sexta-feira, 20 de abril de 2012

PODE O PENSAMENTO ESTAR CÔNSCIO DE SEU PRÓPRIO MOVIMENTO ?

Essa me foi enviada pela amiga Silvana Babedo.

Pode o pensamento estar cônscio de seu próprio movimento? Pode o pensamento ver a si mesmo, ver o que está fazendo, tanto no exterior como no interior? Não existe de fato exterior e interior: o interior cria o exterior, e o exterior então molda o interior. Este fluxo e refluxo de ação e reação é o movimento do pensamento, e o pensamento está sempre tentando superar o exterior, e consegue, provocando muitos problemas; ao resolver um problema, outro problema surge. O pensamento também moldou o interior, modelou-o de acordo com as necessidades exteriores. Este processo aparentemente interminável criou esta sociedade, feia, cruel, imoral e violenta. E tendo criado-a, o interior se tornou seu escravo. O exterior molda o interior, o interior molda o exterior. Este processo vem acontecendo por milhares e milhares de anos e o pensamento parece não entender sua própria atividade. Então perguntamos:

PODE O PENSAMENTO ESTAR CÔNSCIO DE SI MESMO – CÔNSCIO DO QUE ESTÁ FAZENDO?

Não existe pensador separado de pensamento; o pensamento formou o pensador, o experimentador, o analista.
O pensador, aquele que está olhando, o que age, é o passado, com toda a herança do homem, geneticamente, biologicamente – as tradições, hábitos, e todo o conhecimento acumulado. Afinal, o passado é conhecimento, e o pensador não está separado do passado.
O pensamento criou o passado, pensamento é passado; então o pensamento divide o pensador e o pensamento, que o pensador pode moldar, controlar. Mas isso é uma falácia; só existe pensamento. O ego é o ‘eu’, o passado. A imaginação pode projetar o futuro mas é ainda a atividade do pensamento. 

 - Krishnamurti to Himself