Eu poderia me esconder por detrás do meu silêncio e não me expor tanto assim e dessa maneira continuaria com meu rosto liso e imaculado. Mas optei por colocar minha cara a tapa e me submeter aos julgamentos alheios. Faço isso conscientemente, como parte de um plano maior para desnudar minha alma. Não parece, mas todas essas palavras são parte de um monólogo. Tanto essas como todas as anteriores. Eu poderia apanhar emprestado algum dos vários textos dos mestres iluminados que li. Mas, seria a luz deles e não a minha escuridão.
Venha para mim agora, vazia, oca e flexível como um bambu. Dispasse do teu orgulho, da tua vaidade e do teu esgoismo, Deixe a tua máscara ali pendurada no cabide, ao lado da minha. Deixa teu passado lá fora.
As sete velas coloridas já estão acessas, o incenso de sándalo. perfuma o ambiente e o vinho na mesa.
Venha sem medo e sem culpa...
Isso é apenas poesia, mas eu não concordo. Isso também é vida, silêncios e sonhos.
(Paulo Cesar de Oliveira)