ERRÂNCIA
DO MUNDO
O
mundo e o poeta iludido
fundem-se
no mesmo impasse.
Em
vão tento me explicar, os muros são surdos.
Sob
a pele das palavras há cifras e códigos
Que
ninguém decifra
Vomito
este tédio sobre a cidade suja.
Quase
sessenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado.
A
minha descrença é o melhor de mim
Com
ela me salvo desses dias bestas e dessa hipocrisia nojenta
Nada
sei.
Mas
escrevo mesmo assim
Não
há outro caminho
Regressei
da solidão
Na
companhia de outra solidão
Foi
uma busca em vão
Escrever
é pura perda de tempo.
Mas
escrevo assim mesmo
Não
há outro caminho
(© Paulo Cesar de
Oliveira – 23-06-2013)