MEU VÍCIO
Acredito que
poemas sejam como uma droga potente
você começa
fazendo um e não consegue mais parar
e começa a
andar em boas companhias: Fernando Pessoa,
Mario Quintana,
Cecília Meireles, Florbela...
você começa
a ver a vida mais bela
mesmo não
sendo
é como o
vinho
ou seja,
o transe de
um gole vicia e leva a outro
como linhas
ou a mulher
que foi embora
e continua
com você
a poesia é
um bálsamo que nos conforta e acalma
é um carinho
para uma alma necessitada
mas, poucos
precisam de um poema
a poesia é
uma companhia
é para ler
sozinho
na verdade
não é você que o lê
é ele que te
lê
tem dias que
eu penso
não vou mais
escrever essas palavras
e chamar de “poemas”
não vale a
pena
mas é um
vício
/pco