terça-feira, 29 de julho de 2014


EU GOSTO DE POESIA

Eu gosto da poesia porque ela não é lógica, não é coerente, não é racional.
Se a pessoa não for sensível o suficiente não compreende e não gosta de poesia.
A poesia não faz ninguém melhor, ela apenas confirma, ratifica o que você é.
A poesia é a antítese do mundo no qual sobrevivemos.
Há poesia num poema, numa música, numa imagem,  num animal,  numa criança.
Mas ela é rara nos adultos.
Um poeta é um místico, não há como você ser poeta sem ser um místico.
Um intelectual, um palestrante, um orador,  um político não fazem poemas.
Eles podem escrever qualquer coisa, inclusive livros, mas não fazem poemas.
Nunca conheci um poeta rico. Vivo ou morto.
Nunca conheci um poeta (vivo ou morto) que tenha morrido de fome, frio ou de amor.
Um poeta nunca sofre ou morre de amor.
Ele faz um poema.


pco/.

segunda-feira, 28 de julho de 2014


Às vezes sou exagerado ao compartilhar,
músicas, poemas e alegrias

É que as madrugadas são mais frias sem companhia
Mas normalmente sou contido e sútil, triste, misterioso 
e melancólico (como convém a um monge)

Porque conheci o mundo que o ego criou,
deu para os humanos e disse que foi Deus Quem fez

Acaricio a cabeça de um cão ou de um gato
e a natureza me conta seus segredos

A natureza e os animais habitavam esse planeta antes do bicho-homem vir para cá

Eles me contam histórias de uma era que se chamava isso aqui de paraíso

Foi com um cão que aprendi o que era amor

Foi com uma gata que aprendi a fazer poemas

Foi com um pássaro que aprendi a voar

Foi com os homens e com as mulheres que aprendi a chorar

Foi quando eu era criança que aprendi a ser alegre e feliz

Eu tenho um sonho:

Quando a morte me chamar quero caminhar por dentro de uma floresta fechada acompanhada do meu corvo (como convém a um bruxo) e me transformar numa árvore

E que cada flor dessa árvore seja uma mulher que não pude amar

pco/.


domingo, 27 de julho de 2014


Como podemos nos entender (...), se nas palavras que digo coloco o sentido e o valor das coisas como se encontram dentro de mim; enquanto quem as escuta inevitavelmente as assume com o sentido e o valor que têm para si, do mundo que tem dentro de si?
Luigi Pirandello

SEM E CEM

Depois dos sem terra, sem teto, sem emprego, sem dinheiro,
sem saúde, sem respeito, sem educação, sem noção, sem vergonha na cara,
sem sexo, sem amor, sem paixão, sem amor próprio, sem noção...
o ano que vem eu vou lançar meu livro:
“Cem Poemas”
Não percam!
Vocês vão precisar
Quando o mundo acabar

pco/.

TENHO QUASE CERTEZA QUE VOCÊ NÃO VAI ENTENDER ESSE POEMA

A poesia surgiu para mim há uns 8 ou 9 anos atrás para me enterrar
eu já estava morto quando a conheci
foi mais ou menos nessa época que minha veia poética estourou
e ela disse para mim, "deixa sangrar"
e eu deixei
mas, confesso que esperava um velório mais rápido
vou regando o meu deserto com meu sangue
o que eu percebi nesse período é que a cada ano meu sangue aumenta
se fosse apenas a dor por um amor perdido
uma desilusão amorosa
eu não teria morrido

pco/.

É bom encontrar você aqui
Me faz tocar o céu ver você sorrir
O amor não é fácil
Mesmo assim parece que todos o estão buscando
Mas não sei se sabem o que buscam
Também não sei o que busco
A minha realidade,
não parece ser mais real do que meus sonhos
Tudo que você não controla, controla você
Eu preciso enfrentar meu medo
Para poder superá-lo
Dona dos meus pensamentos
Será realmente que preciso de você
A cada dia você me parece mais distante
do que em distância que nos separa
Meus versos são livres
É porque me sinto preso


pco/.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

A VIDA TEM MISTÉRIOS


Quero lhe dizer que compreendo seu medo, desconfiança e descrença
E que não posso mudar isso e nunca pretendi fazê-lo
Cada um sabe a dor e a alegria de ser o que é
Que cada um siga o seu destino
Só que também não posso mudar minha natureza
Não sou responsável pelo meu coração vagabundo
Nem posso abandonar meus sonhos, pois mais nada possuo
Fui ferido mortalmente mais não morri
Levantei e novamente fui ferido e outra vez e outra vez
Minha alma é imortal
Sobrevivi nessa selva hostil, enganosa e perigosa
Meu corpo se alimenta de desejos e de amor
E só quando sonho que não sinto dor
E se te escrevo é porque não consigo viver tão sozinho
Moça, acredite em mim
A vida tem  mistérios  
Não me condene se meus olhos se apaixonarem por você


pco/.

Você é feliz? 
Não,  não sou feliz
Então, você é infeliz?
Também não sou infeliz. 
O que você é então? 
Não sei, deve haver alguma coisa aí no meio. 
Ou sou esse intervalo.


pco/.

quarta-feira, 23 de julho de 2014


São sutis, subliminares, o que tenho para dizer
Tanto que não tenho mais coragem de dizer
O seu silêncio me calou
O meu cansaço me matou
Se ainda quiser saber
Leia a minha mente
Comprei uma passagem para Pasárgada


pco/.

DESEJUM

Os verdadeiros poetas escrevem versos para embalar
eu nem sei se versos escrevo, mas, se os faço são versos para abalar
escrevo sabendo que um dia ficarei mudo
como mudo tenho ficado meu coração desde o dia que descobri
que o amor se compra e se vende como qualquer outra mercadoria barata
tenho palavras em mim buscando o silêncio, mas o recusam
tenho palavras em  mim que explodiriam no meu peito se fossem silenciadas
tenho amores em mim que nunca me abandonaram e que tento esquecer (ou lembrar) em minhas palavras
tenho amores que busco em meus versos mal escritos
escrevo sabendo que provavelmente não serei compreendido      
escrevo cartas de amor que não se parecem com cartas de amor
escrevo enquanto tu pintas, tira fotografias, trabalha e cuida do teu jardim
uma pessoa normal,  acorda, toma café e lê o jornal
eu acordo e em desejum escrevo um poema
bom dia!

pco/.

ontem eu escrevi para cinquenta
hoje escrevo para treze
amanhã talvez escreverei para apenas sete
creio que um dia escreverei para uma pessoa apenas
e terminarei meus dias aqui escrevendo como sempre escrevi
apenas para mim mesmo

terça-feira, 22 de julho de 2014

NINGUÉM


Vocês sabem por que eu escrevo coisas que chamo de poemas?
E envio para vocês.

É por causa de um sonho que tive há dez anos.

Eu sonhei que tinha morrido e chegando lá na triagem do Céu
São Pedro me perguntou o que eu fiz na Terra.

“Não fiz nada não São Pedro. Nunca fui ninguém e nunca fiz nada”.

Mas de repente me lembrei: “Ah! Sim, a única coisa que fiz foi uns poemas e enviei para umas pessoas”.

Então, no meu sonho, São Pedro me disse: “Hum! Então fica ali naquele setor junto com Fernando Pessoa e os outros poetas”.

Quando olhei eu vi o poeta Fernando Pessoa sentado jogando dominó com seu amigo Mário de Sá-Carneiro e o também poeta português Luis de Camões.

Em outro canto conversavam Mário de Andrade, Cecília Meireles,  Florbela Espanca Shakespeare e Pablo Neruda.

Todos os poetas estavam lá. Não faltava ninguém.

Bem, eu já estava morto e no Céu, já não precisava provar nada para ninguém.

E ninguém perguntou quem eu era. Pessoa apenas disse: “pega uma cadeira e senta aqui comigo”.

Então eu pensei: “Valeu a pena escrever poemas”

(Paulo Cesar de Oliveira)                                            




Meu amor tem valor fugaz,

Vou queimando, mas não sei bem como

Quero entrega, quero frenesi,

Meu amor me apraz, 

o prazer é certo


pco/.

segunda-feira, 21 de julho de 2014


ALMA IMORTAL E TRISTE

Quase nunca fico triste
mas quando fico, normalmente não sou eu
é minha alma
e tristeza da alma não tem razão de ser
é algo que não posso saber
corpo mortal que sou
como posso compreender minha alma imortal
conhecer suas razões
minha alma sabe coisas que não sei
mas sei que minha alma perdeu alguém ou algo
eu (meu corpo) sou diferente
pois quando fico triste
é pela falta que você me faz
acabei me acostumando com isso
faço um poema, ouço uma música, bebo um vinho
e minha tristeza vai indo embora
eu sou mortal, corporal, perene e tenho desejos
minha alma é imortal
sobreviveu ao amor, toda sua dor, sua prisão
mas sua tristeza também é imortal
a minha acaba quando você chega
ou quando fico bêbado de vinho

pco/.

DEUS É UM POETA

Tive filhos (dois)
tive mulheres
tive amores
nunca fui viado (agora se diz gay)
alcoólatra,
ou drogado
meu melhor amigo é meu "pinto"
agora me diga você:

o que mais pode desejar um homem nessa vida?

me diga então você Ruben Alves

eu tive tudo, inclusive saúde

quase nunca fico triste
e quando acontece
tenho um vinho, uma canção 
faço um poema 

hoje, de concreto 
resta meus sonhos
se não tenho você 
eu sonho você

o que mais pode desejar um homem?
se todo o resto me foi oculto
se o Universo, Deus e o meu Ser
tudo isso é mistério

Deus é um poeta
nunca foi um religioso
um cientista ou um filósofo

pco/.

VOCÊ FALA MUITO NA PALAVRA "DEUS". ISSO DEMONSTRA UM DESCONHECIMENTO DE DEUS E ALGUM DESESPERO. QUANDO, JÁ HOMEM FEITO, CANSADO DO PESO DA MINHA CABEÇA, DESCOBRI QUEM ERA DEUS, EU FIQUEI MUDO E SURDO. 

(Paulo Cesar de Oliveira)

quarta-feira, 16 de julho de 2014



Conheci o inteligente, o intelectual, o erudito, o professor, o orador, o guru,  e os que eram chamado de mestres
Conheci o cientista, o religioso, o sacerdote, o médico, o filósofo, o artista, o músico e o compositor
Conheci a alegria e conheci a dor
Ouvi falar muito de um tal de amor
Saí de casa para procurá-lo
E fui caminhando, observando, ouvindo e percebendo toda essa gente
Observei os governantes e os governados, os lobos e as ovelhas
E nunca pude seguir nenhum dos dois                                             
Nunca pude seguir ninguém
Parece que minha alma já sabia que a caminhada seria solitária
Conheci os que silenciam e os que gritam
Mas,
foi só quando comecei a ler os grandes poetas e os poemas que deixaram
Foi que comecei a descobrir que por trás de toda essa ilusão
desse barulho, dessa multidão de gente e coisas, desse ego,
da vaidade, do orgulho e da ambição dos habitantes desse planeta
Havia um conhecimento, uma canção que falava de Deus e do Amor
Hoje eles me acordam na madrugada, me abordam em casa, na rua
E conversam comigo
Tem sido assim desde então que tenho seguido na estrada
Escrevo alguma coisa, chamo de poemas e jogo no caminho
Caso eu me perca vocês podem seguir essa pista
Se não me encontrarem nesse caminho
Saberão onde fica minha Casa

(Paulo Cesar de Oliveira)

terça-feira, 15 de julho de 2014



COMO CEGO

No meio dessa podridão
ainda acordo de madrugada e tento fazer um poema
te busco então em meus pensamentos
procuro manter intocável a minha esperança
sou acordado na madrugada para escrever
mas me falta inspiração
me falta você
realmente não sei quem você é
mas sinto que em algum lugar desse planeta
você também me procura
e como um cego 
vou tateando nesse escuro
num mundo iluminado apenas
pela esperança e os desejos do meu coração
e pela Luz do Divino Espírito Santo que me ilumina
nesses caminhos torturosos, cheio de pedras e precipícios
em algum lugar desse Universo
existe algo maior do que a morte
e a própria vida
não tenho provas, muito menos científicas
tenho apenas a certeza da minha alma imortal
e dessa única Luz que me guia
como cego ou tateo por esse mundo
a procura de você
e da nossa Casa
para voltarmos juntos

pco/.


Esse silêncio em que escrevo e em que tu me lês
reflete as inquietações e ansiedades da minha alma imortal
Desculpe-me,
mas busquei Deus e Ele pediu que eu escrevesse para você
mas não é nada pessoal
o que eu quero mesmo é o silêncio
mas o silêncio quer é que eu continue falando
sim, porque há vários silêncios em mim
há o silêncio da falta e da completude,
da presença, da ausência,
do vazio e do pleno
da mudez e da surdez
silêncios que se cruzam e se entrecruzam
todos esses silêncios me pedem que eu escreva para ti
mas o que eu queria mesmo é a quietude e o meu vinho
mas o silêncio não é acústico
não quero que minhas palavras sejam a exposição dos meus sentimentos
o que eu escrevo não é para me expressar
mas para mudar a mim mesmo
eu só consigo lembrar o que mudar escrevendo
há uma doce luz no silêncio
e sua dor é divina
há uma doce luz nas palavras
mas a dor das minhas palavras é humana


pco/.

segunda-feira, 14 de julho de 2014


Agora que a festa acabou
que a luz apagou
que o povo sumiu
e a noite esfriou
talvez você possa lembrar agora
que você é o meu amor
e isso ainda não tem data para acabar

pco/.

domingo, 13 de julho de 2014



Não gosto de incomodar Deus com meus desejos
Sei o quanto Ele é ocupado e quantas pessoas precisam Dele
Vou me virando por aqui, sabedor que tudo é transitório nesse mundo
Que o ego criou e disse que foi Ele
Agradeço, pois eu não era nada e não tinha ninguém por quem esperar
Hoje eu tenho você em meus pensamentos
Não é muito, na verdade é quase nada
Mas minha mãe me disse que eu nasci nu
E hoje eu tenho até um terno e uma gravata
Que nunca uso
Não quero pedir
Quero agradecer
Pois meus desejos me fizeram sofrer
Há duas coisas nesse mundo que não me servem para nada
Uma é o ontem
A outra é o amanhã


pco/.

Caminho pela noite escura
Ela não sabe meu rumo
Nem eu o seu
Caminho levando tudo que é meu
Uma sandália, um cantil, uma garrafa de vinho tinto francês
E meu caderno de poemas
Levo também as dores e as alegrias
Que as mulheres me deram
Já não posso perder mais nada
Tudo nunca foi meu
Mas toda ilusão foi minha


pco/.

MISTURA ERRADA


Misturar futebol com a pátria e a política

é como misturar meus poemas com a lógica, a razão

e o lucro certo

isso nunca dará certo

jogadores não são soldados nem guerreiros

ganham bem, mas são apenas brasileiros

se encontrarem o Lula, a Dilma

ou outro político qualquer

digam que todo canalha um dia será descoberto

enquanto você ligava a tv

eu fui para o mato

escrever poemas para você

na esperança que um dia

alguém possa me compreender

sábado, 12 de julho de 2014

DUETO (EU E CECILIA)


AMO A LUA

Já amei algumas luas
ainda amo a lua
amo mais escondido
do que a própria lua 
numa noite sem luar
sou o sol que ama a lua
às vezes amo como um amante
sou o sol
outras vezes apenas como 
um simples poeta
sou a noite

pco/.

LUA ADVERSA

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

 Cecília Meireles

‎"Felicidade?


Disse o mais tolo: "Felicidade não existe."
O intelectual: "Não no sentido lato."
O empresário: "Desde que haja lucro."
O operário: "Sem emprego, nem pensar!"
O cientista: "Ainda será descoberta."
O místico: "Está escrito nas estrelas."
O político: "Poder"
A igreja: "Sem tristeza? Impossível.... (Amém)"

O poeta riu de todos,
E por alguns minutos...
Foi feliz! "

 (O.T.M.)

NUNCA!



Deve haver alguma coisa que ainda te emocione
Sim, ainda há algumas coisas
O sorriso de uma criança
O olhar de um animal
Um por do sol
Uma lua cheia
Uma mulher saindo do banho
Um poema
Uma música
Mas são coisas tão simples
Nunca será uma seleção brasileira
Ou a pátria amada
Nunca!


pco/.


segunda-feira, 7 de julho de 2014


Eu não faço poemas para serem compreendidos
para serem entendidos
para as pessoas gostarem ou não
eu escrevo poemas para provar a mim mesmo que ainda vivo
que ainda vale a pena viver

Matei o amor algumas vezes
noutras vezes ele suicidou-se
muitas vezes foi cruelmente assassinado
pela faca da ambição e do orgulho
o que restou em mim foram esses poemas
mas nunca pensei que chegassem a tantos (cerca de quinhentos)
talvez nem todos sejam poemas
talvez nenhum
mas isso é o que menos importa
eles estão aí
não são palavras emprestadas de ninguém
são minhas
seja lá o que for

O meu silêncio seria minha opção por uma morte rápida
preferi a lenta para compreender melhor a própria morte
se o leitor ou leitora tiver alguma sintonia com meus sentimentos
poderá até compreender alguns de meus poemas
aos demais eu peço apenas que me perdoem
pois em cada dez mil pessoas, uma gosta de poesia
há amores em mim que mesmo mortos nunca me deixaram
vivem em meus pensamentos como almas penadas

A maioria dos meus poemas eu escrevo de madrugada
quando as pessoas dormem e há silêncio no mundo
é quando melhor ouço meu coração

E por último
as minhas preocupações gramaticais e literárias
são mínimas
procuro evitar apenas os erros mais grosseiros
mas, mesmo assim eles podem ocorrer
deixo para os leitores essa incubência
afinal, sempre pode haver um novo decreto do governo
mudando a grafia e normalizando o rebanho
além disso percebi que há leitoras que não se interessam pela mensagem
mas adoram corrigir os erros dos outros
eu agradeço a essas pessoas


(Paulo Cesar de Oliveira)

domingo, 6 de julho de 2014



MAS AQUI

Simplesmente estou aqui
De vez em quando sujo, entediado, agressivo,
mal-humorado, triste, calado e chato
Mas aqui
Onde você não pode me ver
mas pode me sentir
Muitas vezes estou aqui contra a minha vontade
e talvez  até contra a vontade de Deus
Mas aqui
Em que outro lugar eu poderia estar hoje em dia?
Muitas vezes sinto falta de nós dois
Então eu flagro o lado patético de nossas verdades absolutas
E as conto para você
Porque, quando fecho os olhos e vou longe
Você sempre está comigo
Talvez por isso eu ainda esteja por aqui
E ignoro por quanto tempo
A poesia é movimento
Eu sou um arquiteto de ruínas
Escrevo só coisas clichês
Amor não correspondido, saudade, distância, solidão
Tenho medo de multidões,
É sempre esse sentimentalismo barato,
é sempre essa ânsia de querer por no papel
aquilo que não cabe mais no coração
 Escrevo para não falar sozinho
Caminho dentro de mim
São estradas sem fim


pco/.

É INVERNO E A NATUREZA SE RECOLHE, EM MIM, EM TI



??????????????????????????????????

O que há além do circo da Copa e outros circos?

O que há além das histerias das massas?

O que há além da ambição e corrupção dos políticos?

Você quer ficar rico?

O que há além do Facebook?

O que há além das palavras e do silêncio?

O que há além do sucesso e da tua profissão?

O que há além dos livros?


O que há além do teu suposto conhecimento e informação?

Por detrás disso tudo eu vejo o ego

E por detrás do ego eu tento apenas fazer um poema

Que me leve daqui

Sem pretensão alguma, de conquistar nada

Cavaleiro do Nada
Amar a quem? A você?                                                                                     
A mim mesmo?

Mas que é você?

Quem sou eu?

O amor é a mais pura inocência

Já não sou mais imaculado como fui uma vez

Vou te amar agora, nesse presente

Pois quando eu acordar já não sei quem amei

Nem quem fez amor com você

Por detrás disso tudo eu vejo apenas o ego

O que há além do ego e da ilusão?

Deve haver alguma coisa além disso

Não preste atenção nessas palavras

 É domingo e começa a anoitecer

Em dias normais eu sou mais otimista

E mais mentiroso também

O poeta foi ao Céu

E voltou para o inferno

Nunca deveria ter voltado

Desculpe-me, 

eu queria apenas fazer um poema de amor

Desses que todos gostam

Mas não sabia onde era o começo, o meio e o fim

É inverno, e a natureza se recolhe

Em mim

Em ti

pco/.