A cada sonho destruído pela dura realidade
A cada sonho destruído pelo dinheiro, avareza e
egoísmo,
pela natureza materialista, competitiva e
imediatista
nos escombros desses sonhos,
e ainda quando havia poeira no ar
eu construí outros sonhos por cima desses
sonhos de amor, sonhos de construtor
A cada sonho destruído pelo medo
medo de amar, medo de arriscar
disso que chamam segurança e razão
construí um castelo
com os tijolos e refugos
do meu último sonho recém destruído
e venho vivendo sonzinho nesse imenso castelo
cheio de quartos vazios,
mas totalmente preenchido pela minha Presença Eu
Sou
Quantas vezes a desilusão e o desengano,
bateram a porta do meu castelo de sonhos
querendo entrar
e os deixei do lado de fora
Agora, a cada palavra,
a cada verso que construo,
construo com novos sonhos
como se fosse um arquiteto
não são minhas palavras e meus versos
é meu coração que é poeta
foi com a poesia que construí o teto
do meu castelo de sonhos
foi com meus sonhos que construí minha esperança
não foi com o teu amor
porque simplesmente ele nunca existiu
E agora, você ri dos meus poemas
e me chama de sonhador
mas é com eles que tenho salvado meu mundo
meu mundo, que não é o teu mundo
mas é o meu ideal e o meu sonho de amor
eu faço poemas sim,
mas não sou poeta
poeta é o meu coração
porque permaneceu vivo e acreditou
quando eu já tinha morrido
para o teu,
para todo esse velho mundo
© Paulo Cesar de Oliveira