domingo, 29 de abril de 2012

DOCE ILUSÃO QUE ME FAZ TANTA FALTA AGORA

Eu só quero sair de fininho da vida pela porta dos fundos sem que ninguém notasse minha ausência, nem mesmo eu. 

Não quero levar nada, tão pouco deixar nada. 
Minha estada aqui foi um grande engano e minha permanência perpetua esse mesmo engano.

Qualquer palavra escrita ou falada ou até mesmo o meu silêncio será um julgamento e portanto desprovido de qualquer valor. 

Tenho passado meus últimos anos tentando descobrir como cheguei aqui e o que estou fazendo. 

Não há busca, nem buscador, nem o que buscar, tudo é oculto. 

Quanto mais acumulo informações menos conheço. 

O que fiz de mim? 

Estou surdo, mudo e o que vejo não existe. Na verdade nunca existiu. 

Doce ilusão que me embriagava e me fazia esquecer do mundo quando fazia amor com você. 

Era somente aquelas pequenas horas que eu tinha para ser feliz. 

Doce ilusão que me faz tanta falta agora.

(Paulo Cesar de Oliveira) 

QUANDO O AMOR SE FOI

Quando o amor se foi

A poesia chegou 

E chegou com pressa

 

O amor nunca mais voltou 

Mas a poesia ficou 

 

E foi ficando timidamente 

E foi crescendo e me envolvendo 

Até se tornar minha única amante 

 

Agora, 

quando sinto saudades do amor 

A poesia senta ao meu lado 

Acaricia meus cabelos brancos 

E me serve uma taça de vinho tinto 

 

Sabe amor,

Tu és apenas uma loucura 

 

Senta aí com a gente 

Beba um pouco desse vinho 

Ouça essa música 

E vê se me esquece 


(©2012 4 - Paulo Cesar de Oliveira)

sexta-feira, 27 de abril de 2012

MENTE - REENCARNAÇÃO - CARMA

 O QUE É A MENTE? 
  (Extraído de Transforme sua vida por Venerável Geshe Kelsang Gyatso.) 

Alguns pensam que a mente é o cérebro ou qualquer outra parte ou função do corpo, mas não é verdade. O cérebro é um objeto físico que pode ser visto, fotografado ou submetido a uma cirurgia. A mente, por outro lado, não é algo material. Ela não pode ser vista com os olhos nem fotografada ou operada. Portanto, o cérebro não é a mente, mas apenas uma parte do corpo. 
Não há nada dentro do corpo que possa ser identificado como sendo nossa mente, porque nosso corpo e mente são entidades diferentes. Por exemplo, às vezes nosso corpo está descontraído e imóvel, e a mente em plena atividade, movendo-se rapidamente de um objeto para outro. Isso indica que nosso corpo e mente não são a mesma entidade. 

Nas escrituras budistas, nosso corpo é comparado a uma hospedaria, e a mente, ao hóspede que ali reside. Quando morremos, a mente deixa o corpo e vai para uma próxima vida, como um hóspede que sai de uma hospedaria e vai para outro lugar. 

Se a mente não é o cérebro nem outra parte qualquer do corpo, o que ela é? A mente é um continuum sem forma, que tem como função perceber e entender os objetos. Sendo, por natureza, algo sem forma, ou não corpóreo, ela não pode ser obstruída por objetos físicos. 

É muito importante conseguir distinguir estados mentais agitados de estados mentais pacíficos. Como explicado no capítulo anterior, os estados mentais que perturbam nossa paz interior, como raiva, inveja e apego desejoso, são denominados ‘delusões’ e são as principais causas de todo o nosso sofrimento. 

Talvez pensemos que nosso sofrimento seja provocado por outras pessoas, pela falta de condições materiais ou pela sociedade, mas, na realidade, ele vem dos nossos próprios estados mentais deludidos. A essência da prática espiritual consiste em reduzir e, por fim, erradicar totalmente nossas delusões, substituindo-as por paz interior permanente. Esse é o verdadeiro significado da nossa vida humana.

O ponto essencial que aprendemos ao entender a mente é que a libertação do sofrimento não pode ser encontrada fora da mente. A libertação permanente só pode ser alcançada por meio da purificação da mente. Sendo assim, se quisermos nos livrar dos problemas e alcançar paz duradoura e felicidade, precisamos aumentar nosso conhecimento e compreensão da mente. 

Reencarnação 

Muitas pessoas acreditam que, quando o corpo se desintegra na morte, o continuum mental cessa e a mente deixa de existir, como uma chama de vela que se apaga quando toda a cera é consumida. Certas pessoas chegam a pensar em suicídio na esperança de que a morte ponha um fim a seus problemas e sofrimentos. 

Contudo, tais idéias são totalmente errôneas. Como explicado, o corpo e a mente são entidades separadas e, assim, apesar do corpo se desintegrar na morte, o continuum da mente não é interrompido. 

Em vez de cessar, a mente apenas deixa o corpo atual e vai para a próxima vida. Isso significa que para nós, os seres comuns, a morte só traz novos sofrimentos, ao invés de eliminá-los. Por não entender isso, muitas pessoas destroem suas preciosas vidas humanas cometendo suicídio. 

Outra maneira de compreender a existência de vidas passadas e futuras é examinar o processo de dormir, sonhar e acordar, devido à grande semelhança que este tem com o processo de morrer, passar pelo estado intermediário e renascer. Quando dormimos, nossos ventos interiores densos se reúnem e se dissolvem dentro de nós, e nossa mente se torna cada vez mais sutil até se transformar na mente muito sutil da clara luz do sono. Enquanto a clara luz do sono está manifesta, experimentamos o sono profundo e, aos olhos dos outros, parecemos mortos. Quando a clara luz do sono cessa, nossa mente se torna cada vez mais densa e passamos pelos diversos estágios do estado de sonho. Por fim, nossas faculdades normais de memória e de controle mental são restauradas e acordamos. Quando isso acontece, nosso mundo do sonho desaparece e percebemos o mundo do estado desperto. 

Um processo muito parecido acontece quando morremos. Ao morrer, nossos ventos se dissolvem dentro de nós e nossa mente torna-se progressivamente mais sutil até a manifestação da mente muito sutil da clara luz da morte. A experiência da clara luz da morte é muito similar à do sono profundo. Quando a clara luz da morte cessa, experienciamos as etapas do estado intermediário, ou bardo, em tibetano – um estado que é como um sonho e acontece entre a morte e o renascimento. Passados alguns dias ou semanas, o estado intermediário termina e renascemos. Assim como, ao acordar, o mundo do sonho desaparece e percebemos o mundo do estado desperto, ao renascer, as aparências do estado intermediário cessam e percebemos o mundo da nossa próxima vida. A única diferença significativa entre esses dois processos é que, após o cessar da clara luz do sono, a conexão entre a nossa mente e o nosso corpo atual continua intacta, ao passo que, depois da clara luz da morte, ela é rompida. Contemplando isso, podemos nos convencer da existência de vidas passadas e futuras. 

CARMA

 A lei do carma é um exemplo especial da lei de causa e efeito, segundo a qual todas as nossas ações de corpo, fala e mente são causas, e todas as nossas experiências são os seus efeitos. 

A lei do carma explica por que cada indivíduo tem um temperamento único, uma aparência física única e experiências únicas. Esses são os diversos efeitos das incontáveis ações que cada um realizou no passado. Não encontramos duas pessoas que tenham criado exatamente a mesma história de ações ao longo de suas vidas passadas e, portanto, nunca encontraremos duas pessoas com estados mentais idênticos, experiências idênticas e aparência física idêntica. Cada pessoa tem um carma individual específico. Algumas pessoas desfrutam de boa saúde, ao passo que outras estão constantemente doentes. Algumas são muito bonitas, outras, muito feias. Algumas têm bom temperamento e se contentam facilmente, outras são rabugentas e raramente gostam de algo. Há pessoas que compreendem com facilidade os ensinamentos espirituais, enquanto outras os consideram difíceis e obscuros. 

Carma significa ação e se refere às nossas ações de corpo, fala e mente. Toda ação deixa uma marca, ou potencialidade, em nossa mente muito sutil e cada uma dessas marcas dá origem a seu próprio efeito. Nossa mente é como um campo e realizar ações é como plantar sementes nele. Ações virtuosas semeiam felicidade futura e ações não-virtuosas semeiam sofrimento futuro. 

As sementes que plantamos no passado permanecem em estado dormente até que as condições necessárias para que elas germinem se reúnam. Em alguns casos, isso pode acontecer muitas vidas depois da ação original ter sido cometida. Foi por causa do nosso carma, ou ações, que nascemos neste mundo impuro e contaminado e experienciamos tantas dificuldades e problemas. Nossas ações são impuras, porque nossa mente está contaminada pelo veneno interior do auto-agarramento. Essa é a razão fundamental porque experienciamos sofrimentos. 

O sofrimento é criado por nossas próprias ações, ou carma; não nos é dado como punição. Sofremos porque, em nossas vidas anteriores, cometemos muitas ações não-virtuosas. A fonte de todas essas ações negativas são as nossas próprias delusões, como raiva, apego e a ignorância do auto-agarramento. 

Uma vez que tenhamos purificado nossa mente do auto-agarramento e de todas as outras delusões, nossas ações serão naturalmente puras. 

Como resultado, todas as nossas experiências também serão puras. Viveremos num mundo puro, onde nosso corpo, prazeres e amigos serão puros. Não haverá o menor traço de sofrimento, impureza ou problemas. É assim que podemos encontrar verdadeira felicidade em nossa mente.

sábado, 21 de abril de 2012

À NOITE

À NOITE
ENQUANTO OS HOMENS BEBEM CERVEJAS E PINGAS NOS BARES
AS MULHERES CHORAM
DE NOITE OU DE DIA
QUANDO NINGUÉM OLHA

DERRAMAM LÁGRIMAS
E ENCHARCAM TRAVESSEIROS E LENÇÓIS
LAMENTANDO A FALTA DE HERÓIS

À NOITE
OS HOMENS SEM ESPERANÇAS E CANSADOS
BEBEM CERVEJAS E PINGAS NOS BARES

ENQUANTO ISSO AS MULHERES CHORAM
DE NOITE OU DE DIA
QUANDO NINGUÉM OLHA

LÁGRIMAS VAZAM
CORAÇÕES ENTRISTECEM
E AS NOVELAS FALAM DE AMOR

À NOITE
NA ESCURIDÃO DA TUA ALMA
OS HOMENS BEBEM
CONTAM VANTAGENS
AS MULHERES CHORAM
E PENSAM NOS FILHOS

ALGUNS ANIMAIS CAÇAM
OUTROS DORMEM

MAS O POETA ESCREVE

PORQUE É NOITE
E CADA UM FAZ O QUE QUER

MAS DE DIA
VOLTA TODA AQUELA HIPOCRISIA
CADA UM FINGE O QUE NÃO É
NO TRABALHO, NA RUA OU EM CASA
HOMEM OU MULHER

MAS NOVAMENTE
QUANDO À NOITE CHEGA
OS HOMENS BEBEM...



(© 2012 4 - Paulo Cesar de Oliveira)

O PROBLEMA ESTÁ NO POVO

Os generais governantes da ditadura militar não serviam, Sarney não servia, Collor também não, Itamar Franco e seu topete não servia, FHC não servia, nem o Lula. Agora dizemos que a Dilma não serve. E o que vier depois Dilma não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que for o presidente desse país. O problema está em nós. Nós como povo.

Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro, o dólar ou lingote de ouro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. 

Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos ... e para eles mesmos. 

Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um dvd ou cd falso, onde se suborna o guarda de trânsito por ter estacionado na calçada.

Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros. Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem econômica. 

Pertenço a um país onde as pessoas estão morrendo nas filas dos hospitais públicos.
Onde nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar a alguns.

Pertenço a um país onde as carteiras de habilitação e as declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, um idoso ou um inválido, fica em pé no ônibus, metrô e trem, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar-lhe o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o ser humano. 

Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.

Quanto mais analiso os defeitos do Lula e da Dilma, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto os políticos são os culpado, melhor sou eu como brasileiro. Não. Não. Não. Já basta.

Como "matéria prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que nosso país precisa. 

Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTERTICE BRASILEIRA" congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos escândalosos na política, em CPI's, essa falta de qualidade humana, essa mania de querer levar vantagens em tudo, mais do que FHC, Lula, Dilma, PSDB, PT, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte...

Fico triste. Porque, ainda que Dilma fosse embora hoje mesmo, o próximo que a suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu os governantes militares, nem está servindo os civis. 

Qual é a alternativa?

Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? 

Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados.... igualmente abusados!

É muito bom ser brasileiro, afinal Deus também o é. Mas quando essa brasilidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...

Não esperemos acender uma vela a todos os santos, para que nos mandem um messias, um salvador.

Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos brasileiros nada poderá fazer. Está muito claro para mim. Somos nós que temos que mudar.

Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda nos acontecendo: desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Da hipocrisia e da mentira descarada.

Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.

E você, o que pensa?.... MEDITE!

(Este artigo foi originalmente escrito pelo português Eduardo Prado Coelho falando de seu país Portugal. Devido a enorme semelhança com o Brasil fiz uma adaptação do mesmo, com inclusões e exclusões, inclusive mudando o título  -  Paulo Cesar de Oliveira)

EMPRESAS BRASILEIRAS DOMINAM RANKING DE PREJUÍZO NA AMÉRICA LATINA

20/04/2012


Empresas de Eike Batista têm prejuízo de mais de R$ 1 bilhão em 2011.


Em um ranking com as 30 empresas de capital aberto da América Latina que fecharam 2011 com os maiores prejuízos, 20 são brasileiras. Entre elas, OGX e MPX, de Eike Batista, além de Gol, TAM, Gafisa, Camargo Correa, Fibria e Marfrig. O ranking foi feito pela consultoria Economatica.


Segundo o levantamento, a empresa latino-americana que amargou o maior prejuízo no ano passado foi a mexicana Cemex, fabricante de cimento, com perdas de US$ 1,37 bilhão.


Em segundo lugar ficou a Chile Vapores, chilena de transporte marítimo, com US$ 1,24 bilhão de prejuízo. A terceira colocada foi a brasileira Gafisa, de construção, com perdas de US$ 503,7 milhões, segundo a Economática.

MAIORES PREJUÍZOS ENTRE EMPRESAS DE CAPITAL ABERTO DA AMÉRICA LATINA

Posição Nome/Setor País Prejuízo 2011

1 Cemex (cimento/concreto) México - US$ 1,37 bilhão
2 Vapores (transporte marítimo) Chile - US$ 1,25 bilhão
3 Gafisa (construção) Brasil - US$ 504 milhões
4 Fibria (papel e celulose) Brasil - US$ 465 milhões
5 Gol (companhia aérea) Brasil - US$ 401 milhões
6 Marfrig (carne) Brasil - US$ 398 milhões
7 Rede Energia (energia) Brasil - US$ 367 milhões
8 Braskem (química) Brasil - US$ 280 milhões
9 Cobrasma (equipamentos ferroviários) Brasil - US$ 265 milhões
10 OGX (petróleo e gás) Brasil - US$ 257 milhões
11 Springs (roupas) Brasil - US$ 219 milhões
12 MPX (energia) Brasil - US$ 218 milhões
13 Pampa Energia S.A. (carne) Argentina - US$ 216 milhões
14 Celpa (energia) Brasil - US$ 209 milhões
15 TAM (companhia aérea) Brasil - US$ 179 milhões
16 Vulcabras (calçados) Brasil - US$ 168 milhões
17 Hrt Petróleo (petróleo) Brasil - US$ 162 milhões
18 Axtel (telecomunicações) México - US$ 146 milhões
19 Coteminas (roupas) Brasil - US$ 138 milhões
20 Lupatech (energia e metalurgia) Brasil - US$ 129 milhões
21 CEEE-D (energia, gás e água) Brasil - US$ 108 milhões
22 Edesur (energia) Argentina - US$ 107 milhões
23 Camargo Correa (construção) Brasil - US$ 103 milhões
24 Edenor (energia) Argentina - US$ 101 milhões
25 V-Agro (agronegócio) Brasil - US$ 100 milhões
26 Cementos (cimento/concreto) Chile - US$ 91 milhões
27 Axxion (serviços financeiros) Chile - US$ 88 milhões
28 Comercial del Plata (administração) Argentina - US$ 88 milhões
29 Interocean (transporte marítimo) Chile - US$ 79 milhões
30 Viver (construção) Brasil - US$ 61 milhões


Fonte: Economatica


Por setor


Entre as 30 empresas de capital aberto com maior prejuízo, há seis do setor de energia elétrica --sendo quatro brasileiras. Entre elas está a MPX Energia, do grupo do bilionário Eike Batista, que registrou perda de US$ 217,8 milhões.


O setor de construção de edifícios residenciais tem três representantes brasileiras, com a Gafisa, CCDI e Viver.


As empresas aéreas Gol e TAM também fazem parte da lista --a primeira, com prejuízo de US$ 400,6 milhões, na quinta colocação; e a TAM, com US$ 178,6 milhões, na 15ª colocação.
Metodologia


Para o calculo do prejuízo em dólares, a Economática considerou os valores publicados pelas empresas latinas nos respectivos órgãos de fiscalização locais --por exemplo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no Brasil.


Os números foram convertidos pelo dólar do dia 31/12/2011 (no Brasil, o dólar Ptax Venda).

sexta-feira, 20 de abril de 2012

QUER SER FELIZ DE VERDADE?

Escrito por Rubem Alves

Faz cinco anos que um grupo de amigos se reúne comigo para ler poesia.

Para que ler poesia? Para a gente ficar mais tranqüilo e mais bonito.

Mas não me entendam mal. Já observaram os urubus - como eles voam em meio à ventania? Eles nem batem as asas. Apenas deixam-se levar, flutuam. Esse jeito de ser chama-se sabedoria.

A poesia nos torna mais sábios, retirando-nos do torvelinho agitado com que a confusão da vida nos perturba. Drummond, escrevendo sobre a Cecília Meireles, disse: "Não me parecia criatura inquestionavelmente real; por mais que aferisse os traços de sua presença entre nós, marcada por gestos de cortesia e sociabilidade, restava-me a impressão de que ela não estava onde nós a víamos. Por onde erraria a verdadeira Cecília, que, respondendo à indagação de um curioso, admitiu ser seu principal defeito 'uma certa ausência do mundo '?

Do mundo como teatro, em que cada espectador se sente impelido a tomar parte frenética no espetáculo, sim; mas não, porém, do mundo das essências, em que a vida é mais intensa porque se desenvolve em um estado puro, sem atritos, liberta das contradições da existência.
Pois é isso que a poesia faz: ela nos convida a andar pelos caminhos da nossa própria verdade, os caminhos onde mora o essencial.

Se as pessoas soubessem ler poesia é certo que os terapeutas teriam menos trabalho e talvez suas terapias se transformassem em concertos de poesia!
Pois aconteceu que, numa dessas reuniões, quando líamos trechos da Agenda 2001 - Carpe Diem, encontramos, no dia 2 de fevereiro, essa afirmação de Gandhi:
"Eu nunca acreditei que a sobrevivência fosse um valor último. A vida, para ser bela, deve estar cercada de vontade, de bondade e de liberdade.

Essas são coisas pelas quais vale a pena morrer.

" Essas palavras provocaram um silêncio meditativo, até que um dos membros do grupo, que se chama "Canoeiros", sugeriu que fizéssemos um exercício espiritual. Um joguinho de "faz-de-conta". Vamos fazer de conta que sabemos que temos apenas um ano mais de vida. Como é que viveremos, sabendo que o tempo é curto, "tempus fugit"?
A consciência da morte nos dá uma maravilhosa lucidez.

D. Juan, o bruxo do livro "Viagem a Ixtlan", advertia o seu discípulo: "Essa bem pode ser a sua última batalha sobre a terra". Sim, bem pode ser. Somente os tolos pensam de outra forma.

E se ela pode ser a última batalha, ela deve ser uma batalha que valha a pena.

E, com isso, nos libertamos de uma infinidade de coisas tolas e mesquinha que permitimos se aninhem em nossos pensamentos e coração. Resta então a pergunta:

"O que é o essencial?"

Um conhecido meu, místico e teólogo da Igreja Ortodoxa Russa (seu livro - maravilhoso - "Para a vida do mundo", está sendo traduzido e em breve será publicado pela Paulus), ao saber que tinha um câncer no cérebro e que lhe restavam não mais que seis meses de vida, chegou à sua esposa e lhe disse: "Inicia-se aqui a liturgia final".

E, com isso, começou uma vida nova.

As etiquetas sociais não mais faziam sentido.

Passou a receber somente as pessoas que desejava receber, os amigos, com quem podia compartilhar seus sentimentos. Eliot se refere a um tempo em que ficamos livres da compulsão prática - fazer, fazer, fazer. Não havia mais nada a fazer.

Era hora de se entregar inteiramente ao deleite da vida:
ver os cenários que ele amava, ouvir as músicas que lhe davam prazer, ler os textos antigos que o haviam alimentado.
O fato é que, sem que o saibamos, todos nós estamos enfermos de morte e é preciso viver a vida com sabedoria para que ela, a vida, não seja estragada pela loucura que nos cerca.

Lembrei-me das palavras de Walt Whitman: "Quem anda duzentos metros sem vontade/ anda seguindo o próprio funeral / vestindo a própria mortalha..."

Pensei então nas minhas longas caminhadas pelo meu próprio funeral, fazendo aquilo que não desejo fazer, fazendo porque outros desejam que eu faça. "Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim" - Álvaro de Campos.

Sou esse intervalo, esse vazio - de um lado o meu desejo (onde foi que o perdi?); do outro lado o desejo dos outros que esperam coisas de mim. Não, não são os inimigos que me impõem o intervalo.

Inimigos - não lhes dou a menor importância.

Os desejos que me pegam são os desejos das pessoas que amo - anzóis na carne

Como tenho raiva do Antoine de Saint Exupéri - "tornamo-nos eternamente responsáveis por aqueles que cativamos..." Mas isso não é terrível? Ser responsável por tanta gente?

Cristo, por amar demais, terminou na cruz.

Embora não saibamos, o amor também mata. Então, abandonar o amor? Não. Mas é preciso escolher. Porque o tempo foge. Não há tempo para tudo. Não poderei escutar todas as músicas que desejo, não poderei ler todos os livros que desejo, não poderei abraçar todas as pessoas que desejo.

É necessário aprender a arte de "abrir mão" - a fim de nos dedicarmos àquilo que é essencial. Aí eu comecei a pensar nas coisas que amo e que abandonei - vejam só:
nesse preciso momento me dei conta de que, por causa dessa crônica não liguei a fonte que faz um barulhinho de água e nem pus nenhuma música no meu tocador de CDs, a pressa era demais, a obrigação era mais forte. Tudo bem agora, a fonte faz o seu barulhinho e o Arthur Moreira Lima toca minha sonata favorita de Mozart, em lá maior KV 331 - coisas que amo e abandonei.

Eu, mau leitor de poesia!

Poesia lida e não vivida!

Não levei a sério o dito pelo Fernando Pessoa: "Ai, que prazer não cumprir um dever. Ter um livro para ler e não o fazer!

Grande é a poesia, a bondade e as danças... Mas o melhor do mundo são as crianças..."

Sempre fui louco por jardins. Uns acham que eu não acredito em Deus. Como não acreditar em Deus se há jardins?

Um jardim é a face visível de Deus. E essa face me basta.

Não tenho necessidade de ir olhar atrás das estrelas... Escrevi inúmeros textos sobre jardins. Num jardim estou no paraíso. Mas, que foi que fiz com o meu jardim? Abandonei. A caixa das abelhinhas apodreceu, caiu a tampa e eu não fiz nada. Cresceu o mato eu eu não fiz nada. Da fonte tirei os peixes, coitados... De lugar de prazer, onde se assentar em abençoada vadiação contemplativa, meu jardim virou um lugar de passagem.

Abandonei o meu amigo, por causa do dever.

Para o inferno com o dever! Vou mesmo é cuidar do meu jardim. Por prazer meu. E pela alegria das minhas netas. Vou reformar a fonte, vou fazer um balanço (que os paulistas insistem em chamar de balança...), vou reformar o gramado, vou refazer a casa das abelhinhas, vou fazer uma cobertura para as orquídeas. E mais, vou fazer uma "casinha de bruxa", cheia de brinquedos, para as minhas netas, a Mariana, a Camila, a Ana Carolina, a Rafaela e a Bruna... Quero brincar com elas. Breve elas terão crescido e não mais terei netas com quem brincar. "Mas o melhor do mundo são as crianças..."
Vou voltar a tocar piano - coisas fáceis: a "Fantasia", de Mozart, a "Träumerai", de Schumann, o Improviso op. 90. n. 4 de Schubert, o prelúdio da "Gota dágua", de Chopin, alguns adágios de sonatas de Beethoven.
Quero ouvir música: aquelas que fazem parte da minha alma. Pois a alma, no seu lugar mais fundo, está cheia de música.

E, sem precisar me desculpar pelo meu gosto, digo que amo música erudita. Música erudita é aquela que nos faz comungar com a eternidade. As outras, são bonitas e gostosas - mas são coisa do tempo.

Quero reler livros que já li. Vou relê-los porque é sempre uma alegria caminhar por caminhos conhecidos e esquecidos. É como se fosse pela primeira vez.

Não quero novidades. Não vou comprar apartamentos ou terrenos. Não quero viajar por lugares que desconheço.

Eliot: "E ao final de nossas longas explorações chegaremos finalmente ao lugar de onde partimos e o conheceremos então pela primeira vez..." É isso.

Voltar às minhas origens, às coisas de Minas que tanto amo, a cozinha, os jardins de trevo, malva, romãs e manacás, as montanhas, os riachinhos, as caminhadas...
Há coisas que só poderei gozar em solidão. Ninguém é obrigado a gostar das músicas que amo. Entrando no seu mundo, gozarei de abençoada solidão.

Lugar bom para se ouvir música assim é guiando o carro, sozinho, sem precisar conversar.

Mas quero meus amigos. Não do jeito do Roberto Carlos que queria ter um milhão de amigos. Não é possível ter um milhão de amigos.

Quero meus poucos amigos. Amigos: pessoas em cuja presença não é preciso falar...
Estou tentando, estou começando. Espero que consiga...

PODE O PENSAMENTO ESTAR CÔNSCIO DE SEU PRÓPRIO MOVIMENTO ?

Essa me foi enviada pela amiga Silvana Babedo.

Pode o pensamento estar cônscio de seu próprio movimento? Pode o pensamento ver a si mesmo, ver o que está fazendo, tanto no exterior como no interior? Não existe de fato exterior e interior: o interior cria o exterior, e o exterior então molda o interior. Este fluxo e refluxo de ação e reação é o movimento do pensamento, e o pensamento está sempre tentando superar o exterior, e consegue, provocando muitos problemas; ao resolver um problema, outro problema surge. O pensamento também moldou o interior, modelou-o de acordo com as necessidades exteriores. Este processo aparentemente interminável criou esta sociedade, feia, cruel, imoral e violenta. E tendo criado-a, o interior se tornou seu escravo. O exterior molda o interior, o interior molda o exterior. Este processo vem acontecendo por milhares e milhares de anos e o pensamento parece não entender sua própria atividade. Então perguntamos:

PODE O PENSAMENTO ESTAR CÔNSCIO DE SI MESMO – CÔNSCIO DO QUE ESTÁ FAZENDO?

Não existe pensador separado de pensamento; o pensamento formou o pensador, o experimentador, o analista.
O pensador, aquele que está olhando, o que age, é o passado, com toda a herança do homem, geneticamente, biologicamente – as tradições, hábitos, e todo o conhecimento acumulado. Afinal, o passado é conhecimento, e o pensador não está separado do passado.
O pensamento criou o passado, pensamento é passado; então o pensamento divide o pensador e o pensamento, que o pensador pode moldar, controlar. Mas isso é uma falácia; só existe pensamento. O ego é o ‘eu’, o passado. A imaginação pode projetar o futuro mas é ainda a atividade do pensamento. 

 - Krishnamurti to Himself

HOMEM DE FASES

Vivi uma época no Brasil muito boa que foi a década de 60 e 70 do século passado conforme já comentei sobre isso. E melhor ainda, era jovem nessa época, cheio de energia, vitalidade e principalmente esperanças. Isso me tornou um saudosista. Foi uma época de muita criatividade, mesmo com menos liberdade. Ontem mesmo assisti uma entrevista com o cantor e compositor Renato Teixeira no Canal 66 da Sky (Canal Brasil) e o mesmo dizia, ou melhor perguntava ao repórter: "Quem venceu o Médici (ex-presidente militar da ditadura) ou o Chico Buarque (um dos perseguidos pela ditadura)?" Acho que ninguém tem dúvidas que foi o Chico.

Nessa mesma entrevista o Renato Teixeira (hoje com mais de 60 anos) mencionou algo que já tinha percebido, dos 20 aos 40 anos as pessoas têm uma vida mais agitada, com menos compreensão das coisas à sua volta e do mundo que o cerca.Na minha observação é um período em que as pessoas constroem alguma coisa material, inclusive uma vida profissional e conjugal (que necessariamente não implica casamento segundo a sociedade). 

Normalmente, uma transformação na vida das pessoas ocorre quando ela completa 40 anos, dois, ou, no máximo, 3 anos após. Nesse período que vai dos 40 aos 50 anos a pessoa começa a se voltar para dentro de si. É uma fase mais interna do que externa, sem deixar de ser externa, haja vista que está no mundo. A pessoa pisa um pouco no freio, desacelera, reduz a marcha e tende a refletir. Naquele ritmo que ela vinha não conseguirá completar o percurso em bom estado físico, emocional e mental.

Após os 50 anos a pessoa começa a comprrender alguma coisa sobre a vida.

Então, eu acho que a pessoa adquire um melhor equilíbrio a partir dos 50 anos, de modo geral, genericamente falando. Há casos e casos, há exceções.

Particularmente, após os 40 anos comecei a ter dificuldades internas de me ADAPTAR ao mundo que via se transformando rapidamente e cujos valores que preservava e acreditava estavam se degradando, como honestidade, sinceridade, menos hipocrisia, menos mediocridade, menos violência de todos os tipos, respeito aos mais velhos, educação, menos barulho, menos televisão, menos circo (entreterimento), mais romantismo, mais poesia, mais qualidade e criação musical, etc, etc, etc... O meu "castelo de areia" (minhas ilusões) estava desmoronando.

Foi os 43 anos de idade que iniciei busca para uma  nova realidade que podemos chamar "espiritualidade", no início como um religioso qualquer, até compreender que religião nada tem a ver com espiritualidade. Espiritualidade para mim é conhecer a si próprio.

Meus erros, enganos e ilusões aconteceram porque eu não me conhecia, melhor dizendo, nada conhecia sobre mim mesmo, SOBRE O FUNCIONAMENTO DA MINHA MENTE.

Não que eu conheça tudo agora, mas conheço bem mais a respeito de mim mesmo hoje do que há 15 anos atrás. Isso me tornou mais equilibrado. Não se trata de buscar Deus ou se salvar. Trata-se de BUSCAR A SUA PRÓPRIA LUZ. E ninguém, conseguirá fazer isso sem compreender o que é o ego e como ele, funciona.
É uma afirmativa ousada essa minha, mas tenho certeza dela.

É o início da construção de um novo "castelo", dessa vez de rocha, engravado na própria rocha. Mas isso é uma vida solitária. Você ainda vive no mundo, mas aquele mundo já não lhe pertence mais. Ninguém, nem mesmo seus familiares lhe compreendem. Você está só e ao mesmo tempo nunca esteve tão bem acompanhado.

(Paulo Cesar de Oliveira)

terça-feira, 17 de abril de 2012

INDICAÇÕES DE VÍDEOS DO YOUTUBE

(Melhor usando fone de ouvido)

LIBERANDO O EGO HUMANO:

http://www.youtube.com/watch?v=jz5QuCp0sbQ&feature=g-vrec&context=G2576804RVAAAAAAAAAw


BUDA - SUPERAÇÃO DO EGO E A ILUMINAÇÃO

http://www.youtube.com/watch?v=xkPtWnPf7LU&feature=related

segunda-feira, 16 de abril de 2012

"O mundo é um lugar que faz eco. Se atirarmos raiva, a raiva voltará; se dermos amor, o amor voltará.

Mas esse é um fenômeno natural, e não precisamos pensar sobre ele. Podemos confiar: isso acontece por si mesmo. Esta é a lei do carma: tudo o que você semeia, você colhe; tudo o que você dá, você recebe.


Assim, não há necessidade de pensar a respeito, é automático. Odeie, e será odiado; ame; e será amado."

Osho, em "Osho Todos os Dias"

HINO NACIONAL (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)

Precisamos descobrir o Brasil!
Escondido atrás as florestas,
com a água dos rios no meio,
o Brasil está dormindo, coitado.
.
Precisamos colonizar o Brasil.
O que faremos
importando francesas
muito louras,
de pele macia,
alemãs gordas,
russas nostálgicas
para garçonettes dos restaurantes noturnos.
E virão sírias fidelíssimas.
Não convém desprezar as japonesas...
.
Precisamos educar o Brasil.
Compraremos professores e livros,
assimilaremos finas culturas,
abriremos dancings
e subvencionaremos as elites.
Cada brasileiro terá sua casa
com fogão e aquecedor elétricos,
piscina,
salão para conferências científicas.
E cuidaremos do Estado Técnico.
.
Precisamos louvar o Brasil.
Não é só um país sem igual.
Nossas revoluções
são bem maiores do que quaisquer outras;
nossos erros também.
E nossas virtudes?
A terra das sublimes paixões...
os Amazonas inenarráveis...
os incríveis João-Pessoas...
.
Precisamos adorar o Brasil!
Se bem que seja difícil compreender
o que querem esses homens,
por que motivo eles se ajuntaram
e qual a razão de seus sofrimentos.
.
Precisamos,
precisamos esquecer o Brasil!
Tão majestoso,
tão sem limites,
tão despropositado,
ele quer repousar
de nossos terríveis carinhos.
.
O Brasil não nos quer!
Está farto de nós!
Nosso Brasil é no outro mundo.
Este não é o Brasil.
Nenhum Brasil existe.
E acaso existirão os brasileiros?
.
Quanto a mim,
sonharei com Portugal.
Às vezes,
quando estou triste
e há silêncio nos corredores e nas veias,
vem-me um desejo de voltar a Portugal.
Nunca lá estive, é certo,
como também é certo meu coração,
em dias tais,
ser um deserto.
.

HÁ DISTORÇÕES

Uma das coisas mais importante que li esse ano refere-se a um vídeo de Khrisnamurti no youtube que em certo momento ele diz o seguinte:

"...Os ensinamentos de Jesus ou Buda eles foram impressos (como o UCEM) e traduzidos pelo homem para se ajustar (como o UCEM). Alguns dele são chamados de revelações no cristianismo, e no budismo há os ensinamentos deixados por Buda aos seus discípulos e assim por diante. Mas ainda assim não é uma PERCEPÇÃO DIRETA (observe a palavra percepção, tão utilizada no UCEM), um insight vital NAQUILO QUE É ETERNO. A palavra, o livro, o que quer que seja IMPRESSO, NÃO É A COISA REAL, é apenas um MEIO DE COMUNICAÇÃO entre pessoas que viram algo e querem COMUNICAR aos outros. E durante essa comunicação há DISTORÇÕES E A PESSOA QUE COMUNICA TORNA-SE IMPORTANTE E NÃO AQUILO QUE FOI COMUNICADO... (...) Nós temos que ser a luz de nós próprios. E de maneira alguma podemos depender de alguém. VOCÊ NÃO PODE TER A LUZ DO OUTRO...".

Não podemos "ter a luz do outro" como diz JK, mas aprendemos muito com os outros através dos relacionamentos de todos os tipos, pois, "todo mundo ensina e ensina o tempo todo". "Os relacionamentos são o templo do Espírito Santo".

Ninguém só ensina, ninguém só aprende. Dar e receber é a mesma coisa. Ensinar e aprender é a mesma coisa.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O QUE TENHO BUSCADO?

Tenho buscado o amor
Como um beduíno
Que busca no deserto
Um oásis
E só encontra miragens

Tenho buscado o amor 
Como um cego
Pois, se o amor é cego
Cego eu também sou

Tenho buscado o amor 
Como minha salvação
Para fugir do mundo
E da sua ilusão

Tenho buscado o amor
E tenho encontrado dor
Mas sou um buscador

Tenho buscado o amor
Como alguém que cata estrelas no chão
Como quem busca a si mesmo


( 13.04.2012  - Paulo Cesar de Oliveira)




sábado, 7 de abril de 2012

MUNDOS PARALELOS

Vivo em dois mundos paralelos
Um que foi criado
E outro que eu mesmo criei

Amo duas mulheres numa só
Uma abandonei
Outra eu mesmo inventei

Vivo em dois mundos paralelos
Um em que me perdi
E outro que tento me encontrar

Amo duas mulheres numa só
Uma é paixão
Outra ilusão

Vivo em dois mundos paralelos
Num estou morrendo
Noutro estou nascendo

(©2012  4  - Paulo Cesar de Oliveira)

VILÃO

Virei vilão,
Num mundo que impõe sua falsa verdade,
Em que não existem mocinhos,
Em que os sonhos são para os tolos,
E a felicidade para os falsos.


Virei vilão,
Por trilhar um dos caminhos iguais que me foram apresentados,
Por desejar que tudo fosse diferente quando tudo é igual,
Por desconhecer que tendo início, não importa o meio, o final será sempre o mesmo.


Virei vilão,
Entre vilões materializados em imagens confusas,
Onde ser pode não significar ser.


Virei vilão,
Para compreender o que não pode ser compreendido,
Para sentir o que não pode ser sentido,
Para escolher o que não pode ser escolhido.


Virei vilão,
Para te ver, te sentir e te possuir,
Virei vilão para salvá-la de um mundo,
Sem saber que nele eu estava perdido.

(Alberto Leal - 30 outubro 2004)

PEQUENO PERFIL DE UM CIDADÃO COMUM

Era um cidadão comum como esses que se vê na rua
Falava de negócios, ria, via show de mulher nua
Vivia o dia e não o sol, a noite e não a lua
Acordava sempre cedo (era um passarinho urbano)
Embarcava no metrô, o nosso metropolitano...
Era um homem de bons modos:
"Com licença; - Foi engano"
Era feito aquela gente honesta, boa e comovida
Que caminha para a morte pensando em vencer na vida
Era feito aquela gente honesta, boa e comovida
Que tem no fim da tarde a sensação
Da missão cumprida
Acreditava em Deus e em outras coisas invisíveis
Dizia sempre sim aos seus senhores infalíveis
Pois é; tendo dinheiro não há coisas impossíveis
Mas o anjo do Senhor (de quem nos fala o Livro Santo)
Desceu do céu pra uma cerveja, junto dele, no seu canto
E a morte o carregou, feito um pacote, no seu manto
Que a terra lhe seja leve

(Belchior )

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.

Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.

Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.

( Pablo Neruda )
(Retirado de: Cem sonetos de amor)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

NÃO

Não tenho o que dizer
Não sei o que fazer

Não quero mais te conhecer
Não posso mais beijar você

Não quero conhecer
Não preciso mais saber

Não quero crer
Não sei sofrer

Não quero mais comer
Não vou mais beber

Não quero viver
Não posso morrer


Eu quero mesmo é desaparecer



(©2012 4 - Paulo Cesar de Oliveira)

domingo, 1 de abril de 2012

VOCÊ ME PEDIU UM POEMA...

Me pediste que lhe escrevesse um poema
E não pude fazê-lo
E me entristeci

Meus poemas são flechas envenenadas
Que se voltam contra mim
Não posso atirá-las em ti
Não posso feri-la

Sou um homem cansado
Que não acredita no amor
Se amo não amo a amada
Amo tão somente o amor
E a saudade

Não,isso não é uma contradição
Eu posso amar sim, aquilo que não acredito
O amor não segue nenhuma regra
Nenhuma lógica, nenhuma coerência
Ele simplesmente acontece
Livre de crenças

Sou infiel
Às vezes cruel
Sou triste
De uma tristeza justa

Nunca fui senhor do meu destino
E Deus sempre riu dos meus planos
Vivo
Simplesmente porque não sei fazer outra coisa

Ah! Sim, também sou mentiroso
Mas minto com perfeição
Difícil saber o que é verdade
E o que é ilusão
É como saber a diferença
Entre amor e paixão

Compreende agora?
Porque todos meus poemas
Só podem ser para mim
Como posso dividir com você essa angústia
Toda essa desilusão

Você acredita em tantas coisas
Que um dia também acreditei
Não posso destruir teus sonhos
Talvez você seja igual a essas pessoas
Cujos sonhos são a única coisa que lhes restou

Você gostaria de um poema de amor

Não é mesmo?

Existiu um poeta famoso que um dia escreveu assim:

"Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto."


O mundo, o amor e a felicidade são uma ilusão
Mas, por favor
Não acredite em mim
Viva os teus sonhos



(© 2012 4 - Paulo Cesar de Oliveira)

O QUE É O EGO ?

"O ego é um sacrifício, é o único inferno que conheço" (Osho)