Novamente acordo na madrugada e
meus pensamentos ainda te buscam.
Alguns anos se passaram e isso ainda acontece.
Você foi a última das minhas paixões.
O tempo deixou meus cabelos mais brancos,
acentuou minha barriga,
Mas também amoleceu e moldou meu coração.
Conheci o valor do perdão, da temperança e da gratidão.
Hoje não poderia mais me apaixonar por você,
Pois não me reconheço mais.
Me tornei apaixonadamente desapaixonado.
Durante esse tempo de separação,
Busquei em outros corpos te esquecer.
Mas você continuou sendo a última das minhas paixões.
Não se pode amar a mesma mulher duas vezes,
Assim como não se pode pisar o mesmo rio duas vezes.
Já não sou mas aquele rio que transbordou de paixão,
E meus pés ficaram cansados do caminho de volta.
Voltei para dentro de mim numa longa estrada,
E descobri um novo amor.
Mas como no primeiro amor,
Ainda não consegui te esquecer.
Afinal, você foi a última das minhas paixões.
(Paulo Cesar de Oliveira, 29.07.2010)