sábado, 12 de abril de 2014

"NÃO PROCURES, NEM CREIAS: TUDO É OCULTO"


Minha busca é recente, se iniciou por volta dos 42 anos, ou seja, há cerca de 18 anos atrás. Mas foi intensa, parece que eu queria recuperar o tempo perdido.  

Comecei então a buscar Deus em todo buraco que encontrava. Não demorou muitos anos, após o início dessa busca, para perceber que o que eu buscava não estava nas religiões. Percebi então, que buscar Deus nada mais era do que buscar a si mesmo, buscar o autoconhecimento: quem sou? De onde vim e para onde vou. É a famosa frase escrita no Oráculo de Delfos: “Conheça a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo”.  Quem escreveu essa sentença tinha razão, conhecer a si mesmo era conhecer Deus. Não havia dúvidas para mim.

Então continuei buscando, mas o foco agora não era Deus, era eu mesmo.

Nessa busca trilhei alguns caminhos e conheci muita gente boa que tinha o mesmo objetivo, a mesma meta, o autoconhecimento. Ter nascido e morar na época na cidade do Rio de Janeiro, me ajudou muito, pois no Rio havia muitos grupos diversos de pessoas (esotéricos, iniciados, astrólogos, terapeutas, médiuns, xamãs, etc) buscando a mesma coisa e houve grandes oportunidades, grande aprendizado. Isso aconteceu na última década do século passado e primeira década desse século atual.

Até que em 2001 houve o grande divisor de águas na minha busca e na minha vida. Foi quando conheci o UCEM – “Um Curso Em Milagres” e um grupo de estudos pioneiro no Brasil, em Copacabana-RJ.

Foi com o UCEM que compreendi quem era Jesus, o Espírito Santo e o ego. O que nunca poderia compreender no cristianismo. Nunca! Porque estive nos dois tipos de cristianismo e eles não sabem ou não ensinam isso.

Foi no UCEM que compreendi o poder do Perdão e da Gratidão.

Foi com anos de estudo do UCEM, no início com esse grupo de Copacabana-RJ, e depois sozinho, que tive a nítida compreensão da ilusão do mundo. Que o budismo, o hinduísmo e outros mestres já falavam. Mas, Jesus no UCEM foi totalmente didático.

Na verdade a parte que estudava sozinho nas madrugadas, eu nunca estive sozinho, o Professor, o Ajudante, o Consolador estava comigo. Foi ele que na minha mente me explicava o UCEM. Talvez por alguma outra razão, mas principalmente, porque eu acreditei Nele. Eu acreditei no Livro. Eu não procurei ganhar dinheiro com o Livro.

Vida que segue.

No entanto, alguns poucos anos depois do UCEM, já mergulhado na leitura da poesia, foi quando li certa vez num poema de Pessoa ele dizer:

"Não procures, nem creias: tudo é oculto", e depois, disse Alberto Caeiro (heterônimo) que afirmou: "O único sentido oculto das coisas / é elas não terem sentido oculto nenhum."

Quando eu li isso, eu tive um novo deslumbramento. E pedras adquiridas de diversos conhecimentos e informações nesse período, seja no UCEM, ou/e em outros ensinamentos, se encaixaram no meu quebra-cabeças.

Sim, pare a tua busca agora para não se perder nela. Para não se tornar um fanático, um neurótico, um intelectual, um teórico, um ritualista, um idólatra.

Sim, é isso, chega! Pois: "Não procures, nem creias: tudo é oculto".

O que fazer agora? Nada. Namore, faça sexo, divirta-se, passeie, ouça música, dance, leia poesia. E não leve a vida tão a sério. Você já está salvo. O pecado não existe. É isso mesmo. Por séculos as religiões te enganaram. Você entrou no jogo da culpa e do medo. 



(Paulo Cesar de Oliveira)