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1 – Acreditando no impossível, o impossível torna-se possível.
Havia um homem chamado Mojud. Ele vivia numa cidade onde obteve um pequeno posto numa repartição publica, e parecia provável que terminaria seus dias como Inspetor de Pesos e Medidas.
Um dia, quando estava caminhando pelos jardins de uma antiga construção, perto de sua casa, Khidr, o misterioso guia dos sufis, apareceu para ele, vestido num verde reluzente.
Khidr disse: “Homem de brilhantes perspectivas! Deixe seu trabalho e encontre-me na beira do rio dentro de três dias.” Então desapareceu.
2 – Todo homem é um homem de brilhantes perspectivas, porque todo homem tem Deus como seu florescimento supremo.
Mojud, trêmulo, foi até seu superior dizendo que tinha que partir. Todos da cidade logo ficaram sabendo disso, e comentaram: “Pobre Mojud! Ele enlouqueceu.”
Mas, como havia muitos candidatos para se emprega, logo o esqueceram.
No dia marcado, Mojud encontrou-se com Khidr, que lhe disse: “Rasgue suas roupas e atire-se na correnteza. Talvez alguém o salve.”
Mojud assim o fez, mesmo suspeitando ter enlouquecido.
3 – A crença floresce a partir do coração.
Como sabia nadar, não se afogou, mas logo foi levado para bem longe, até que um pescador o puxou para seu barco, dizendo: “Homem tolo! A correnteza está forte. O que está tentando fazer?”.
Mojud respondeu: “Eu, na verdade, não sei.”
“Você é louco”, disse o pescador, “mas o levarei para minha palhoça ao longo do rio, e veremos o que pode ser feito por você.”
Quando descobriu que Mojud era instruído, aprendeu a ler e a escrever com ele. Em troca, Mojud ganhava comida e ajudava o pescador em seu trabalho.
Depois de alguns meses, Khidr novamente apareceu, desta vez aos pés da cama de Mojud, e disse: “Levante-se agora e deixe este pescador. Suas necessidades serão supridas.”
4 – Estou falando sobre a correnteza da consciência interna.
Mojud imediatamente abandonou a palhoça, vestido como pescador, e perambulou até chegar a uma estrada.Quando começo a amanhecer, viu um fazendeiro montado num burro, a caminho do mercado.
“Você procura trabalho?”, perguntou o fazendeiro, “porque preciso de um homem para me ajudar a trazer de volta algumas compras.”
Mojud o seguiu. Trabalhou para o fazendeiro por aproximadamente dois anos, e durante esse tempo aprendeu muito sobre agricultura, mas pouco sobre outras coisas.
Uma tarde, quando estava enfardando lã, Khidr apareceu para ele, dizendo: “Deixe esse trabalho, vá para a cidade de Mosul e use suas economias para tornar-se um comerciante de peles.”
Mojud obedeceu.
5 – Você está aqui para aprender os caminhos da confiança.
Em Mosul ficou conhecido como comerciante de peles, nunca vendo Khidr durante os três anos em que exerceu seu comércio.
Havia economizado uma grande soma em dinheiro e estava pensando em comprar uma casa, quando Khidr apareceu e disse: “Dê-me seu dinheiro, saia desta cidade e caminhe até a distante Samarkand, e lá trabalhe para um merceeiro.”
Mojud assim o fez.
6 – Somente ao vive-lo você o conhecerá.
Logo começo a mostrar indiscutíveis sinais de iluminação. Curava os doentes, ajudava seu companheiro na loja durante suas horas vagas e seu conhecimento dos mistérios tornava-se cada vez mais profundo.
Sacerdotes, filósofos e outros que o visitavam, perguntavam: “Com quem você estudou?”
“É difícil dizer”, respondia Mojud.
7 – A própria vida torna-se a mestra.
Seus discípulos perguntavam: “Como você começou sua carreira?”
Ele respondia: “Como funcionário público.”
“E você abandonou o cargo para se dedicar a automortificação?”
“Não, simplesmente abandonei.”
Eles não o compreendiam. Pessoas aproximavam-se dele para escrever a história de sua vida.
“O que você fez na vida?”, elas perguntavam.
“Pulei num rio, tornei-me pescador, depois deixei a palhoça no meio da noite. Então, tornei-me camponês. Enquanto enfardava lã, mudei e fui para Mosul, onde me tornei comerciante de peles. Lá, economizei algum dinheiro, mas me desfiz dele. Então caminhei para Samarkand onde trabalhei para um merceeiro. E aqui estou agora.”
8 – A espiritualidade é uma dádiva. Ela surge para aqueles que confiam, ela acontece para aqueles que amam, e que amam imensamente.
“Mas esse comportamento inexplicável nada esclarece sobre suas estranhas dádivas e maravilhosos exemplos”, disseram os biógrafos.
“Isso é verdade”, disse Mojud.
Então os biógrafos construíram para Mojud uma maravilhosa e excitante história; porque todos os santos devem ter suas histórias, e a história deve ser de acordo com o apetite do ouvinte, e não com a realidade da vida.
E a ninguém é permitido falar diretamente de Khidr. É por isso que este conto não é verdadeiro. Esta é uma representação de uma vida. Esta é a vida real de uma dos maiores sufis.
Texto extraído do livro “Mojud, O Homem com a Vida Inexplicável” – Osho
Paulo Cesar de Oliveira
Havia um homem chamado Mojud. Ele vivia numa cidade onde obteve um pequeno posto numa repartição publica, e parecia provável que terminaria seus dias como Inspetor de Pesos e Medidas.
Um dia, quando estava caminhando pelos jardins de uma antiga construção, perto de sua casa, Khidr, o misterioso guia dos sufis, apareceu para ele, vestido num verde reluzente.
Khidr disse: “Homem de brilhantes perspectivas! Deixe seu trabalho e encontre-me na beira do rio dentro de três dias.” Então desapareceu.
2 – Todo homem é um homem de brilhantes perspectivas, porque todo homem tem Deus como seu florescimento supremo.
Mojud, trêmulo, foi até seu superior dizendo que tinha que partir. Todos da cidade logo ficaram sabendo disso, e comentaram: “Pobre Mojud! Ele enlouqueceu.”
Mas, como havia muitos candidatos para se emprega, logo o esqueceram.
No dia marcado, Mojud encontrou-se com Khidr, que lhe disse: “Rasgue suas roupas e atire-se na correnteza. Talvez alguém o salve.”
Mojud assim o fez, mesmo suspeitando ter enlouquecido.
3 – A crença floresce a partir do coração.
Como sabia nadar, não se afogou, mas logo foi levado para bem longe, até que um pescador o puxou para seu barco, dizendo: “Homem tolo! A correnteza está forte. O que está tentando fazer?”.
Mojud respondeu: “Eu, na verdade, não sei.”
“Você é louco”, disse o pescador, “mas o levarei para minha palhoça ao longo do rio, e veremos o que pode ser feito por você.”
Quando descobriu que Mojud era instruído, aprendeu a ler e a escrever com ele. Em troca, Mojud ganhava comida e ajudava o pescador em seu trabalho.
Depois de alguns meses, Khidr novamente apareceu, desta vez aos pés da cama de Mojud, e disse: “Levante-se agora e deixe este pescador. Suas necessidades serão supridas.”
4 – Estou falando sobre a correnteza da consciência interna.
Mojud imediatamente abandonou a palhoça, vestido como pescador, e perambulou até chegar a uma estrada.Quando começo a amanhecer, viu um fazendeiro montado num burro, a caminho do mercado.
“Você procura trabalho?”, perguntou o fazendeiro, “porque preciso de um homem para me ajudar a trazer de volta algumas compras.”
Mojud o seguiu. Trabalhou para o fazendeiro por aproximadamente dois anos, e durante esse tempo aprendeu muito sobre agricultura, mas pouco sobre outras coisas.
Uma tarde, quando estava enfardando lã, Khidr apareceu para ele, dizendo: “Deixe esse trabalho, vá para a cidade de Mosul e use suas economias para tornar-se um comerciante de peles.”
Mojud obedeceu.
5 – Você está aqui para aprender os caminhos da confiança.
Em Mosul ficou conhecido como comerciante de peles, nunca vendo Khidr durante os três anos em que exerceu seu comércio.
Havia economizado uma grande soma em dinheiro e estava pensando em comprar uma casa, quando Khidr apareceu e disse: “Dê-me seu dinheiro, saia desta cidade e caminhe até a distante Samarkand, e lá trabalhe para um merceeiro.”
Mojud assim o fez.
6 – Somente ao vive-lo você o conhecerá.
Logo começo a mostrar indiscutíveis sinais de iluminação. Curava os doentes, ajudava seu companheiro na loja durante suas horas vagas e seu conhecimento dos mistérios tornava-se cada vez mais profundo.
Sacerdotes, filósofos e outros que o visitavam, perguntavam: “Com quem você estudou?”
“É difícil dizer”, respondia Mojud.
7 – A própria vida torna-se a mestra.
Seus discípulos perguntavam: “Como você começou sua carreira?”
Ele respondia: “Como funcionário público.”
“E você abandonou o cargo para se dedicar a automortificação?”
“Não, simplesmente abandonei.”
Eles não o compreendiam. Pessoas aproximavam-se dele para escrever a história de sua vida.
“O que você fez na vida?”, elas perguntavam.
“Pulei num rio, tornei-me pescador, depois deixei a palhoça no meio da noite. Então, tornei-me camponês. Enquanto enfardava lã, mudei e fui para Mosul, onde me tornei comerciante de peles. Lá, economizei algum dinheiro, mas me desfiz dele. Então caminhei para Samarkand onde trabalhei para um merceeiro. E aqui estou agora.”
8 – A espiritualidade é uma dádiva. Ela surge para aqueles que confiam, ela acontece para aqueles que amam, e que amam imensamente.
“Mas esse comportamento inexplicável nada esclarece sobre suas estranhas dádivas e maravilhosos exemplos”, disseram os biógrafos.
“Isso é verdade”, disse Mojud.
Então os biógrafos construíram para Mojud uma maravilhosa e excitante história; porque todos os santos devem ter suas histórias, e a história deve ser de acordo com o apetite do ouvinte, e não com a realidade da vida.
E a ninguém é permitido falar diretamente de Khidr. É por isso que este conto não é verdadeiro. Esta é uma representação de uma vida. Esta é a vida real de uma dos maiores sufis.
Texto extraído do livro “Mojud, O Homem com a Vida Inexplicável” – Osho
Paulo Cesar de Oliveira