqueles que experimentaram a realização em “deus” no ser humano: “eu não preciso fazer nada”. Lao Tsé dizia que “um ser integral conhece sem ir, ver sem olhar, realiza sem fazer”. Atrairemos abundância, alegria, amor e felicidade como uma conseqüência natural, como “a árvore que dá frutos”. Em harmonia...


por Antonio Caldas Coni Neto

domingo, 21 de março de 2010

Disseram-me que: o grande amor existe, sim.
E que quando ele vem a gente sabe que ele veio.
Mas ouso dizer que não acredito nele.
(e admito que esse não-acreditar é meu).

Tal descrença não é fruto, como muitos poderiam pensar,
de revolta, desilusão, sofrimento ou dureza de coração,
nem mesmo negação.

Falo isso por inexperiência.
Se o "grande amor" existe, eu ainda não o alcancei.
(ou ainda não o construi, pois que prefiro pensar o amor
como construção e aprendizagem,
e a imagem do grande amor me soa prejudicialmente mítica).

Eu prefiro acreditar em amores possíveis,
não necessariamente grandes.

(E qual amor que pretende ser amor
não aspira a grandeza? )

quinta-feira, 11 de março de 2010

“Mesmo que já tenha atirado diversas vezes com o arco, continue prestando atenção na maneira como coloca a flecha, e como estende o fio”.

“O combate nada tem a ver com a briga”.


Lao Tzu

sábado, 27 de fevereiro de 2010

MOJUD, O HOMEM COM A VIDA INEXPLICÁVEL


1 – Acreditando no impossível, o impossível torna-se possível.

Havia um homem chamado Mojud. Ele vivia numa cidade onde obteve um pequeno posto numa repartição publica, e parecia provável que terminaria seus dias como Inspetor de Pesos e Medidas.

Um dia, quando estava caminhando pelos jardins de uma antiga construção, perto de sua casa, Khidr, o misterioso guia dos sufis, apareceu para ele, vestido num verde reluzente.

Khidr disse: “Homem de brilhantes perspectivas! Deixe seu trabalho e encontre-me na beira do rio dentro de três dias.” Então desapareceu.

2 – Todo homem é um homem de brilhantes perspectivas, porque todo homem tem Deus como seu florescimento supremo.


Mojud, trêmulo, foi até seu superior dizendo que tinha que partir. Todos da cidade logo ficaram sabendo disso, e comentaram: “Pobre Mojud! Ele enlouqueceu.”

Mas, como havia muitos candidatos para se emprega, logo o esqueceram.

No dia marcado, Mojud encontrou-se com Khidr, que lhe disse: “Rasgue suas roupas e atire-se na correnteza. Talvez alguém o salve.”

Mojud assim o fez, mesmo suspeitando ter enlouquecido.

3 – A crença floresce a partir do coração.


Como sabia nadar, não se afogou, mas logo foi levado para bem longe, até que um pescador o puxou para seu barco, dizendo: “Homem tolo! A correnteza está forte. O que está tentando fazer?”.

Mojud respondeu: “Eu, na verdade, não sei.”

“Você é louco”, disse o pescador, “mas o levarei para minha palhoça ao longo do rio, e veremos o que pode ser feito por você.”

Quando descobriu que Mojud era instruído, aprendeu a ler e a escrever com ele. Em troca, Mojud ganhava comida e ajudava o pescador em seu trabalho.

Depois de alguns meses, Khidr novamente apareceu, desta vez aos pés da cama de Mojud, e disse: “Levante-se agora e deixe este pescador. Suas necessidades serão supridas.”

4 – Estou falando sobre a correnteza da consciência interna.


Mojud imediatamente abandonou a palhoça, vestido como pescador, e perambulou até chegar a uma estrada.Quando começo a amanhecer, viu um fazendeiro montado num burro, a caminho do mercado.

“Você procura trabalho?”, perguntou o fazendeiro, “porque preciso de um homem para me ajudar a trazer de volta algumas compras.”

Mojud o seguiu. Trabalhou para o fazendeiro por aproximadamente dois anos, e durante esse tempo aprendeu muito sobre agricultura, mas pouco sobre outras coisas.

Uma tarde, quando estava enfardando lã, Khidr apareceu para ele, dizendo: “Deixe esse trabalho, vá para a cidade de Mosul e use suas economias para tornar-se um comerciante de peles.”
Mojud obedeceu.

5 – Você está aqui para aprender os caminhos da confiança.


Em Mosul ficou conhecido como comerciante de peles, nunca vendo Khidr durante os três anos em que exerceu seu comércio.

Havia economizado uma grande soma em dinheiro e estava pensando em comprar uma casa, quando Khidr apareceu e disse: “Dê-me seu dinheiro, saia desta cidade e caminhe até a distante Samarkand, e lá trabalhe para um merceeiro.”

Mojud assim o fez.

6 – Somente ao vive-lo você o conhecerá.


Logo começo a mostrar indiscutíveis sinais de iluminação. Curava os doentes, ajudava seu companheiro na loja durante suas horas vagas e seu conhecimento dos mistérios tornava-se cada vez mais profundo.

Sacerdotes, filósofos e outros que o visitavam, perguntavam: “Com quem você estudou?”

“É difícil dizer”, respondia Mojud.

7 – A própria vida torna-se a mestra.


Seus discípulos perguntavam: “Como você começou sua carreira?”
Ele respondia: “Como funcionário público.”


“E você abandonou o cargo para se dedicar a automortificação?”

“Não, simplesmente abandonei.”

Eles não o compreendiam. Pessoas aproximavam-se dele para escrever a história de sua vida.

“O que você fez na vida?”, elas perguntavam.

“Pulei num rio, tornei-me pescador, depois deixei a palhoça no meio da noite. Então, tornei-me camponês. Enquanto enfardava lã, mudei e fui para Mosul, onde me tornei comerciante de peles. Lá, economizei algum dinheiro, mas me desfiz dele. Então caminhei para Samarkand onde trabalhei para um merceeiro. E aqui estou agora.”

8 – A espiritualidade é uma dádiva. Ela surge para aqueles que confiam, ela acontece para aqueles que amam, e que amam imensamente.


“Mas esse comportamento inexplicável nada esclarece sobre suas estranhas dádivas e maravilhosos exemplos”, disseram os biógrafos.

“Isso é verdade”, disse Mojud.

Então os biógrafos construíram para Mojud uma maravilhosa e excitante história; porque todos os santos devem ter suas histórias, e a história deve ser de acordo com o apetite do ouvinte, e não com a realidade da vida.

E a ninguém é permitido falar diretamente de Khidr. É por isso que este conto não é verdadeiro. Esta é uma representação de uma vida. Esta é a vida real de uma dos maiores sufis.

Texto extraído do livro “Mojud, O Homem com a Vida Inexplicável” – Osho


Paulo Cesar de Oliveira

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

"Encha sua tijela até a borda e ela transbordará.

Continue a afiar sua faca e ela ficará cega.

Persiga o dinheiro e a segurança e o seu coração nunca relaxará.

Preocupe-se com a aprovação dos outros e você será prisioneiro deles."

(Lao Tzu)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Quanto mais claro
Vejo em mim, mais escuro é o que vejo.
Quanto mais compreendo
Menos me sinto compreendido.

Ó horror paradoxal deste pensar... "

(Fernando Pessoa)

MINHA ALMA RESPONDEU...

Mestre,

ENVIEI MINHA ALMA ATRAVÉS DO INVISÍVEL PARA SOLETRAR ALGUMA CARTA DESTE PÓS VIDA, MAS DE REPENTE ELA VOLTOU PARA MIM E RESPONDEU: EU MESMA SOU O CÉU E O INFERNO.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

DESPRENDIDO E NATURAL


Então vamos lá...Vamos para a primeira postagem do ano de 2010. Vamos de mestre Osho.


Desprendido e natural

Toda a sociedade ensina-te a impor algo aos outros. Sê bom, sê moral, sê isto, sê aquilo. E Tantra está inteiramente para além da sociedade, da cultura, da civilização. Ele diz que, se fores demasiadamente culto, perderás tudo quanto é natural e, então, serás uma coisa mecânica, sem flutuar, sem fluir. Portanto, não forces uma estrutura em torno de ti — vive momento a momento, vive em vigilância. E isso já é profundo o bastante para ser entendido.

Por que razão as pessoas tentam criar uma estrutura em torno delas? Para não necessitarem da vigilância — porque, se não tiveres um caráter em torno de ti, precisarás estar muito, muito atento: cada momento terás de tomar uma decisão. E tu não tens decisões pré-determinadas, não tens uma atitude. No entanto, tens de responder a uma situação: algo está ali e estás inteiramente despreparado para isso. Terás de ser muito, muito consciente.

Para evitar a vigilância as pessoas criaram um artifício, e o artifício é o caráter. Force-se uma pessoa a determinada forma de disciplina e, esteja ela ou não em vigilância, a disciplina por si só ocupar-se-á de tomar conta. Tome-se como hábito o dizer sempre a verdade, faça-se disso realmente um hábito, e já não será mais preciso ter preocupações. Alguém fará uma pergunta e, pela força do hábito, será preciso dizer a verdade. Mas, dita pela força do hábito, a verdade estará morta.

E a vida não é tão simples. A vida é um fenômeno muito complexo. Às vezes, uma mentira é necessária, como, às vezes, uma verdade pode ser perigosa — devemos estar atentos. Por exemplo, se através da nossa mentira a vida de alguém é salva, se através dela ninguém é prejudicado e a vida de alguém é salva, que faremos? Se tivermos a mente fixa na idéia de que devemos ser verdadeiros, mataremos, então, uma vida.

Nada é mais valioso do que a vida, verdade alguma é mais valiosa do que a vida. E, às vezes, nossa verdade pode matar a vida de alguém. Que farias? Só para salvar teu velho padrão e hábito, teu próprio ego, o "sou um homem verdadeiro", sacrificarias uma vida — só para ser um homem verdadeiro, só por isso? Estarás completamente louco! Se uma vida pode ser salva, mesmo que as pessoas te achem um mentiroso, que mal há nisso? Por que dar tanta importância ao que as pessoas dizem a teu respeito?

É difícil! Não é assim tão fácil criar um padrão fixo porque a vida segue, movendo-se e modificando-se e, a cada momento, há uma nova situação para a qual é preciso dar resposta. Responde com inteira consciência, isso é tudo. E deixa que a decisão saia da própria situação, não pré-fabricada, não imposta. Não tenhas contigo uma mente inteiramente edificada; conserva-te desprendido e natural.

Assim é um homem realmente religioso. De outra forma, as pessoas tidas como religiosas estão mortas. Agem de acordo com seus hábitos, continuam agindo de acordo com seus hábitos — isto é condicionamento, não liberdade. E percepção exige liberdade.


Osho, em "Tantra: A Suprema Compreensão"