O QUE HÁ DE DIFERENTE NOS 7 PRINCIPAIS TIPOS DE UVA
O sabor e o aroma dos vinhos mudam de acordo com
o lugar da plantação: quanto mais quente, mais açúcar a uva desenvolve (e,
portanto, mais álcool). Vinhos de clima frio tendem a ser mais delicados.
Sauvignon Blanc
Originária do vale do Loire, a sauvignon blanc produz vinhos
frescos, de boa acidez e aroma pronunciado. Esse aroma pode lembrar maracujá,
pimentão verde, frutas cítricas e grama.
Os melhores do mundo vêm da região de Sancerre, no Loire; no
Brasil, as melhores compras são os vinhos das áreas costeiras do Chile, onde a
influência do Pacífico derruba a temperatura (o que é bom para essa uva).
Onde dá: França (Loire e Bordeaux), Nova Zelândia, Chile
(Leyda e Casablanca).
Cabernet Sauvignon
A cabernet é, de longe, a uva tinta mais popular que existe.
Adaptou-se ao clima de quase todos os países que produzem vinho. Resulta em
bebidas de cor escura e muitos taninos, com aromas de cereja, amora, pimentão
verde e hortelã - os exemplares envelhecidos em carvalho remetem a baunilha e
chocolate.
É a uva predominante nos grandes vinhos de Médoc e Graves,
em Bordeaux. Para um vinho bacana e barato, invista num chileno ou num
argentino.
Onde dá: França (Bordeaux), Califórnia, África do Sul,
Austrália, Itália (Toscana), Espanha (Catalunha), Chile (Maipo)
Chardonnay
Uva branca mais plantada no mundo, a chardonnay é usada
tanto em espumantes quanto em vinhos tranquilos. Seu perfil aromático é
bastante versátil.
A variedade atinge seu auge na Borgonha, onde resulta em
vinhos delicados e minerais, com notas de frutas verdes. No Novo Mundo, tendem
a ser abaunilhados e amanteigados - resultado da guarda em barril. Os
espumantes nacionais, onde ela geralmente vem misturada à pinot noir, são a
melhor relação custo-benefício.
Onde dá: França (Borgonha e Champagne), Califórnia,
Austrália, Brasil.
Merlot
É a outra uva de Bordeaux, onde faz tabelinha com a cabernet
sauvignon. Ela prevalece nos vinhos de denominações prestigiadas, como Pomerol.
É a uva tinta que melhor se adaptou ao sul do Brasil, embora
as melhores barganhas do mercado doméstico recaiam nos rótulos chilenos.
Enquanto a cabernet é potência, a merlot é suavidade - menos cor e menos
taninos em vinhos redondos, suculentos e fáceis de beber.
No nariz, lembra ameixa e amoras; se envelhecida, adquire
cremosidade e notas de baunilha.
Onde dá: França (Bordeaux), Chile (Colchagua), Austrália,
Itália (Toscana), Estados Unidos (Califórnia), Brasil.
Malbec
Nativa do sudoeste francês, onde se transforma em vinhos
rústicos, encontrou seu lugar ideal na Argentina. O sol abundante do deserto de
Mendoza transforma a malbec em vinhos frutados (amora, cereja) e florais
(violeta), encorpados e suculentos.
Recentemente, o vizinho Chile passou a investir nessa uva,
produzindo exemplares de perfil aromático distinto − com notas mentoladas e de
especiarias.
Onde dá: Argentina (Mendoza, Salta, Patagônia), França
(Cahors, Bordeaux), Chile (Colchagua).
Pinot noir
Há quem diga que a Borgonha, sua região de origem, é o único
lugar capaz de produzir e trabalhar bem a temperamental pinot noir. Não é bem
assim: os tintos borgonheses são imbatíveis (e caríssimos), mas a pinot também
consegue bons resultados em outras zonas de clima frio.
Produz vinhos de cor vermelha, com aromas de frutas
vermelhas e, quando há passagem por carvalho, notas de baunilha e coco. Também
entra na composição de espumantes − inclusive alguns ótimos brasileiros.
Onde dá: França (Borgonha e Champagne), Nova Zelândia,
Estados Unidos (Oregon), Chile (Leyda e Casablanca), Brasil.
Syrah
A syrah é a uva tinta que reina no vale do Rhône (sul da
França), prevalecendo nos blends de vinhos conceituadíssimos, como o Côte-Rotie
e o Hermitage.
No nariz, a syrah geralmente lembra especiarias como pimenta
negra e um toque levemente defumado. No Novo Mundo, encontrou seu lugar na
Austrália, que se tornou referência em vinhos intensos, com aromas de frutas
negras e chocolate. Lá, a uva recebe o nome de shiraz.
Onde dá: França (Rhône e Languedoc), Austrália, África do
Sul, EUA (Washington) e Chile (Rapel).