domingo, 22 de novembro de 2015


MEU VÍCIO

Acredito que poemas sejam como uma droga potente
você começa fazendo um e não consegue mais parar
e começa a andar em boas companhias: Fernando Pessoa,
Mario Quintana, Cecília Meireles, Florbela...
você começa a ver a vida mais bela
mesmo não sendo
é como o vinho
ou seja,
o transe de um gole vicia e leva a outro
como linhas
ou a mulher que foi embora
e continua com você
a poesia é um bálsamo que nos conforta e acalma
é um carinho para uma alma necessitada
mas, poucos precisam de um poema
a poesia é uma companhia
é para ler sozinho
na verdade não é você que o lê
é ele que te lê
tem dias que eu penso
não vou mais escrever essas palavras
e chamar de “poemas”
não vale a pena
mas é um vício


/pco