MONÓLOGO
Sobrevivi a mais um ano
Nessa vida já são um pouco
mais de 58 anos de sobrevivência
Quem sou eu?
Essa é a grande pergunta?
De onde venho?
Essa é a segunda grande
pergunta
O que eu fiz ou faço aqui?
Nos últimos anos tenho
buscado a resposta para aquelas duas perguntas anteriores
Mas antes disso eu fazia
outras coisas ou outras coisas iam me fazendo
Estou aprendendo nesse grande
planeta escola
Trago hoje um coração
arranhado nessa caminhada
Mas inteiro e saudável como
nunca
Nessa caminhada levo comigo
meu vinho tinto seco e minhas poesias
São para me fazer companhia
Cada ano cronológico,
temporal, é a abertura de um novo portal
Que ultrapasso com gratidão e
alegria, aprendendo uma lição todo dia
Se sou poeta, louco ou
desiludido?
Não!
Sou um aprendiz
Tenho inimigos?
Tenho
Se eu sei quem são?
Sei:
O medo, a culpa, o ego e a
ilusão
Tenho amigos?
Também tenho
Se eu sei quem são?
Sei
São aqueles que caminham ao
meu lado, meus irmãos
Quem me mostrou o caminho?
Meu irmão mais velho
O nome dele?
As pessoas aqui no Brasil o
conhecem como Jesus
O que ele me ensinou?
Uma única lição, o amor
universal, incondicional
Se eu pratico?
Às vezes, quando venço aqueles meus inimigos
Por que eu escrevo?
Acho que é porque tenho
vergonha de chorar
Mas você não é alegre?
Sim, quando não estou triste
sou alegre
É porque às vezes penso que sou um poeta
(© 01.01.2013 – Paulo Cesar
de Oliveira)