terça-feira, 31 de dezembro de 2013
ANO NOVO
Mais uma vez um ano chega na minha vida
e me encontra com meu coração cheio de amores e desertos
mais também de esperanças
esse ano, as palavras e os silêncios dois meus poemas
se encontrarão no infinito em mim, em ti, em nós
onde já se encontram duas paralelas, duas retas
esse ano não quero mais sonhar com você
ninguém pode destruir assim o coração de um homem sincero
esse ano novo não tenho mais tempo para correr atrás da felicidade
ninguém sabe da natureza dos meus infernos diários
doce paixão
eu nome é ilusão
de você não sei nada Desse ano novo
sei só um pouco
esse ano vou pegar um atalho
te encontro no Ano Novo
pco/.
sábado, 28 de dezembro de 2013
DEIXEI MEU CORAÇÃO VOAR
Tenho conhecido o mundo pelos olhos do mundo
Mas quando me aproximei mais e mais
Do coração das coisas e das pessoas
Começaram então a me pesar e a me julgar
Foi então que deixei meu coração voar
E ele foi para onde o vento do amor lhe levasse
Ele voou pelos mares e portos
E me levou por belos caminhos
E de belas paisagens
Mas voltou sempre para o mesmo porto de origem
Sem amor nenhum
Parece aqueles antigos pombos-correios
Que deixam suas mensagens, mas sempre voltam para mim
(Paulo Cesar de Oliveira)
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Tétis e Peleu - a construção de um amor
Peleu, rei da Ftia uma região da Tessália, foi o pai de Aquiles, grande herói da Guerra de Tróia e o maior guerreiro de todos os tempos. Elegeu Tétis para ser sua esposa, a mais bela entre todas as nereidas, que costumava aparecer completamente nua numa pequena baía deserta da Tessália, cavalgando um golfinho amestrado. Ali, na solidão de uma pequena gruta oculta por espessos arbustos, ela se estendia languidamente para aproveitar a paz de uma sesta para revigorar sua beleza
.
Foi ali que Peleu a viu, e ficou logo enfeitiçado. Chegou a dar um passo em sua direção, mas ela simplesmente correu pela areia da praia e foi desaparecer entre as ondas verdes do mar, deixando-o atônito, infeliz para todo o sempre, condenado a amar uma mulher inatingível. Então ele resolveu aconselhar-se com o centauro
Quíron, velho mestre que tinha educado a ele e a tantos outros heróis. Quando ouviu o relato de Peleu, concluiu que se tratava de Tétis. Disse Quiron:
- É uma mulher para poucos, meu filho. Até o próprio Zeus a cobiça. Agora, se realmente é essa mulher que desejas, vais ter de provar que és homem suficiente. Ela pode assumir a forma que bem entender: de serpente, de fogo, de tigresa, sendo dessa forma que ela se livra de todos os seus pretendentes. Se achas que é essa a mulher que te fará feliz, espera que ela adormeça e põe toda a tua vida num abraço definitivo. Aconteça o que acontecer, não fraquejes, e ela acabará sendo tua.
Peleu não vacilou. Foi esconder-se entre os arbustos que escondiam a entrada da caverna. Quando a nereida adormeceu ao meio-dia, ele saltou sobre ela e enlaçou-a com seus braços poderosos, puxando-a contra o peito. Ela transformou-se numa fogueira, mas ele aguentou a queimadura. Como serpente ela o picou várias vezes, mas ele não a soltou. Então ela virou uma tigresa feroz e ele defendeu-se como pode de suas garras afiadas. Por fim, vencida, ela voltou à sua forma natural, aninhando-se junto ao peito daquele que seria seu marido.
Peleu ficou muito grato à Quíron, não sabendo que o velho centauro
dava o mesmo conselho a todos seus discípulos, porque toda mulher tem um pouco de Tétis: quando assustada, pode queimar e ferir, mas se o seu homem a envolver num abraço verdadeiro e absoluto, sem nada pedir ou perguntar, em pouco tempo ela voltará à forma com que o conquistou.
O mito de Tétis e Peleu simboliza a conquista nas relações humanas. Muitas vezes corremos atrás do amor e apesar da insistência, o amor foge, pois o amor não domina, o amor se conquista e se constrói. E para construir o amor é necessário que estejamos preparados para lidar com as imperfeições do outro, com compreensão e tolerância, aprendendo mais sobre nós mesmos.
O ser humano experimenta, basicamente, três formas de amor, identificadas pelos antigos gregos como: Eros, que está centrado na dependência dos parceiros; Filos, que se baseia na segurança; Ágape, o amor incondicional.
AMOR EROS
Sempre criamos couraças, máscaras que não refletem o nosso verdadeiro eu, na tentativa de nos defender e sobreviver, ficando imune à dor de um amor. Expressamos imagens que, acreditamos, vão garantir a aceitação pelos outros, vão atrair as pessoas até nós ou fazer com que elas nos admirem e queiram ser como nós. Desenvolvemos um conjunto de jogos que não são verdadeiros, mas que serve a nossos objetivos.
Então, Eros, o deus de olhos vendados, nos atinge com as flechas do amor penetrando nas barreiras do ego e dos mecanismos de defesa que criamos. Sem lógica e sem razão, estamos apaixonados, mas não nos apaixonamos realmente pela pessoa, apaixonamos por quem queremos que ela seja. Mais tarde começamos a perceber as qualidades da pessoa, e ela já não é mais o que pensávamos ser.
As pessoas se apaixonam por causa da correspondência de vulnerabilidades e inseguranças, não por causa da correspondência de forças. Os problemas têm início quando, dolorosamente, começam a reconhecer no parceiro características que não são exatamente o que pensava. As defesas se erguem novamente à medida que os dois amantes começam, gradualmente, a reaprender que são pessoas diferentes, com identidades diferentes.
Às vezes, rapidamente saímos do relacionamento que fracassou e, como remédio, procuramos outra pessoa por quem nos apaixonar. Acalentamos a idéia de apaixonar-nos e viver felizes para sempre. Criamos as barreiras do ego umas após as outras, enquanto buscamos o relacionamento perfeito, barreiras geradas por experiências do passado, resultado de muita infelicidade, miséria, projeção, acusação, culpa e censura de relacionamentos anteriores, e isso invariavelmente é levado para o novo relacionamento.
Nos relacionamentos apaixonados de Eros, atraímos parceiros que têm o que falta em nós. E, quando encontramos a peça que faltava, achamos que ela forma uma dupla. As barreiras do ego que mantínhamos de forma tão eficiente vêm abaixo e nos apaixonamos, apesar de não querermos ou pretendermos isso. Somos absolutamente impotentes. Nesse tipo de amor, a intensidade de Eros é sempre temporária. Chega o momento em que acaba a lua-de-mel.
AMOR FILOS
Após o caos inicial da atração de Eros, um relacionamento muda de forma e se torna um relacionamento de compromisso, o amor Filos. Começamos a reconhecer os valores do outro e nos comprometemos a partilhar a vida e os interesses. Num esforço para manter o estilo de vida, frequentemente as partes mais profundas do Eu são suprimidas ou negadas.
Os sentimentos e pensamentos mais profundos são sacrificados. Lida-se com as questões, porém num nível superficial. Geralmente, há respeito e verdadeira compreensão, embora não haja um conhecimento profundo do outro. Com freqência, os parceiros vivem como estranhos, partilhando um espaço comum. Às vezes, há um sentimento de resignação, ressentimento e tédio nos relacionamentos Filos.
Os parceiros se falam, mas nunca conversam; olham um para o outro, mas não se vêem. Frequentemente, podemos observar Filos em ação em restaurantes, onde à mesa o casal fica de frente um para o outro, e conversa muito pouco ou nada, simplesmente fazendo a refeição junto, passando o tempo. Mil pensamentos podem passar pela cabeça: "Poderia ter sido diferente..." "Se ele fosse diferente..." "Se eu não tivesse renunciado à minha carreira..." "Se nós não tivéssemos tido filhos tão cedo..."
Há o sonho do "que poderia ter sido", acompanhado de sentimentos de amargura ou culpa com relação ao parceiro, por não ser o homem que ela acreditava que fosse ou ela não é a mulher que sonhava, quando se casaram. Às vezes, as razões para se manter um relacionamento são baseadas na necessidade. Precisam manter a aprovação da família, da comunidade, da igreja, etc. Mesmo que o relacionamento não seja totalmente satisfatório, satisfaz em muitos níveis e talvez seja melhor do que ficar sozinho.
AMOR ÁGAPE
O amor Ágape é aquele que amamos a pessoa do jeito que ela é, sem separar em qualidades e defeitos, compartilhando intimidades sexuais e morais, sociais e mentais: um amante, um parceiro, um amigo, um companheiro. Não amamos por causa de, ou apesar de... amamos apenas pelo sentimento. Pode não ser uma chama flamejante como o amor de Eros, mas traz prazer e calma, relaxa, tranquiliza.
Traz segurança, crescimento, amadurecimento, e passo-a-passo trilha-se um caminho que os torna mais cúmplices, mais verdadeiros um com o outro. Não há raiva ou mágoa, muito menos ressentimento guardados, porque acima de tudo há Amor. No amor Ágape não existe controle; cada um é livre, um ser individual, e sente a mesma reciprocidade.
O comprometimento que existe deriva do sentimento que os une, não da posição social ou financeira; há tranquilidade e paz. Pode surgir atração por outras pessoas, mas nessa fase o desejo será encarado como atração por alguém belo, e nada mais do que isso. Saciados, satisfeitos, não estão carentes ou desprovidos de algo, apenas ainda são humanos e sabem o que é beleza
e sedução. Não há jogos, estratégias ou máscaras, não existe a tentativa de aprisionar. Há plena segurança do sentimento que um sente pelo outro.
Dizem que o amor Ágape só se sente pelos filhos, pois quando unidos ao sexo oposto, misturamos desejo e paixão, e nos tornamos possessivos e críticos, desejando ser amados como amamos, às vezes mais do que amamos, jamais menos. Dar implica em receber, sempre. Bem, quem pensa assim é porque ainda não ultrapassou a terceira fase de um relacionamento - a paixão, o desapaixonar-se, a reconquista, o re-começo, e enfim, o relacionamento.
Normalmente estamos sempre correndo, buscando, e esquecemos de fazer do encontro uma união, achando que em outro poderemos encontrar logo a fase Ágape, pulando etapas de sofrimento e mágoa. Ledo engano: amar é um eterno aprendizado, e quanto mais amamos, mais sentimos que não sabemos nada dessa força mágica e poderosa.
Há quem diga que o Amor teria três faces - Eros, Afrodite e Pã; e um relacionamento para a vida inteira passaria inevitavelmente por todas. A conquista da junção seria individual, e dependeria da força do sentimento individual, e da capacidade de relacionar-se, bem como da perseverança em trilhar o caminho em direção ao Amor Ágape.

Foi ali que Peleu a viu, e ficou logo enfeitiçado. Chegou a dar um passo em sua direção, mas ela simplesmente correu pela areia da praia e foi desaparecer entre as ondas verdes do mar, deixando-o atônito, infeliz para todo o sempre, condenado a amar uma mulher inatingível. Então ele resolveu aconselhar-se com o centauro

- É uma mulher para poucos, meu filho. Até o próprio Zeus a cobiça. Agora, se realmente é essa mulher que desejas, vais ter de provar que és homem suficiente. Ela pode assumir a forma que bem entender: de serpente, de fogo, de tigresa, sendo dessa forma que ela se livra de todos os seus pretendentes. Se achas que é essa a mulher que te fará feliz, espera que ela adormeça e põe toda a tua vida num abraço definitivo. Aconteça o que acontecer, não fraquejes, e ela acabará sendo tua.
Peleu não vacilou. Foi esconder-se entre os arbustos que escondiam a entrada da caverna. Quando a nereida adormeceu ao meio-dia, ele saltou sobre ela e enlaçou-a com seus braços poderosos, puxando-a contra o peito. Ela transformou-se numa fogueira, mas ele aguentou a queimadura. Como serpente ela o picou várias vezes, mas ele não a soltou. Então ela virou uma tigresa feroz e ele defendeu-se como pode de suas garras afiadas. Por fim, vencida, ela voltou à sua forma natural, aninhando-se junto ao peito daquele que seria seu marido.
Peleu ficou muito grato à Quíron, não sabendo que o velho centauro

****************
Os antigos gregos, que inventaram a mitologia grega com todas aquelas estórias incríveis, ainda possuiam, ao lado da criatividade, um profundo conhecimento da natureza humana. Na imaginação daquela gente, o mundo estava povoado de incontáveis divindades femininas, solteiras e disponíveis: os campos e os bosques estavam habitados pelas ninfas, enquanto as profundezas dos oceanos e as espumas das ondas eram habitadas pelas nereidas - todas elas belas e misteriosas, exercendo seu fascínio sobre todos, homens ou deuses, que atravessassem seu caminho. Ao vê-las, muitos se deixaram tomar pelo amor ou pelo desejo, mas poucos conseguiam conquistá-las. O mito de Tétis e Peleu simboliza a conquista nas relações humanas. Muitas vezes corremos atrás do amor e apesar da insistência, o amor foge, pois o amor não domina, o amor se conquista e se constrói. E para construir o amor é necessário que estejamos preparados para lidar com as imperfeições do outro, com compreensão e tolerância, aprendendo mais sobre nós mesmos.
O ser humano experimenta, basicamente, três formas de amor, identificadas pelos antigos gregos como: Eros, que está centrado na dependência dos parceiros; Filos, que se baseia na segurança; Ágape, o amor incondicional.
AMOR EROS
Sempre criamos couraças, máscaras que não refletem o nosso verdadeiro eu, na tentativa de nos defender e sobreviver, ficando imune à dor de um amor. Expressamos imagens que, acreditamos, vão garantir a aceitação pelos outros, vão atrair as pessoas até nós ou fazer com que elas nos admirem e queiram ser como nós. Desenvolvemos um conjunto de jogos que não são verdadeiros, mas que serve a nossos objetivos.
Então, Eros, o deus de olhos vendados, nos atinge com as flechas do amor penetrando nas barreiras do ego e dos mecanismos de defesa que criamos. Sem lógica e sem razão, estamos apaixonados, mas não nos apaixonamos realmente pela pessoa, apaixonamos por quem queremos que ela seja. Mais tarde começamos a perceber as qualidades da pessoa, e ela já não é mais o que pensávamos ser.
As pessoas se apaixonam por causa da correspondência de vulnerabilidades e inseguranças, não por causa da correspondência de forças. Os problemas têm início quando, dolorosamente, começam a reconhecer no parceiro características que não são exatamente o que pensava. As defesas se erguem novamente à medida que os dois amantes começam, gradualmente, a reaprender que são pessoas diferentes, com identidades diferentes.
Às vezes, rapidamente saímos do relacionamento que fracassou e, como remédio, procuramos outra pessoa por quem nos apaixonar. Acalentamos a idéia de apaixonar-nos e viver felizes para sempre. Criamos as barreiras do ego umas após as outras, enquanto buscamos o relacionamento perfeito, barreiras geradas por experiências do passado, resultado de muita infelicidade, miséria, projeção, acusação, culpa e censura de relacionamentos anteriores, e isso invariavelmente é levado para o novo relacionamento.
Nos relacionamentos apaixonados de Eros, atraímos parceiros que têm o que falta em nós. E, quando encontramos a peça que faltava, achamos que ela forma uma dupla. As barreiras do ego que mantínhamos de forma tão eficiente vêm abaixo e nos apaixonamos, apesar de não querermos ou pretendermos isso. Somos absolutamente impotentes. Nesse tipo de amor, a intensidade de Eros é sempre temporária. Chega o momento em que acaba a lua-de-mel.
AMOR FILOS
Após o caos inicial da atração de Eros, um relacionamento muda de forma e se torna um relacionamento de compromisso, o amor Filos. Começamos a reconhecer os valores do outro e nos comprometemos a partilhar a vida e os interesses. Num esforço para manter o estilo de vida, frequentemente as partes mais profundas do Eu são suprimidas ou negadas.
Os sentimentos e pensamentos mais profundos são sacrificados. Lida-se com as questões, porém num nível superficial. Geralmente, há respeito e verdadeira compreensão, embora não haja um conhecimento profundo do outro. Com freqência, os parceiros vivem como estranhos, partilhando um espaço comum. Às vezes, há um sentimento de resignação, ressentimento e tédio nos relacionamentos Filos.
Os parceiros se falam, mas nunca conversam; olham um para o outro, mas não se vêem. Frequentemente, podemos observar Filos em ação em restaurantes, onde à mesa o casal fica de frente um para o outro, e conversa muito pouco ou nada, simplesmente fazendo a refeição junto, passando o tempo. Mil pensamentos podem passar pela cabeça: "Poderia ter sido diferente..." "Se ele fosse diferente..." "Se eu não tivesse renunciado à minha carreira..." "Se nós não tivéssemos tido filhos tão cedo..."
Há o sonho do "que poderia ter sido", acompanhado de sentimentos de amargura ou culpa com relação ao parceiro, por não ser o homem que ela acreditava que fosse ou ela não é a mulher que sonhava, quando se casaram. Às vezes, as razões para se manter um relacionamento são baseadas na necessidade. Precisam manter a aprovação da família, da comunidade, da igreja, etc. Mesmo que o relacionamento não seja totalmente satisfatório, satisfaz em muitos níveis e talvez seja melhor do que ficar sozinho.
AMOR ÁGAPE
O amor Ágape é aquele que amamos a pessoa do jeito que ela é, sem separar em qualidades e defeitos, compartilhando intimidades sexuais e morais, sociais e mentais: um amante, um parceiro, um amigo, um companheiro. Não amamos por causa de, ou apesar de... amamos apenas pelo sentimento. Pode não ser uma chama flamejante como o amor de Eros, mas traz prazer e calma, relaxa, tranquiliza.
Traz segurança, crescimento, amadurecimento, e passo-a-passo trilha-se um caminho que os torna mais cúmplices, mais verdadeiros um com o outro. Não há raiva ou mágoa, muito menos ressentimento guardados, porque acima de tudo há Amor. No amor Ágape não existe controle; cada um é livre, um ser individual, e sente a mesma reciprocidade.
O comprometimento que existe deriva do sentimento que os une, não da posição social ou financeira; há tranquilidade e paz. Pode surgir atração por outras pessoas, mas nessa fase o desejo será encarado como atração por alguém belo, e nada mais do que isso. Saciados, satisfeitos, não estão carentes ou desprovidos de algo, apenas ainda são humanos e sabem o que é beleza

Dizem que o amor Ágape só se sente pelos filhos, pois quando unidos ao sexo oposto, misturamos desejo e paixão, e nos tornamos possessivos e críticos, desejando ser amados como amamos, às vezes mais do que amamos, jamais menos. Dar implica em receber, sempre. Bem, quem pensa assim é porque ainda não ultrapassou a terceira fase de um relacionamento - a paixão, o desapaixonar-se, a reconquista, o re-começo, e enfim, o relacionamento.
Normalmente estamos sempre correndo, buscando, e esquecemos de fazer do encontro uma união, achando que em outro poderemos encontrar logo a fase Ágape, pulando etapas de sofrimento e mágoa. Ledo engano: amar é um eterno aprendizado, e quanto mais amamos, mais sentimos que não sabemos nada dessa força mágica e poderosa.
Há quem diga que o Amor teria três faces - Eros, Afrodite e Pã; e um relacionamento para a vida inteira passaria inevitavelmente por todas. A conquista da junção seria individual, e dependeria da força do sentimento individual, e da capacidade de relacionar-se, bem como da perseverança em trilhar o caminho em direção ao Amor Ágape.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
INEXPLICÁVEL
Como diz com sabedoria a letra da música: "Cada um sabe a alegria e a dor de ser o que é".
A cada tentativa que faço de me aproximar, mas me afasto.
Alguma coisa deve fazer sentido nisso tudo em algum lugar e em algum espaço.
Ninguém lê e escreve poemas e poesias por acaso.
Essas palavras podem em algum momento dizer alguma coisa para alguém nesse instante.
Mas, não foram escritas para serem levadas individualmente e pessoalmente.
Não foram gravadas para serem compreendidas aqui.
Mas, se acontecer, que seja natural como a vida e como a morte nesse planeta.
Eu chamo de poemas simplesmente por uma necessidade local de dar nome as coisas.
O que de mais importante eu sei é que:
Se eu não aprender a me perdoar
e a perdoar o mundo que vejo e percebo
eu não me salvarei.
pco/.
HOJE
Hoje,
tive vontade de apoiar tua cabeça no meu peito
acariciar esses teus cabelos cacheados
sonhar e viajar
nesses sonhos
te dizer o quanto Deus é bom
e o quanto nós dois somos esse Deus que buscamos
Hoje, esse poeta não quer te dizer mais nada
sentir apenas o cheiro da mulher amada
e nesse silêncio profundo
te dizer apenas isso:
o quanto nós dois somos esse Deus que buscamos
(Paulo Cesar de Oliveira)
segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
Passei em frente ao espelho
E vi que ele não me refletia mais
Já não sou mais real
Sou agora apenas virtual
Mas o virtual é o novo real
Tudo muda, tudo se transforma
E eu, que já não sabia quem eu era
Agora, não sei mais quem eu sou
Não sei o que vem depois do virtual
Também, de nada me adiantaria saber
pco/.
domingo, 22 de dezembro de 2013
POR ISSO ME EXPONHO CRUAMENTE NA INTERNET
"Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabe nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso frequento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos!"
Drummond
NA VERDADE...
na verdade
no meio do caminho não tinha apenas uma pedra
na verdade havia muitas pedras
na verdade mesmo poeta,
havia mais de um caminho
e em todos havia pedras e pedregulhos
mas eu escolhi um caminho e o segui
e quando percebi que não era esse o caminho
retornei e peguei outro caminho
e outro e outro
e cansado,
depois de um tempo
parei na estrada para descansar
perto da fonte d’água
foi quando ouvi o oráculo dizer:
“Peregrino, todos os caminhos levam ao Céu,
todos têm pedras, mas somente um
é o caminho do amor”.
E como reconhece-lo? Indaguei.
e o oráculo disse:
“Ouça o teu coração, não se guie pela razão
não se oriente pelo medo”
então,
depois do descanso e das palavras do oráculo
guardei o livro de poemas de Pessoa
calcei as sandálias
reabasteci o cantil
e voltei para a estrada
onde ainda estou
de vez enquando
quando paro para descansar
faço uns versos livres
e espalho pelo caminho
pco/.
sábado, 21 de dezembro de 2013
Não persigas a
aprovação das pessoas.
Não dependas dos
teus planos.
Não tomes
decisões;
Deixa que as
decisões sejam tomadas por si mesmas,
Livra-te dos
conceitos;
Não creias no que
achas.
Incorpore o
inesgotável.
Vagueia além das
trilhas.
Recebe o que te deram
E sabe que sempre
é o bastante.
A mente do Mestre
é como um espelho:
Responde, mas não
armazena,
Nada contém, nada
exclui
E reflete as
coisas bem como são.
Assim, ele tem o
que quer
E quer apenas o
que tem.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
É estranho isso
pois apesar de me sentir entediado,
cansado,
desiludido,
desanimado,
frustrado,
decepcionado,
descrente e,
fracassado
olho para as pessoas
todas as pessoas
e não desejo ser elas
não invejo as pessoas
não queria ter a vida delas
por mais famosas, ricas e felizes
que possam ser
ou dizem que são
desejo, ainda sim,
a vida que tenho
ou que nunca tive
ou sonhei ter
ou que nunca terei
isso não é muito estranho?
o que vocês acham disso?
Quer ver outra coisa estranha
que não compreendo
eu escrevo todos os dias
e não tenho a menor idéia
pra que serve tudo isso
mas quanto te vejo
quanto te sinto aqui no meu coração
no meu carnal tesão
eu sinto que vale a pena
que a vida vale a pena
me deixa só ficar do teu lado
a mim me basta sentir o perfume natural
perfume de fêmea
que vem do teu corpo
há esperanças sim
tem que haver
alguma coisa tem que fazer sentido
pco/.
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
Eu poderia me esconder por detrás do meu silêncio e não me expor tanto assim e dessa maneira continuaria com meu rosto liso e imaculado. Mas optei por colocar minha cara a tapa e me submeter aos julgamentos alheios. Faço isso conscientemente, como parte de um plano maior para desnudar minha alma. Não parece, mas todas essas palavras são parte de um monólogo. Tanto essas como todas as anteriores. Eu poderia apanhar emprestado algum dos vários textos dos mestres iluminados que li. Mas, seria a luz deles e não a minha escuridão.
Venha para mim agora, vazia, oca e flexível como um bambu. Dispasse do teu orgulho, da tua vaidade e do teu esgoismo, Deixe a tua máscara ali pendurada no cabide, ao lado da minha. Deixa teu passado lá fora.
As sete velas coloridas já estão acessas, o incenso de sándalo. perfuma o ambiente e o vinho na mesa.
Venha sem medo e sem culpa...
Isso é apenas poesia, mas eu não concordo. Isso também é vida, silêncios e sonhos.
(Paulo Cesar de Oliveira)
Vá viver sua
aventura de amor e esperanças
mas nunca se
esqueça que te amo
enquanto te
espero
quem sabe,
não sei por quanto tempo
quero sentir
e sonhar a beleza
da poesia do
mundo
você fica na
minha vida
como um
poema inacabado
de um poeta
que se aquieta
para ouvir o
silêncio do seu próprio coração
o coração de
um poeta
é como o
sangue de suas palavras
te espero em
algum lugar
num tempo
que não conheço
usarei a
nudez da minha alma para te encontrar
pco/.
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
POEMA ASTROLÓGICO
Se por um lado Netuno na linha do Ascendente
me traz a espiritualidade e me dá uma visão cósmica
me libertando das amarras e mesquinhez de uma
existência
terráquea apenas
ele também confunde a minha mente e me torna volátil
como
as águas dos oceanos onde Netuno reina
Mas meu Sol em Touro me traz de volta a esse
planeta
e finca meus pés sobre a Terra
e eu vivo esse conflito em minha alma
entre a grandeza do Universo com bilhões de Galáxias
e o universo do teu corpo e sexo
agravado pelo meu Ascendente em Libra
que me mostra a arte, a beleza e o amor de Vênus
o Regente do meu Mapa
por isso fiz do teu corpo e do teu sexo uma obra
de arte
por isso me tornei poeta
Olho novamente para meu Mapa
e vejo o mesmo Sol na Casa Oito
a Casa da Transformação e do sexo
da morte, da morte de todos os dias
a Casa do Bruxo
E a minha Lua em Sagitário vendo todo esse cenário
só quer ser livre para viver e amar
mas a sua permanência na Casa Dois
faz com que tudo oscile entre altos e baixos
principalmente financeiros
E eu vivo então esse dilema
entre o Céu , a Terra e os Astros
entre os deuses e os mortais
(Paulo Cesar de Oliveira)
domingo, 15 de dezembro de 2013
POETA NÃO É CÉLEBRE – Henri Borel
“O desprezo da multidão não aflige o poeta, da mesma forma que a aprovação não contribui para a sua felicidade. Para ele, isso é o desenrolar natural dos efeitos cujas causas bem conhece. Não poderíamos nem mesmo dizer que o julgamento das massas o deixa indiferente: é apenas inexistente para ele. O poeta não cria suas obras para as pessoas, mas porque nascem espontaneamente. O rumor dos homens a propósito de suas obras não chega a seus ouvidos. Ele simplesmente o ignora, ou o abandona ao esquecimento. A suprema celebridade consiste em não ter celebridade alguma”
Digo que não sou um homem puro
Não vou lhe dizer que sou um homem puro.
Entre outras coisas
resta saber se o puro de fato existe.
Ou se é, digamos, necessário.
Ou possível.
Ou se tem gosto bom.
Acaso você já provou a água quimicamente pura,
a água de laboratório,
sem um grão de terra ou de esterco,
sem o pequeno excremento de um pássaro,
a água feita apenas de oxigênio e hidrogênio?
Puá! que porcaria.
Não lhe digo, pois, que sou um homem puro,
não lhe digo isso, mas bem o contrário.
Que amo (às mulheres, naturalmente,
pois meu amor pode dizer seu nome),
e gosto de comer carne de porco com batatas,
e grão-de-bico e chouriço, e
ovos, frango, carneiro, peru,
peixe e mariscos,
e bebo rum e cerveja e aguardente e vinho,
e fornico (inclusive com o estômago cheio).
Sou impuro, o que quer que lhe diga?
Completamente impuro.
No entanto,
creio que há muitas coisas puras no mundo
que não são mais que pura merda.
Por exemplo, a pureza da virgindade nonagenária.
A pureza dos noivos que se masturbam
em vez de se deitarem juntos numa pousada.
A pureza dos internatos, onde
abre suas flores de sêmen provisional
a fauna pederasta.
A pureza dos clérigos.
A pureza dos acadêmicos.
A pureza dos gramáticos.
A pureza dos que asseguram
que devemos ser puros, puros, puros.
A pureza dos que nunca tiveram blenorragia.
A pureza da mulher que nunca lambeu uma glande.
A pureza do homem que nunca sugou um clitóris.
A pureza daquela que nunca pariu.
A pureza daquele que nunca procriou.
A pureza daquele que se dá golpes no peito, e
diz santo, santo, santo,
quando é um diabo, diabo, diabo.
Enfim, a pureza
de quem não chegou a ser suficientemente impuro
para saber o que é a pureza.
Ponto, data e assinatura.
Assim o deixo escrito.
Tradução: Marcelo Tápia
AMOR É IGUAL A DISCO VOADORES
Eu não diria que meu foco é encontrar o amor. Amor para mim é igual a Disco Voador, eu nunca vi, mas acredito que exista, no entanto, não vivo por aí procurando Discos Voadores. Além disso, todo mundo que conheço e diz que viu um Disco Voador, quando eu vou lá olhar, vejo que parece Disco Voador, mas não é Disco Voador. É mais uma fraude. Mas, repito, eu acredito em Disco Voadores.
Às vezes, estou caminhando tranquilamente pelos caminhos da minha mente, quando avisto lá longe, no horizonte, algo que parece um Disco Voador. Eu não o procurei como um objetivo de vida, como foco, mas, como eu acredito que ele existe, ele aparece e some.
Amor são como Discos Voadores. Aparecem e somem. Nunca sei a razão exata porque apareceram para mim, da mesma forma que nunca sei porque desapareceram. Algumas vezes fui abduzido, mas logo me devolveram, parece que só queriam estudar meu coração e sexo.
Meu foco mesmo é encontrar a poesia perfeita.
pco/.
sábado, 14 de dezembro de 2013
“O amor nada dá, se não de si próprio
E nada recebe, se não de si próprio
O amor não possui nem se deixa possuir
Pois o amor basta-se a si mesmo”
Gibran Khalil Gibran
==================================================
Não me julgue e condene por só acreditar nesse amor de que fala Gibran
amor que nunca conheci pessoalmente
mas nunca me cansei de procurar
em todos os lugares que fui
o amor que "não se deixa possuir"
o amor que "nada dá"
o amor que é apenas amor
nada mais
conheci diversos outros amores
mas nunca conheci o amor que não possui
o amor que liberta
até já libertei por amor
algumas vezes
dê o nome que você quiser a esse amor
chame-o de incondicional se preferir
mas eu continuarei apenas a chamá-lo
simplesmente de amor
amor, sem nada depois
sem adjetivos, sem advérbios
somente e simplesmente amor
amor que "basta a si mesmo"
amor que está sempre presente
quando você sempre está ausente
amor que espera
que não se desespera
amor que está na minha mente
não me julgue por minhas palavras
escrever nunca foi uma pretensão minha
pco/.
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
NAVEGUE NESSE BLOG MEU IRMÃO(Ã). VOCÊ PODE SE ILUMINAR
“Don’t knock masturbation. It’s sex with someone I love.”
Tradução: "Não zombe de masturbação. É sexo com
alguém que eu amo."
Filme: Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall, 1977)
Quem diz: Alvy Singer (Woody Allen).
MAIS UMA VEZ "TABACARIA"
Li hoje na revista Bula do jornalista Carlos Willian Leite a lista dos 10 maiores poemas dos últimos 200 anos, de acordo com pesquisa que o jornalista fez a 30 convidados - escritores, críticos, professores e jornalistas. As 10 maiores poesias em todos os tempos.
Mais uma vez aparece na lista dos 10 mais, o meu poema
preferido, "Tabacaria" de Fernando Pessoa, o qual já
publiquei aqui nesse blog mais de uma vez. Em todas as
listas dos maiores poemas nunca deixei de ver o poema
"Tabacaria" fora, ele consta em todas as listas que tive
conhecimento.
Se como disse o poeta Mário Quintana - um bom poema é
aquele que lê a gente em vez da gente o ler. Se é verdade,
como disse Nietzsche que - tiramos de um livro ou de um
poema aquilo que temos dentro da gente -, se isso for
verdade, esse poema "Tabacaria" é tudo isso para mim. Ele
me leu e ele está dentro de mim.
Penso que um padre no confissionário deveria dizer assim
para os pecadores depois de ouvir seus pecados:
- "Meu filho, minha filha, reze 3 "Pai Nossos", 3 "Aves Marias"
e leia o poema "Tabacaria" de Fernando Pessoa 3 vezes
ao dia."
Segue um trecho do poema. Aqui no blog você o encontra na
íntegra em "Marcadores - Fernando Pessoa".
pco/.
Tabacaria
(Fernando Pessoa)
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo.
que ninguém sabe quem é
( E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Do meu quarto de um dos milhões do mundo.
que ninguém sabe quem é
( E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
(Trecho de “Tabacaria”, de Fernando Pessoa)
Assinar:
Postagens (Atom)