domingo, 23 de junho de 2013

ERRÂNCIA DO MUNDO

O mundo e o poeta iludido
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão tento me explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos
Que ninguém decifra

Vomito este tédio sobre a cidade suja.
Quase sessenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado.

A minha descrença é o melhor de mim
Com ela me salvo desses dias bestas e dessa hipocrisia nojenta

Nada sei.
Mas escrevo mesmo assim
Não há outro caminho

Regressei da solidão
Na companhia de outra solidão
Foi uma busca em vão

Escrever é pura perda de tempo.
Mas escrevo assim mesmo
Não há outro caminho 


(© Paulo Cesar de Oliveira – 23-06-2013)