
Comecei então a buscar Deus em
todo buraco que encontrava. Não demorou muitos anos, após o início dessa busca,
para perceber que o que eu buscava não estava nas religiões. Percebi então, que
buscar Deus nada mais era do que buscar a si mesmo, buscar o autoconhecimento:
quem sou? De onde vim e para onde vou. É a famosa frase escrita no Oráculo de
Delfos: “Conheça a ti mesmo e conhecerás
os deuses e o universo”. Quem
escreveu essa sentença tinha razão, conhecer a si mesmo era conhecer Deus. Não
havia dúvidas para mim.
Então continuei
buscando, mas o foco agora não era Deus, era eu mesmo.
Nessa busca trilhei alguns
caminhos e conheci muita gente boa que tinha o mesmo objetivo, a mesma meta, o
autoconhecimento. Ter nascido e morar na época na cidade do Rio de Janeiro, me
ajudou muito, pois no Rio havia muitos grupos diversos de pessoas (esotéricos, iniciados,
astrólogos, terapeutas, médiuns, xamãs, etc) buscando a mesma coisa e houve grandes
oportunidades, grande aprendizado. Isso aconteceu na última década do século
passado e primeira década desse século atual.
Até que em 2001 houve o grande
divisor de águas na minha busca e na minha vida. Foi quando conheci o UCEM – “Um
Curso Em Milagres” e um grupo de estudos pioneiro no Brasil, em Copacabana-RJ.
Foi com o UCEM que compreendi
quem era Jesus, o Espírito Santo e o ego. O que nunca poderia compreender no
cristianismo. Nunca! Porque estive nos dois tipos de cristianismo e eles não
sabem ou não ensinam isso.
Foi no UCEM que compreendi o
poder do Perdão e da Gratidão.
Foi com anos de
estudo do UCEM, no início com esse grupo de Copacabana-RJ, e depois sozinho,
que tive a nítida compreensão da ilusão do mundo. Que o budismo, o hinduísmo e
outros mestres já falavam. Mas, Jesus no UCEM foi totalmente didático.
Na verdade a
parte que estudava sozinho nas madrugadas, eu nunca estive sozinho, o
Professor, o Ajudante, o Consolador estava comigo. Foi ele que na minha mente
me explicava o UCEM. Talvez por alguma outra razão, mas principalmente, porque
eu acreditei Nele. Eu acreditei no Livro. Eu não procurei ganhar dinheiro com o
Livro.
Vida que segue.
No entanto, alguns poucos anos
depois do UCEM, já mergulhado na leitura da poesia, foi quando li certa vez num
poema de Pessoa ele dizer:
"Não procures, nem creias: tudo é oculto", e depois, disse
Alberto Caeiro (heterônimo) que afirmou:
"O único sentido oculto das coisas / é elas não terem sentido oculto
nenhum."
Quando eu li isso, eu tive um
novo deslumbramento. E pedras adquiridas de diversos conhecimentos e informações
nesse período, seja no UCEM, ou/e em outros ensinamentos, se encaixaram no meu
quebra-cabeças.
Sim, pare a tua busca agora para
não se perder nela. Para não se tornar um fanático, um neurótico, um intelectual,
um teórico, um ritualista, um idólatra.
Sim, é isso, chega! Pois: "Não procures, nem creias: tudo é
oculto".
O que fazer agora? Nada. Namore, faça sexo, divirta-se, passeie, ouça música, dance, leia poesia. E não leve a vida tão a sério. Você já está salvo. O pecado não existe. É isso mesmo. Por séculos as religiões te enganaram. Você entrou no jogo da culpa e do medo.

(Paulo Cesar de Oliveira)