“Quando a paz chega afinal ou quando a meta é finalmente alcançada por qualquer um, ela vem sempre acompanhada de apenas uma conscientização feliz: “Eu não preciso fazer nada”. Este é o propósito do Um Curso em Milagres, esta é uma afirmação de fidelidade, uma lealdade verdadeiramente sem divisão.”
“Nós não precisamos fazer nada”! Aceitar esta realidade é aceitar que nós não estamos no controle enquanto desejo, carência, impulso do “ego”. Vivemos em um mundo de compulsão pelo “controle”, de medo. Uma necessidade interna irresistível de termos controle sobre o que é exterior a nós e de estarmos sempre fazendo algo neste sentido. Assim, pensamos nos sentir em segurança, pensamos estar sendo útil. Na maioria das vezes nem percebemos que estamos vivendo desta forma, é automático.
A realidade do ser humano que se abriu e que está aberto ao “conhecimento de si mesmo” é diferente. O conhecedor de si mesmo está atento ao desenvolvimento de sua sabedoria interior. E neste caminhar a palavra “controle” é substituída pela palavra “harmonia”. Em harmonia “não precisamos fazer nada”. Ora, estamos em harmonia interior, com nós mesmos, com as pessoas ao nosso redor, com o meio em que vivemos, com a evolução do mundo em que vivemos, com a evolução da nossa alma. O que necessitaríamos fazer quando estamos em harmonia? Nada, simplesmente “Ser”, fluir. Em harmonia “não precisamos fazer nada”.
Deepak Chopra nos chama a atenção de que aquilo que dizemos ser “milagres” é uma expressão da lei natural do “mínimo esforço”. A “lei do mínimo esforço” significa “fazer menos e realizar mais”. E, de fato, é assim que a natureza funciona. Uma plantinha não luta para crescer, ela “simplesmente cresce”. Uma borboleta não luta para voar ela “simplesmente voa”. E o ser humano que estar em harmonia não luta para realizar seus sonhos, ele “simplesmente realiza”, a partir do “Ser”, da essência, do caminhar.
Quando lutamos por algo como forma de "ter o controle", seja em qualquer área do nosso viver, desperdiçamos uma grande quantidade de energia, interferimos no fluir da vida, interferimos na inteligência da natureza, do que é natural. Por outro lado, quando estamos em harmonia, quando nosso ponto de referência é a essência, nossas atitudes terão como fonte o amor. Não há desperdício de energia. Ao contrário, a energia se multiplica, acumulará, e sob a forma de “criatividade” poderá ser direcionada para realizar “verdadeiros sonhos”, o propósito da alma, em uma experiência de afluência, evolução, em uma experiência de “amar”.
E para começarmos a dar um passo na direção de nos harmonizarmos, de estabelecermos um contato direto com a nossa essência, é necessário, primeiro, aceitar a vida, as pessoas, as situações, as circunstâncias que estamos vivendo hoje do modo como elas “são”, e não como gostaríamos que fossem. Podemos ter o anseio de que elas sejam diferentes no futuro, e elas serão, mas é necessário aceitá-las no presente. Esta aceitação nos libera para “viver o novo” que estar por vir.
Segundo, é necessário assumirmos a responsabilidade pela nossa situação pessoal e por todas as situações que consideremos como dificuldades em nossas vidas. E responsabilidade não quer dizer “assumir a culpa”, não é isso! É chamar para si a dificuldade do momento e resolvê-la. Fazer isso é estar convicto de que temos a capacidade de apresentar uma solução criativa para a situação, uma solução que brote da essência. E toda a situação que se apresenta como uma dificuldade contém a semente da oportunidade, oportunidade de evolução da alma, o que acontecerá na medida que a transformemos em uma situação melhor. As situações que atraímos para nossa vida são aquelas que necessitamos neste momento. Tenha fé quanto a isto.
Terceiro, abra mão da necessidade de convencer os outros sobre o que você pensa ou sinta que seja verdade. Não se apegue rigidamente a nada. Quem não tem o que defender não tem pelo que lutar. Quem já não ouviu a frase “você quer ter razão ou quer ser feliz?” Permita-se ser “vulnerável”, despreocupar-se. Você começará a perceber que a vida se tornará mais leve, livre, simples e saberá que aquilo que a sua essência pede estará ao seu alcance sempre que verdadeiramente necessitar no seu caminho de evolução, sem medo e sem ansiedade.
E caminhando, nos harmonizando, chegaremos à meta final alcançada por todos aqueles que experimentaram a realização em “deus” no ser humano: “eu não preciso fazer nada”. Lao Tsé dizia que “um ser integral conhece sem ir, ver sem olhar, realiza sem fazer”. Atrairemos abundância, alegria, amor e felicidade como uma conseqüência natural, como “a árvore que dá frutos”. Em harmonia...
por Antonio Caldas Coni Neto
quarta-feira, 24 de março de 2010
domingo, 21 de março de 2010
Disseram-me que: o grande amor existe, sim.
E que quando ele vem a gente sabe que ele veio.
Mas ouso dizer que não acredito nele.
(e admito que esse não-acreditar é meu).
Tal descrença não é fruto, como muitos poderiam pensar,
de revolta, desilusão, sofrimento ou dureza de coração,
nem mesmo negação.
Falo isso por inexperiência.
Se o "grande amor" existe, eu ainda não o alcancei.
(ou ainda não o construi, pois que prefiro pensar o amor
como construção e aprendizagem,
e a imagem do grande amor me soa prejudicialmente mítica).
Eu prefiro acreditar em amores possíveis,
não necessariamente grandes.
(E qual amor que pretende ser amor
não aspira a grandeza? )
E que quando ele vem a gente sabe que ele veio.
Mas ouso dizer que não acredito nele.
(e admito que esse não-acreditar é meu).
Tal descrença não é fruto, como muitos poderiam pensar,
de revolta, desilusão, sofrimento ou dureza de coração,
nem mesmo negação.
Falo isso por inexperiência.
Se o "grande amor" existe, eu ainda não o alcancei.
(ou ainda não o construi, pois que prefiro pensar o amor
como construção e aprendizagem,
e a imagem do grande amor me soa prejudicialmente mítica).
Eu prefiro acreditar em amores possíveis,
não necessariamente grandes.
(E qual amor que pretende ser amor
não aspira a grandeza? )
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