domingo, 30 de março de 2014

BEIJO NA BOCA


nenhum poema que conheço
de poeta muito famoso
ou que eu próprio tenha feito
num dia de grande inspiração
tem o mesmo poder e beleza
de um simples beijo na tua boca
eu só posso te dizer isso
porque eu tive essa experiência
que você, infelizmente, nunca poderá ter 
pois não pode beijar a tua própria boca
sobre os outros beijos
também no teu corpo
ainda não inventaram palavras
nem mesmo para um poeta
beijar tua boca foi o início da minha escravidão
pco

Bom dia minha leitora,

Compartilho e divido com você nesse blog a metade do meu silêncio que pode ser compartilhado e dividido, e que é feito de palavras.

A questão da compreensão é um dado irrelevante, devido, inclusive, que a própria palavra, por limitação e simbolismo, não define nem conclue, mas apenas indica.

A outra metade é a essência do meu silêncio e, é indivisível e inseparável do meu Ser. É o lado oculto e que tenho que buscar sozinho.

pco/.

sábado, 29 de março de 2014


Página branca onde escrevo. Único espaço
               de verdade que me resta. Onde transcrevo
               o arroubo, a esperança, e onde tarde
               ou cedo deposito meu espanto e medo.
               Para tanta mentira só mesmo um poema
               explosivo-conotativo
               onde o advérbio e o adjetivo não mentem
               ao substantivo
               e a rima rebenta a frase
               numa explosão da verdade.

               E a mentira repulsiva
               se não explode pra fora
               pra dentro explode
implosiva.


 
Affonso Romano de Sant'Anna

Ah! O amor!
novamente o amor
aqui estou de novo falando de ti
poeta que também fingi tudo que sente
"amor" e "Deus"
as duas palavras que mais li 
e ouvi na minha vida
e as que menos conheço
o que mais busquei
sabe o que faço com amor e Deus
misturo com outras palavras
e chamo tudo de poemas
que mais posso fazer?

Amor e Deus são sinônimos
mas são duas palavras que evito dizer
Deus, amor, felicidade...
e assim caminha a humanidade
numa busca sem fim
por séculos, por eras, por encarnações
é a “Roda da Vida”?
ou será apenas a vida que roda?
e se assim não for?
o que mais resta a fazer
"navegar é preciso"

Ah! O amor!
quantos morreram te buscando
quantos vivem te amando
quantos vivem a vida 
contigo sonhando
quantos poetas e amantes te declamam

quantos hipócritas e mentirosos
usaram o teu nome
por puro auto-engano
quantos se perderam
quantos(as) me amaram
quantos(as) eu amei
por vaidade, orgulho ou inocência

Ah! Meu Deus!
por quantas vidas ainda viverei
antes do meu retorno
ao absoluto Reino do Amor

pco/.

sexta-feira, 28 de março de 2014


O que tenho para te oferecer?
Palavras, nada mais
O que mais posso te oferecer?
Caminhar com você de mãos dadas numa noite escura com ou sem lua
O que mais?
Sonhos, posso dividir os meus e os teus sonhos por nós dois
Fica mais leve carregá-los
Mais alguma coisa?
Sim, poesia, música, vinho, carinho, ajuda, colo...
Você pode me oferecer amor?
De quanto você precisa?
Muito, tudo
Não sei, tenho que consultar meu saldo
Minha poupança
Andei gastando muito nos últimos anos
Estou sem crédito
Esse amor tem que ser à vista?
Ou posso lhe oferecer em parcelas até morrer?


pco/.

quinta-feira, 27 de março de 2014

EU SOU BÍGAMO


eu sou bígamo
isso mesmo que você leu
sou casado e moro com duas mulheres
todas duas dormem na minha cama
quando uma dorme comigo
a outra dorme no sofá na sala
elas não brigam
preferem assim a me perderem
seus nomes?
a mais velha se chama felicidade
e a mais nova infelicidade
vivo assim há muitos anos

pco/.

quarta-feira, 26 de março de 2014



para não me omitir no meu silêncio
para fugir da política que me enjoa
para me esconder da economia 
que me entedia
eu me cerco de todos os lados de poesia
da música e dos meus sonhos
e assim tenho tentado viver 
os dias que ainda me restam
que não sei quantos
tudo isso regado a vinho tinto
em taças finas
se me entrego e me rendo a ti
é por prazer, afeto e alguma
espécie de amor que ainda não compreendo
não é porque eu acredito em você
e muito menos por acreditar em mim
além do que beijos, abraços, afagos
e carinhos
nunca matou ou machucou ninguém
mas a solidão sim
se eu me cerco de poesias e música
é para me proteger de mim
dos meus pensamentos ruins
eu não acredito no mundo
nunca acreditei em você
não acredito em mim
mas vivo alegre e feliz mesmo assim
a minha alegria e felicidade
não dependem das minhas crenças
assim como minha tristeza e melancolia
isso tudo existe à parte de mim
se eu me cerco da poesia pelos sete lados
aquilo que me escapa 
eu completo com uma linda canção
sonho e viajo recado a vinho tinto
numa doce ilusão
se você não compreende
o que digo ou escrevo
em meus poemas
jamais poderá compreender aquilo
que não digo pela minha incapacidade
de dizê-lo
pela indefinição das próprias palavras
e isso tudo é a parte mais significativa
o que escrevo é distração
vaidades do meu coração
mas, se você puder ler as entrelinhas
meus poemas se tornarão poesia

pco/.

terça-feira, 25 de março de 2014


apesar de não ter mais o que dizer
o que falar
apesar de não ter por que rir
por quem chorar
apesar de todas as palavras já terem sido ditas
eu ainda escrevo
ainda não consegui parar
rezem por mim, enquanto eu escrevo                 
rezem pela minha libertação
do silêncio das minhas palavras inúteis
se tudo é oculto, como bem disse o poeta
de que me adianta buscar todas as coisas
escrever sobre qualquer coisa
palavras que não definem
silêncios que me oprimem
seres confusos, mundo estranho
e eu aqui perdido
hoje eu te amo
amanhã, nem sei o que é amor
rezem por mim, por favor


pco/.

DEVANEIOS

tua pele é macia
parece um veludo
teus olhos brilham de desejos
parecem estrelas
tua boca parece um convite
para meus beijos
teu corpo é quente
me aquece no inverno
me queima sem
queimar no verão
possuem a fragrância das flores na primavera
e são frutos deliciosos no outono
teus seios são doces
como fruta madura
tuas coxas são roliça
prendem minhas mãos
em tua gruta tenho me perdido
quando exausta
você adormece ao meu lado
o mundo lá fora já não existe


pco/.

segunda-feira, 24 de março de 2014



NO FINAL DO ARCO-ÍRIS

há muitos anos
venho buscando
o grande amor da minha vida
fiz várias tentativas

até agora fracassei em todas
mas nada foi perdido
tirei de cada fracasso um aprendizado
e saí fortalecido

acabei descobrindo
que o grande amor
pode estar escondido em qualquer lugar

num dia de chuva
num dia de sol
ou no final de um arco-íris

o dia que encontrar o grande amor
também encontrarei a perfeita poesia

embora não acreditem em mim
eu também muitas vezes duvidei
que meu grande amor existia

a um buscador cabe apenas buscar
sem olhar para trás
a um poeta cabe apenas narrar 
a busca do buscador


pco/.

quando paro para meditar
olhando o mar
eu tenho salvado o mundo
de mim mesmo
olho fixamente para 
essa Lagoa de Araruama
e vejo minha vida
levada pelo vento
flutuando sobre as ondas
desse mar de Araruama
para onde me levará agora
a imensidão desse oceano


pco/.

sábado, 22 de março de 2014


""Se a única prece que você disse durante todo a sua vida foi "OBRIGADO" isso já é o suficiente..."

(Meister Eckhardt)   

OBRIGADO!



ME PERDOE POR NÃO TER PODIDO ATENDER SUAS EXPECTATIVAS A MEU RESPEITO E COMPORTAMENTO. 

MAS É QUE TENHO COMPROMISSO SÉRIO COM MEU CARMA. COMPROMISSOS DE VIDA E MORTE.

NA MAIORIA DAS VEZES FALTOU DINHEIRO, NOUTRAS PACIÊNCIA, PERSISTÊNCIA.

OUTRAS VEZES PERSISTI E TOLEREI DEMAIS.
.
E EM ALGUNS POUCOS CASOS O TESÃO FOI POUCO.

EM OUTROS FOI DEMAIS.

MAS, ENTRE AS VÁRIAS FORMAS DE AMOR QUE CONHEÇO.

E SÃO MUITAS

SEMPRE EXISTIU UM TIPO PARA VOCÊ.

MAIS UMA COISA EU LHE DIGO

E ISSO TEM SIDO MEU CASTIGO

A SUA VINGANÇA FOI COMPLETA

NUNCA CONSEGUI ME LIBERTAR DOS MEUS AMORES

ME TORNEI ESCRAVO DOS MEUS SONHOS E DAS MINHAS ILUSÕES

A MINHA PENA, ESCREVER POEMAS

NOSSA!

QUASE FIZ MAIS UM POEMA


(Paulo Cesar de Oliveira)



"Renuncio a quaisquer condições da terceira dimensão que as instituições governamentais ou afins me queiram impor. Não poderão controlar a minha pessoa, nem a minha abundância ou segurança. Tenho plenos poderes para manifestar a segurança, ser independente e comandar o meu próprio destino."

FONTE DE ÁGUA VIVA

Photobucket"O homem sereno descobre em si mesmo a fonte da felicidade e do conhecimento, fonte que nunca seca." James Allen


JALAL UD-DIN RUMI
(1207-1273)

Quem faz essas mudanças?
Disparo uma flecha à direita
Cai à esquerda.
Cavalgo atrás de um veado e me encontro
perseguido por um porco.
Conspiro para conseguir o que quero
e termino na prisão.
Cavo fossas para apanhar os outros
e me caio nelas.
Devo suspeitar
do que quero.
Toma a um que não leva suas contas
Que não quer ser rico, nem tem medo a perder
Que não tem interesse algum em sua personalidade: é livre.
Lá fora, além de idéias de bem ou mal, há um lugar
Nos vemos lá.
Quando a alma jaz sobre a erva
O mundo está demasiado cheio para falar dele
As idéias, a linguagem, inclusive a frase 'cada um'
não tem sentido.
Se pudesses liberar-te, por uma vez, de ti mesmo,
o segredo dos segredos se abririam a ti.
O rosto do desconhecido, oculto além do universo,
apareceria no espelho de tua percepção.

Em realidade, tua alma e a minha são o mesmo.
Aparecemos e desaparecemos o um com o outro.
Este e o verdadeiro significado de nossas relações.

Entre nós, já não há nem tu nem eu.
O vale é diferente, por cima de religiões e cultos.
Aqui, em silêncio, baixa a cabeça.
Funde-te na maravilha de Deus.

Aqui não há lugar para religiões nem cultos.
Há uma Alma dentro de tua Alma. Busca essa Alma.
Há uma jóia na montanha do corpo. Busca a mina desta jóia.
Oh, sufi, que estás de passagem!
Busca dentro, se puderes, e não fora.

No amor, não há alto nem baixo,
má conduta nem boa,
nem dirigente, nem seguidor, nem devoto,
só há indiferença, tolerância e entrega.

Jalal ud-Din Rumi
 (1207-1273) é o maior dos poetas místicos islâmicos. Nasceu no atual Afeganistão, passou por Irã e viveu e morreu em Konia, Turquia. Era um erudito professor de teologia, esforçado em seus exercícios espirituais. Sua vida mudou quando se encontrou com a figura misteriosa e fascinante do monge errante Shams de Tabriz. Como se diz na tradição sufí, foi «um encontro entre dois oceanos». Esse mestre misterioso iniciou a Rumi na experiência mística do amor, e em sua companhia faz realidade a verdade de seu ser. Seu agradecimento foi tão grande que lhe dedicou todo um livro de 3.239 versos, o Divan de Shams de Tabriz.  

quinta-feira, 20 de março de 2014


SEMPRE MAIS...


Tinha afeto, afeição, apego


Tanta estima, ternura e 

aconchego 

Mas queria mais, queria 

sexo 

Tinha sexo, volúpia, 

lubricidade 

Do prazer sensitivo à 

diversidade 

Mas queria mais, queria a carne 

Tinha a carne, o corpo, a luxúria 

A lascívia, a lubricidade, a fúria 

Mas queria mais, queria orgasmos 

Tinha orgasmos, muitos, cumes, apogeus 

Tantos clímaxes múltiplos, simultâneos 

Queria mais, queria amor, paixão

E mesmo que fosse fugaz, momentâneo 

Queria mesmo um amor, sem hesitação...

terça-feira, 18 de março de 2014


Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível que lhes deres:
Trouxeste a chave?

(Carlos Dummond de Andrade)


Poesia é um texto literário, em prosa ou em verso, que se caracteriza pela linguagem sugestiva, conotativa, metafórica, figurada, criativa, inusitada - a chamada função poética. 

Para escrever poesia, é preciso ler poesia e saber onde se encontra a essência dessa forma de expressão.

A distinção entre prosa e verso:

     Os textos em prosa apresentam uma característica marcante: as linhas são contínuas e se agrupam em parágrafos. Quando você lê uma carta, uma crônica, uma notícia ou reportagem de jornal, um conto ou um romance, você está lendo textos em prosa.

     Nos textos em verso, as palavras são dispostas graficamente em linhas descontínuas chamadas versos, como nos poemas que aparecem no início desta parte ou no texto Cajueiro Pequenino, a seguir:

 O verso: classificação
     Os versos podem ser de duas espécies:
     - verso medido ou tradicional

     - verso livre ou moderno

DIZEM MAS NÃO PROVAM



Eu não sei se isso é uma crônica, um texto qualquer, ou outra coisa qualquer
Para simplificar as coisas costumo chamar tudo de “poemas”
Nunca fui muito bom nessa coisa de dar nome as coisas
Costumo até esquecer os nomes das pessoas
Mas vou escrevendo, tentando colocar aqui na tela meus pensamentos desse dia
Tenho o hábito adquirido de acordar cedo, ligar o computador e ler as notícias nos jornais virtuais online
Tenho a impressão que isso acabou virando um vício, um mal hábito
Talvez melhor do que um mal hálito
Mas acho que faço isso (ler os jornais logo depois que acordo) para acabar logo com meu dia antes dele começar
Acho que isso é autoflagelo, autofagia
Então, como eu estava dizendo, só tem notícias ruins, violência, hipocrisias, mentiras, etc
Raramente vejo televisão, não consigo mais
De vez em quando ainda tento ver as notícias do país e do mundo no tal Jornal Nacional
Nunca consigo terminar de ver, desligo antes do fim, nem chego na metade
Às vezes levanto de madrugada, perco o sono e penso em você
Às vezes faço um poema pensando em você
Às vezes faço um poema pensando na vida
Às vezes não faço nada, acordo de madrugada
E deito na rede na varanda e fico olhando para o céu
E vendo mais um dia de sol nascer
Nesses dias, acordo antes do sol
A rede é o meu símbolo de poder
E os felinos (gatos, onças, tigres, leopardos) meus animais de poder
Desde a época que morava no Egito Antigo
Nessa época, eu acordava cedo também
Só para ver Cleópatra tomar banho

“Dizem que sou louco
Por ter um gosto assim
Gostar de quem não gosta de mim”

Dizem, mas não provam


pco/.