segunda-feira, 7 de julho de 2014
Eu não faço poemas para serem compreendidos
para serem entendidos
para as pessoas gostarem ou não
eu escrevo poemas para provar a mim mesmo que ainda vivo
que ainda vale a pena viver
Matei o amor algumas vezes
noutras vezes ele suicidou-se
muitas vezes foi cruelmente assassinado
pela faca da ambição e do orgulho
o que restou em mim foram esses poemas
mas nunca pensei que chegassem a tantos (cerca de quinhentos)
talvez nem todos sejam poemas
talvez nenhum
mas isso é o que menos importa
eles estão aí
não são palavras emprestadas de ninguém
são minhas
seja lá o que for
O meu silêncio seria minha opção por uma morte rápida
preferi a lenta para compreender melhor a própria morte
se o leitor ou leitora tiver alguma sintonia com meus sentimentos
poderá até compreender alguns de meus poemas
aos demais eu peço apenas que me perdoem
pois em cada dez mil pessoas, uma gosta de poesia
há amores em mim que mesmo mortos nunca me deixaram
vivem em meus pensamentos como almas penadas
A maioria dos meus poemas eu escrevo de madrugada
quando as pessoas dormem e há silêncio no mundo
é quando melhor ouço meu coração
E por último
as minhas preocupações gramaticais e literárias
são mínimas
procuro evitar apenas os erros mais grosseiros
mas, mesmo assim eles podem ocorrer
deixo para os leitores essa incubência
afinal, sempre pode haver um novo decreto do governo
mudando a grafia e normalizando o rebanho
além disso percebi que há leitoras que não se interessam pela mensagem
mas adoram corrigir os erros dos outros
eu agradeço a essas pessoas
(Paulo Cesar de Oliveira)