terça-feira, 28 de julho de 2009

De tanto fingir..

De tanto fingir quem sou deveras,
Já desconheço quem deveras sou.
Trago, talvez, desde longínquas eras,
Não quem eu sou, mas só para aonde vou...

E assim, inevitável e mesquinho,
Fiel a um ritmo cuja lei ignoro,
De mim sei só qual é o meu caminho
E que na estrada, de cansado, e choro.

Pobre de tudo, salvo de ir seguindo,
Tenho contudo uma esperança ainda:
É que Deus dê, a quem, assim, vai indo,
Uma estrada que nunca seja finda...