Eu não sei se isso é uma crônica, um texto qualquer, ou
outra coisa qualquer
Para simplificar as coisas costumo chamar tudo de “poemas”
Nunca fui muito bom nessa coisa de dar nome as coisas
Costumo até esquecer os nomes das pessoas
Mas vou escrevendo, tentando colocar aqui na tela meus
pensamentos desse dia
Tenho o hábito adquirido de
acordar cedo, ligar o computador e ler as notícias nos jornais virtuais online
Tenho a impressão que isso acabou virando
um vício, um mal hábito
Talvez melhor do que um mal hálito
Mas acho que faço isso (ler os
jornais logo depois que acordo) para acabar logo com meu dia antes dele começar
Acho que isso é autoflagelo, autofagia
Então, como eu estava dizendo, só
tem notícias ruins, violência, hipocrisias, mentiras, etc
Raramente vejo televisão, não
consigo mais
De vez em quando ainda tento ver as
notícias do país e do mundo no tal Jornal Nacional
Nunca consigo terminar de ver,
desligo antes do fim, nem chego na metade
Às vezes levanto de madrugada,
perco o sono e penso em você
Às vezes faço um
poema pensando em você
Às vezes faço
um poema pensando na vida
Às vezes não
faço nada, acordo de madrugada
E deito na rede
na varanda e fico olhando para o céu
E vendo mais um
dia de sol nascer
Nesses dias,
acordo antes do sol
A rede é o meu
símbolo de poder
E os felinos
(gatos, onças, tigres, leopardos) meus animais de poder
Desde a época
que morava no Egito Antigo
Nessa época, eu
acordava cedo também
Só para ver Cleópatra
tomar banho
“Dizem que sou
louco
Por ter um gosto
assim
Gostar de quem
não gosta de mim”
Dizem, mas não
provam
pco/.