quinta-feira, 31 de dezembro de 2015


BALANÇO ANUAL 

2015 foi um ano difícil
entre outras coisas,
quase perdi meu filho
mas foi um ano de vitórias
de grandes vitórias pessoais
de ano a ano
me sinto cada vez mais
seguro e sábio
mais sereno
com esporádicos surtos
de loucura e stress
foi o ano que soube da tua
existência
não posso dizer que te conheci
talvez nunca te conheça de fato
pois, nos meus 61 anos
ainda não me conheço
não sei se nesse ano,
que se inicia amanhã
eu vou satisfazer esse meu
simples desejo
de beijar tua boca
acareciar teus cabelos
encostar tua cabeça nos
meu peito
e te falar baixinho
dos meus sonhos
e do que aprendi nessa vida
talvez, até em outras,
se lembrar
também esse ano
fiz muitos "poemas"
e combati com palavras
e informação
o socialismo e o comunismo
que assaltou o poder no meu país
combati a ignorância, a alienação e o medo
"Combati o bom combate"
e silenciei quando precisei ouvir
o Santo Espírito
acredito que não calei
quando falar era preciso
e silenciei quando o silêncio
era a única resposta
minha alma inquieta
tem te desejado
em silêncio contido
às custas de poemas e poesias
quem escreveria poemas
numa época dessas?
"O amor em tempos de cólera"
mais um ano se passou
e eu não conquistei o mundo
não fiz sucesso e não fiquei rico
talvez, em dois mil e dezesseis
eu possa provar o mel da tua boca
quem sabe,
me queimar
no calor do teu corpo
esse ano, também me disseram
que sou um saudosista
talvez melancólico
e eu não pude negar
é que o passado e o presente
se misturaram em mim
tenho saudades daquelas músicas,
da bossa nova, da jovem guarda
e do namoro a noite nas areias
de Copacabana (se meu fusca falasse)
dos filmes do Studio Payssandu
no  bairro do Flamengo
e da Praça na Tijuca
voltemos ao presente
o presente é você
o presente sou eu
o presente é minha mãe
o presente são meus dois filhos
o presente é Deus
obrigado e perdão
um só destino
uma só canção
uma partícula de amor
no teu coração
é imensidão
desejo a vocês
um Feliz 2016

/pco
31.12.2015