Notícia publicada na edição de 04/02/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 008 do caderno B
A corrupção custa todos os anos aos brasileiros entre 1,4% e 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), uma porcentagem que pode alcançar os US$ 146 bilhões, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que apresentou em dezembro um dos poucos estudos que tenta quantificar o problema. "A percepção da corrupção no Brasil se manteve nos últimos anos de forma constante e bastante alta", disse Fernando Filgueiras, coautor do estudo "Corrupção e Controles Democráticos no Brasil", publicado em 2011.
Como ele, são vários os especialistas que acreditam que os controles públicos aumentaram nos últimos anos de democracia, mas a impunidade continua sendo muito alta e o sistema político em todos os níveis deixa um amplo espaço à corrupção. "Apenas o governo federal dispõe por lei de 90 mil cargos de confiança (de livre nomeação), enquanto nos Estados Unidos são apenas 9.051 e na Grã-Bretanha 300", disse à AFP Claudio Abramo, diretor da ONG Transparência Brasil.
Permutas de cargos
O contraste do Brasil como um país rico, mas do Terceiro Mundo na questão da transparência, emergiu com o caso inédito da renúncia forçada de sete ministros por supostas irregularidades em pouco mais de um ano de governo de Dilma Rousseff. O mais recente caso foi o do ministro das Cidades, Mario Negromonte, que renunciou na quinta-feira, perseguido por denúncias de irregularidades.
A queda em série de ministros é apenas a ponta do iceberg da corrupção que corrói o Brasil de forma endêmica, atravessa a política e representa um de seus maiores desafios para se consolidar como potência econômica mundial, segundo especialistas. "Somos um país rico, mas com costumes de países pobres", declarou à AFP Gil Castello Branco, presidente da Contas Abertas, uma ONG especializada na luta contra a corrupção.
No entanto, Dilma goza de uma popularidade recorde de 72% graças ao bom momento da economia e porque a opinião pública relaciona as renúncias com seu combate à corrupção, e na prática conserva a tradição de assegurar o apoio do Congresso em troca de quotas de poder.
Dilma governa com uma coalizão integrada por 10 partidos, já que o Partido dos Trabalhadores (PT) tem apenas 85 dos 581 assentos na Câmara dos Deputados.
Assim, os ministros perderam os cargos, mas seus partidos conservam os ministérios.
Incorporada à história brasileira, a corrupção é uma das maiores preocupações das classes alta e média em tempos de bonança, e potencial ameaça para os milionários investimentos realizados pelo Brasil para acolher o Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, segundo analistas. O Brasil, como sexta economia mundial é a pior classificada depois da China entre os países mais ricos em relação à corrupção, segundo o índice de Transparência Internacional.
Como ele, são vários os especialistas que acreditam que os controles públicos aumentaram nos últimos anos de democracia, mas a impunidade continua sendo muito alta e o sistema político em todos os níveis deixa um amplo espaço à corrupção. "Apenas o governo federal dispõe por lei de 90 mil cargos de confiança (de livre nomeação), enquanto nos Estados Unidos são apenas 9.051 e na Grã-Bretanha 300", disse à AFP Claudio Abramo, diretor da ONG Transparência Brasil.
Permutas de cargos
O contraste do Brasil como um país rico, mas do Terceiro Mundo na questão da transparência, emergiu com o caso inédito da renúncia forçada de sete ministros por supostas irregularidades em pouco mais de um ano de governo de Dilma Rousseff. O mais recente caso foi o do ministro das Cidades, Mario Negromonte, que renunciou na quinta-feira, perseguido por denúncias de irregularidades.
A queda em série de ministros é apenas a ponta do iceberg da corrupção que corrói o Brasil de forma endêmica, atravessa a política e representa um de seus maiores desafios para se consolidar como potência econômica mundial, segundo especialistas. "Somos um país rico, mas com costumes de países pobres", declarou à AFP Gil Castello Branco, presidente da Contas Abertas, uma ONG especializada na luta contra a corrupção.
No entanto, Dilma goza de uma popularidade recorde de 72% graças ao bom momento da economia e porque a opinião pública relaciona as renúncias com seu combate à corrupção, e na prática conserva a tradição de assegurar o apoio do Congresso em troca de quotas de poder.
Dilma governa com uma coalizão integrada por 10 partidos, já que o Partido dos Trabalhadores (PT) tem apenas 85 dos 581 assentos na Câmara dos Deputados.
Assim, os ministros perderam os cargos, mas seus partidos conservam os ministérios.
Incorporada à história brasileira, a corrupção é uma das maiores preocupações das classes alta e média em tempos de bonança, e potencial ameaça para os milionários investimentos realizados pelo Brasil para acolher o Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, segundo analistas. O Brasil, como sexta economia mundial é a pior classificada depois da China entre os países mais ricos em relação à corrupção, segundo o índice de Transparência Internacional.