quarta-feira, 16 de outubro de 2013

EM GERAL DIZEM QUE ESTOU ENGANADO


Acho que fiquei acostumado ou viciado a me sentar em frente ao notebook e fazer com que as palavras tenham algum sentido para mim, já que tanta coisa não faz sentido. Já vi e observei o suficiente da humanidade para concluir que o domínio quase total que o ego exerce sobre as pessoas é impossível de se evitar. É impossível, inclusive, de dialogar. Apenas perdoar. Já cri e até amei. 

Não gosto de multidões, as pessoas me esvaziam. Me deixem numa sala cheia de gatos, mas não me deixem numa sala cheia de gente.

Preciso  ter contato com a natureza para me reabastecer. Sou o que é melhor para mim, sentado aqui atirado, bebendo meu vinho preferido e vendo as palavras sendo construídas na tela. E esperando que elas me digam alguma coisa, algo mantido escondido, uma esperança, uma saída, quem sabe. Os budistas e taoistas dizem que há uma ação na não-ação.

Raramente encontro uma pessoa rara ou interessante. Isso é perturbador, é um choque constante. Tenho que ficar vigilante para não me tornar um maldito mal-humorado ou pessimista chato, se é que já não sou.

Durante muito tempo não tinha percebido isso, mas de certa forma, nunca consegui me ajustar a sociedade. Não acho que isso seja o certo. Mas as pessoas engolem tudo sem pensar, engolem a pátria, os governantes, as leis, as normas, as regras, a igreja..., tudo sem pensar e criam seus mundos cheios de ilusões e sonhos. Se casam por medo, dinheiro e segurança e chamam isso de amor.

Acho que ainda tenho o desejo e a necessidade de viver, só não tenho a habilidade para isso.

Ainda sobre essa questão do amor que vocês falam por aí, eu acho que tem um tipo de amor que você não busca, não procura, ele te encontra. Acho que é desse tipo de amor que eu preciso, é desse tipo que acredito. 

Sobre tudo isso que escrevi agora e escrevi antes posso estar enganado. Em geral dizem que estou.


Paulo Cesar de Oliveira