
(Sobre o livro de Nilton Bonder - “A Alma Imoral”, Editora Rocco) Estive refletindo sobre esse teu e-mail.
Pensei, pensei, pensei..., e antes que eu enlouquecesse, coloquei pra fora o que pensei. Por que Bonder diz que a alma é imoral? Deve ser porque ela transgride, penso eu. O corpo não faz nada, não transgride, apenas obedece a alma, o corpo é um moralista. O Espírito é o sopro de Deus colocado no Filho, portanto é perfeito como Seu Pai. Não é imoral nem moral, Ele é. Mas a alma quer se conhecer, ela quer saber quem ela é, de onde ela veio e o que ela está fazendo aqui. Mas isso não responde totalmente a pergunta por que a alma é imoral. Tá bom, vamos pensar mais um pouco então. Se ela é imoral, supõe-se que deve haver uma moralidade estabelecida, criada, subjacente. E portanto, existe um criador da moral. E há. Uma moral criada pelo ego que não deseja ver seu mundo ilusório acabar, seu mundo criado à parte do Espírito. O ego criou a moral, os costumes e as leis desse mundo e tudo mais que nos mantém prisioneiros a ele. Mas a alma não aceita isso e se rebela, transgride, questiona, busca, ela se torna contra a moral estabelecida, imposta pelo ego. Ela quer ser livre para se conhecer. Ela não é apenas imoral, ela se torna desobediente, rebelde. Ela mergulha numa busca, ela busca a verdade do seu Ser, ela busca o seu Espírito. Ela pode até não conhecer ainda a verdade, mas ela sabe que existe uma verdade, ela sente isso. Um belo dia em uma de suas milhões de vida, a alma na sua “ausência de si mesmo”, na pior das solidões, ela de tanto buscar, ela encontra O Consolador, O Ajudador, O Professor, O Divino Espírito Santo. A partir e agora sua imoral história muda, se transforma; ela não está mais sozinha. A alma agora sabe que ela não é só imoral, ela também é imortal. Ela já sabe de onde veio. Lhe resta agora voltar pra casa. Mas ela agora tem ajuda para encontrar o Caminho.
©Paulo Cesar de Oliveira – 30.03.2011