Disseram-me que: o grande amor existe, sim.
E que quando ele vem a gente sabe que ele veio.
Mas ouso dizer que não acredito nele.
(e admito que esse não-acreditar é meu).
Tal descrença não é fruto, como muitos poderiam pensar,
de revolta, desilusão, sofrimento ou dureza de coração,
nem mesmo negação.
Falo isso por inexperiência.
Se o "grande amor" existe, eu ainda não o alcancei.
(ou ainda não o construi, pois que prefiro pensar o amor
como construção e aprendizagem,
e a imagem do grande amor me soa prejudicialmente mítica).
Eu prefiro acreditar em amores possíveis,
não necessariamente grandes.
(E qual amor que pretende ser amor
não aspira a grandeza? )