Por detrás de todo sentido figurado,
de toda conotação, de toda metáfora e de todo absurdo, tem se escondido o poeta
desse mundo e de si mesmo.
Mas vejo se aproximar o dia em que
o poeta ficará mudo. Também vejo se aproximar o dia do fim do mundo.
Nesse dia, o poeta terá feito sua mais
linda poesia. E estará finalmente livre da sua própria ilusão.
Como um passarinho na “muda”, seu canto
cessará. A “muda” pode cessar apenas o canto ou pode matar o próprio passarinho.
Mas, enquanto houver um pingo de amor
que seja, no coração desse poeta, uma gota apenas, ele lutará contra o ego, a hipocrisia,
a mentira, o medo e a culpa.
Tendo como arma e armadura, apenas
seu poemas de versos livres.
Vejo se aproximar o dia em que o poeta
será finalmente livre como seus versos.
O poeta tem escrito para toda gente,indiscriminadamente.
Para idiotas e sensíveis.
Para sentimentais e racionais.
Para iludidos e desiludidos.
Para sonhadores e desenganados de amor.
Para tristes e alegres, felizes e infelizes.
Por prazer ou dor.
Para aqueles que só amam o dinheiro e o poder.
Sábios ou simples ignorantes.
O poeta não separou ninguém.
Acreditou que todo mundo era filho de Deus.
Todo mundo,além de circo e pão, tem direito também a poesia.
Mas, o poeta está cansado e precisa
dormir nos braços da mulher amada.
Que ele ainda procura. Pois o poeta
também sonha. Inclusive sonhos eróticos.
O poeta também é humano.
Nesses últimos cinco anos, o poeta
espalhou mais de 500 poemas pelo chão onde passou. Marcando seu caminho de volta.
Se um dia precisar voltar.
Em todo esse tempo, houve tantos enganos
de amor.
Que ele teve sua alma perdida.
Na Roda da Vida.
O poeta foi ao inferno e voltou.
Foi ao paraíso e voltou.
O poeta ainda anda pelo caminho.
(Paulo Cesar de Oliveira)