terça-feira, 26 de maio de 2015


Não sei e não gosto de falar
não sei o que dizer
mesmo quando escrevo
é difícil para mim me compreender
só converso com os olhos
e com o resto do corpo
só falo o silêncio
só minha alma 
se comunica
fico olhando nos teus olhos
fico olhando o teu corpo nu
e não consigo dizer uma palavra
dizer o quê?

/pco

segunda-feira, 25 de maio de 2015


ESCREVER

Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não tem para mim interesse de nenhuma espécie - nem sequer mental ou de sonho -, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou os escuta de outros. Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de Chateaubriand, fazem formigar toda a minha vida em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de Vieira, na sua fria perfeição de engenharia sintáctica, me faz tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo de coisa movida.

Como todos os grandes apaixonados, gosto da delícia da perda de mim, em que o gozo da entrega se sofre inteiramente. E, assim, muitas vezes, escrevo sem querer pensar, num devaneio externo, deixando que as palavras me façam festas, criança menina ao colo delas. São frases sem sentido, decorrendo mórbidas, numa fluidez de água sentida, esquecer-se de ribeiro em que as ondas se misturam e indefinem, tornando-se sempre outras, sucedendo a si mesmas. Assim as ideias, as imagens, trémulas de expressão, passam por mim em cortejos sonoros de sedas esbatidas, onde um luar de ideia bruxuleia, malhado e confuso.

Não choro por nada que a vida traga ou leve. Há porém páginas de prosa que me têm feito chorar. Lembro-me, como do que estou vendo, da noite em que, ainda criança, li pela primeira vez numa selecta o passo célebre de Vieira sobre o rei Salomão. «Fabricou Salomão um palácio...» E fui lendo, até ao fim, trémulo, confuso: depois rompi em lágrimas, felizes, como nenhuma felicidade real me fará chorar, como nenhuma tristeza da vida me fará imitar. Aquele movimento hierático da nossa clara língua majestosa, aquele exprimir das ideias nas palavras inevitáveis, correr de água porque há declive, aquele assombro vocálico em que os sons são cores ideais - tudo isso me toldou de instinto como uma grande emoção política. E, disse, chorei: hoje, relembrando, ainda choro. Não é - não - a saudade da infância de que não tenho saudades: é a saudade da emoção daquele momento, a mágoa de não poder já ler pela primeira vez aquela grande certeza sinfónica.

Não tenho sentimento nenhum político ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriótico. Minha pátria é a língua portuguesa. Nada me pesaria que invadissem ou tomassem Portugal, desde que não me incomodassem pessoalmente. Mas odeio, com ódio verdadeiro, com o único ódio que sinto, não quem escreve mal português, não quem não sabe sintaxe, não quem escreve em ortografia simplificada, mas a página mal escrita, como pessoa própria, a sintaxe errada, como gente em que se bata, a ortografia sem ípsilon, como o escarro directo que me enoja independentemente de quem o cuspisse.

Sim, porque a ortografia também é gente. A palavra é completa vista e ouvida. E a gala da transliteração greco-romana veste-ma do seu vero manto régio, pelo qual é senhora e rainha.

Bernardo Soares


É SÉRIO?

NÃO CONSIGO LEVAR
AS PESSOAS, ESSE PAÍS,
ESSE MUNDO, 
ESSE NOSSO EGO A SÉRIO
E DENTRO DESSA MINHA
FALTA TOTAL DE SERIEDADE
ME TORNO EXTREMAMENTE
SÉRIO
DE UMA SERIEDADE FATAL
MORTAL MESMO

TENHO PENA DESSA GENTE
BUSCADO DEUS DESESPERADAMENTE
LUTANDO CONTRA O SENHOR DO TEMPO
E COMPRANDO E TROCANDO
TERRENOS NO CÉU

MEU IRMÃO,  MINHA IRMÃ
DEIXA EU LHES DIZER A ÚNICA COISA QUE APRENDI COM O TEMPO 
E COM ESSA COISA QUE CHAMAM DE VIDA
AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA
É TUDO RESOLVIDO AQUI MESMO
O INFERNO E O CÉU NUM MESMO LUGAR

HÁ TANTO TEMPO
A VIDA LHES FUGINDO
ESCORRENDO ENTRE OS TEUS DEDOS
E VOCÊ NÃO VIU, OU,
SE VIU,
IGNOROU, DESPREZOU

EU COM VERSO COM A MORTE TODOS OS DIAS
SEJA NO MEU SILÊNCIO
SEJA NA MINHA POESIA
PORQUE A MORTE É A ÚNICA
COISA SÉRIA E CONFIÁVEL QUE CONHEÇO
VOCÊ, O AMOR E A VIDA
ME TRAÍRAM
QUANDO EU SAÍ DE CASA
PARA SER FELIZ
VOCÊ E ESSA TUA HIPÓCRITA
E IGNORANTE SERIEDADE

MAS A MORTE SEMPRE FOI SINCERA 
E HONESTA COMIGO
SEMPRE!
SEMPRE RIMOS MUITO DESSE TEU RIDÍCULO MUNDO
DESSA TUA ILUSÃO

AGORA VOCÊ BUSCA DEUS
E QUER VIAJAR
VOCÊ QUER CONHECER MUITOS LUGARES ANTES DE MORRER
ENTÃO, DEIXA EU TE DIZER:
A TUA VIDA É A ÚNICA VIAGEM QUE VOCÊ FEZ
É A ÚNICA QUE VOCÊ FARÁ
PARE AGORA E PERGUNTE A SI MESMO
AONDE ELA TE LEVOU

QUANDO VOCÊ ENCONTRAR UMA PESSOA 
COM UM CONSTANTE SORRISO NO ROSTO, 
UM SEMBLANTE LEVE E SUAVE
UM ANDAR CALMO
E UNS GESTOS TRANQUILOS
É POSSÍVEL QUE ESSA PESSOA
PELO MENOS UMA VEZ NA VIDA ETERNA
TENHA VASTO O ROSTO DE DEUS
E ELA NUNCA MAIS PODE SER SÉRIA

EU PEÇO A DEUS QUE ME LIVRE DO MAL E DAS PESSOAS SÉRIAS

VOCÊ REALMENTE ACHA QUE TENHO APENAS 61 ANOS?
PERGUNTE AO TEMPO

/pco


sexta-feira, 22 de maio de 2015



A ARTE INÚTIL DO POETIZAR PARA AS PEDRAS

CULTUO A ARTE DE ESCREVER
E NÃO DIZER NADA QUE QUEIRAS LER OU OUVIR
A ARTE QUE DENOMINEI
DO INÚTIL E DO INCOMPREENSÍVEL
A ARTE QUE NÃO LHE TRAZ DINHEIRO,  CONFORTO OU PODER
A ARTE ABSOLUTAMENTE PROSCRITA
CULTUO A SOLIDÃO NA MULTIDÃO
SE TENHO AMIGOS É POR PURA CARIDADE ALHEIA, CURIOSIDADE,
MISTÉRIO OU ENGANO
SE ME AMAM É PORQUE ME DESCONHECEM (QUEM AMA NUNCA SABE O QUE AMA)
ALGUMA COISA DE GRAVE E ESTÉRIL ACONTECEU DEPOIS DOS QUERENTA ANOS
QUE ME DEIXOU TÃO DESCRENTE E DESILUDIDO
QUANTO PODEROSO, AMÁVEL E SOLITÁRIO
FOI UMA FATALIDADE APENAS
UMA INCOERÊNCIA PARA A LÓGICA E A RAZÃO
COMO TER TANTA CERTEZA EM ALGO QUE NÃO ACREDITO?
O MISTÉRIO!
QUANDO FECHO OS OLHOS COMO AGORA
UMA OUTRA DIMENSÃO SE ABRE A MINHA FRENTE
E EU POSSO TER VER, SENTIR E TE TOCAR
POSSO ATÉ SENTIR O TEU CHEIRO
E MESMO NÃO SENDO POETA
POSSO FAZER O MAIS LINDO POEMA DE AMOR
SEM NENHUMA RIMA
SEM NENHUMA MÉTRICA
SOMENTE COM A MINHA DOR
EU NUNCA FUI UM PESSIMISTA
ISSO É OUTRO ENGANO
O MUNDO É QUE É PÉSSIMO
EU SEMPRE FUI AMOR
E QUANDO VEIO (DEPOIS DOS QUERENTA) A DESILUSÃO E A DESCRENÇA
EU ESCONDI O AMOR
COMO UM DEUS DA MITOLOGIA GREGA
ESCONDERIA O FOGO DE ZEUS
E FUI ENFORCADO POR ISSO
SENDO O AMOR APENAS A ENERGIA ESSENCIAL QUE ME MANTÉM AINDA NESSE PLANETA
EU TE BUSCO E TE ENCONTRO
ONDE QUER QUE ESTEJAS
E SE ESCREVO POEMAS
É PORQUE AS PEDRAS TAMBÉM CHORAM

/pco

QUERO VOCÊ PARA SONHO SOMENTE

QUERO VOCÊ PARA SONHO SOMENTE
PORQUE PERDI TODA MINHA REALIDADE
ENQUANTO PERMANECERES SONHO
SERÁS MINHA POR TODA A VIDA
EU, QUE NADA MAIS DESEJEI DO QUE O DIREITO DE SONHAR-TE
VIVO NESSE IMENSO DESERTO DE TANTAS MIRAGENS
TROPEÇANDO EM GENTES
E COISAS
E VIVENDO DO MOMENTO QUE SE APRESENTA
E QUE NUMA FRAÇÃO DO TEMPO JÁ SE TORNOU MEU PASSADO
E MINHA LEMBRANÇA
EU TE RENEGO,  SAUDADES
POR SERES SOMENTE MIRAGENS
NESSE MEU DESERTO TÃO PARTICULAR E REAL

/pco

terça-feira, 19 de maio de 2015



COM ESSA IDADE, 
DESNECESSÁRIA, 
INGRATA 
E TRANQUILA, 
SE PODE 

ALGUMAS VEZES 
ENTENDER O AMOR /pco 19.05.2015

DE UNS TEMPOS PAR CÁ

DEPOIS DE DE UNS CERTOS ÚLTIMOS ANOS PARA CÁ
PASSEI A CONSIDERAR
TAMBÉM NÃO SEI EXATAMENTE O POR QUÊ
CADA ANO VIVIDO 
COMO UMA VITÓRIA 
NUM CAMPO DE BATALHAS
TALVEZ ISSO SEJA APENAS 
REFLEXOS DA IDADE 
TALVEZ NÃO
DE UNS TEMPOS PARA CÁ
VENHO BUSCANDO
O SOPRO DA PALAVRA
QUE DÁ VIDA AOS SUSSURROS

/pco
19.05.2015

quinta-feira, 14 de maio de 2015


VERSOS BRANCOS E VERSOS LIVRES


INCLUSIVE EU ACABEI VIRANDO "POETA". POR CAUSA DA LIBERDADE DOS VERSOS LIVRES. ENTENDEU? EU AMO A LIBERDADE SEM REGRAS E SEM LEIS HUMANAS. LEIS, SÓ AS DO UNIVERSO. QUEM É ESSE ANIMAL IRRACIONAL CHAMADO "HOMEM" PARA INVENTAR REGRAS E LEIS. NÃO CONHECEM NEM A SI MESMO. /pco
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Versos Brancos e Versos Livres  - O que são? Qual a diferença?

Brancos – Possuem métrica, mas não rimas.

Livres - Introduzidos pelo modernismo. Não se baseiam em critérios predefinidos de métrica ou rima. Ou seja, versos sem regras!

Versos Livres são mais fáceis de criar do que os antigos versos metrificados, o que gerou muitas críticas (muitos amantes do parnasianismo acham que poemas com versos assim nem são poemas). Drummond, um de nossos maiores poetas modernistas, chegou a dizer que – com esse tipo de verso – quem não sabia fazer poemas começou a fazer.

 O Sombrio Segredo Para a Felicidade no Butão.

Eric Weiner*

Da BBC Travel

Butão é famoso por uma política de 'Felicidade Interna Bruta'.

Em uma visita a Thimpu, a capital do Butão, me encontro conversando com um homem chamado Karma Ura e abrindo meu coração para ele. Talvez seja o fato de ele ter o nome Karma, ou o ar rarefeito do lugar, ou a maneira como viajar derruba minhas defesas, mas decido confessar a ele algo muito pessoal.


Semanas antes, completamente do nada, eu tinha sentido uns sintomas estranhos: falta de ar, tontura, dormência nas mãos e nos pés. Primeiro, achei que estivesse sofrendo um ataque cardíaco ou enlouquecendo. Ou as duas coisas.
Fui ao médico, que pediu uma série de exames e encontrou..."Nada", disse Ura.


Antes mesmo de eu completar a frase, ele já sabia que meus medos não tinham fundamento. Eu não estava morrendo, pelo menos não tão rápido como temia. O que tive foi um ataque de pânico.


O que eu queria saber era: por que agora – afinal, minha vida estava indo impressionantemente bem – e o que eu poderia fazer a respeito?

"Você precisa pensar na morte cinco minutos por dia", respondeu Ura. "Isso vai curá-lo".

"Como?", perguntei, estupefato.

"É esse medo da morte, esse medo de morrer antes de ter realizado o que desejamos ou de ver nossos filhos crescerem. É isso o que está incomodando você."

"Mas por que eu iria pensar em algo tão deprimente?"


"As pessoas ricas do Ocidente não tiveram que tocar em mortos, feridas abertas, coisas apodrecidas. Isso é um problema. Essa é a condição humana. Temos que estar prontos para o momento em que deixamos de existir", concluiu.


Rituais e luto longo ajudam butaneses a lidar com a morte
Lugares, assim como as pessoas, têm a capacidade de nos surpreender, desde que estejamos abertos a surpresas e não presos a noções preconcebidas.

Este reino nos Himalaias é famoso por sua inovadora política de 'Felicidade Interna Bruta'. É uma terra onde a satisfação impera e a tristeza não ganha visto de entrada.


O Butão é de fato um lugar especial (e Ura, diretor do Centro de Estudos Butaneses, uma pessoa especial), mas esse aspecto é mais sutil e, francamente, menos ensolarado do que a imagem de um Shangri-La de sonhos que projetamos do país.


Na realidade, ao sugerir que eu pensasse sobre a morte uma vez por dia, Ura estava sendo generoso comigo. Na cultura butanesa, as pessoas devem pensar sobre a morte cinco vezes por dia.


É algo notável para qualquer nação, mas especialmente para uma tão igualada com a felicidade como o Butão.
Será que, no fundo, esta é uma terra de sombras e desespero?


Não necessariamente. Pesquisas recentes sugerem que, ao refletirem sobre a morte com tanta frequência, os butaneses podem estar enxergando algo que o resto de nós não percebe.

Eles sabem que a morte é parte da vida, querendo ou não, e ignorar essa verdade essencial tem um custo psicológico pesado.

Thimpu, a capital do Butão, fica cravada entre os Himalaias.
Linda Leaming, autora do maravilhoso livro A Field Guide to Happiness - What I Learned in Bhutan About Living, Loving and Waking Up ("Um guia de campo para a felicidade - O que aprendi no Butão sobre viver, amar e acordar"), também sabe disso. "Percebi que pensar na morte não me entristece. Isso me faz aproveitar o momento e enxergar coisas que normalmente não veria", afirma. "Meu conselho é: vá até lá. Pense no inimaginável, naquilo que você tem medo de pensar várias vezes por dia."


Diferentemente da maioria de nós no Ocidente, os butaneses não isolam a morte. A morte e suas representações estão em toda parte, especialmente na iconografia budista, onde encontramos ilustrações coloridas e macabras.


Ninguém, nem mesmo as crianças, está protegido dessas imagens, ou de danças rituais que reencenam a morte.
Os rituais são um recipiente para as dores, e no Butão esse recipiente é grande e pertence a todos. Quando alguém morre, decreta-se um luto de 49 dias que envolve rituais elaborados e cuidadosamente planejados.

"É melhor do que qualquer antidepressivo", diz Tshewang Dendup, ator butanês. Eles podem parecer um pouco aéreos durante esse período, mas na realidade estão descarregando seu luto através dos rituais.


Mas por que os butaneses têm uma atitude tão diferente em relação à morte? Um motivo simples é o fato de ela estar em toda parte. Para um país tão pequeno, ele oferece muitas maneiras de morrer: nas traiçoeiras curvas das estradas; em um ataque por um urso; em um envenenamento por cogumelos.

Outra explicação está nas crenças budistas, sentidas profundamente no país, especialmente na reencarnação. Se você sabe que terá outra chance na vida, terá menos medo do fim desta vida.

Como dizem os budistas, você não deveria temer a morte mais do que teme se livrar de roupas velhas.

O que não quer dizer, claro, que os butaneses não sentem medo ou tristeza. Mas, como Leaming afirma, eles não fogem dessas emoções. "Nós do Ocidente queremos resolver logo quando estamos tristes. Temos medo da tristeza. É para nós algo a superar e a tratar com medicamentos. Mas no Butão existe uma aceitação. É parte da vida."

A lição de Ura, no entanto, ficou marcada em mim. Hoje consigo pensar na morte uma vez por dia. A não ser que esteja especialmente estressado. Aí penso nela duas vezes por dia.

*Eric Weiner é um viajante filosófico e autor de livros como A Geografia da Felicidade.

sábado, 9 de maio de 2015


SOU FERA FERIDA

Sou fera ferida / No corpo, na alma e no coração / Como diz a canção / Mas a fera ferida ainda está viva / Ainda precisa do alimento / Ainda precisa do Amor / Que a cure dessa ferida / Dessa descrença / Dessa dor /  Talvez encontre outra fera ferida / Porque o amor não é nada além de uma COMPANHIA / Semelhante atrai semelhante / Não sigo as leis dos homens / O que não não for semelhante vai embora / Estou sujeito as Leis do Universo / Não posso fugir das Leis Maiores / A maior Lei que conheço é o Amor / O Amor que traz é o mesmo que leva / Porque, pela segunda Lei / Todo Efeito tem uma Causa / Não mate o sonho / Não deixe de sonhar / O Amor se esconde em qualquer lugar

/pco

quinta-feira, 7 de maio de 2015




GENTE HIPÓCRITA!

("Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo..." - F. Pessoa)

NÃO SOU ASSIM COMO ME VÊS
MAS ISSO POUCO IMPORTA
EU SOU O QUE SOU
UM DIA SOU LUZ, NOUTRO PENUMBRA
NORMALMENTE SEM NENHUMA PACIÊNCIA
COM O EGO HUMANO (estou ficando velho)
ALGUMAS VEZES DE UMA PACIÊNCIA CHINESA
COM O MESMO EGO HUMANO
SER ESTRANHO O SER HUMANO
QUANDO PENSO QUE ME ACOSTUMEI
ME SURPREENDO UM POUCO
MUITOS LEVAM MEUS POEMAS PELO LADO PESSOAL
NINGUÉM É OBRIGADO A CONHECER O "EU POÉTICO"
ME SINTO UMA CRIANÇA BRINCANDO COM AS PALAVRAS
E MISTURANDO OS SENTIDOS, OS SIGNIFICADOS
NÃO SOU RESPONSÁVEL PELO QUE ESCREVO
MUITO MENOS PELA COMPREENSÃO ALHEIA
SOU POETA E ECONOMISTA
PORTANTO, DUPLAMENTE INCOMPREENSÍVEL
ÀS VEZES TENHO TANTA VONTADE 
DE MANDAR TUDO E TODOS PARA PQP
MAS FICO PENSANDO
E SE A PQP FOR AQUI MESMO? ONDE ESTAMOS
GENTE HIPÓCRITA!

/pco

domingo, 3 de maio de 2015


PENSANDO BEM, EU SOU UMA PERGUNTA SEM RESPOSTA

CEM ANOS DE SOLIDÃO
MIL VIDAS DE ILUSÃO
E EU AINDA ME PERGUNTO
ONDE É A SAÍDA?
COMO ENTREI AQUI?
QUEM SOU EU?
DE ONDE VIM?
PARA ONDE ESTOU INDO?
PASSADO, PRESENTE E FUTURO
ISSO É TEMPO
QUERO SABER O QUE EXISTE ALÉM DO TEMPO
VOCÊ AINDA ME PEDE UM POEMA DE AMOR
SE O AMOR BASTASSE
NÃO HAVIA POESIA
TAMPOUCO PERGUNTAS SEM RESPOSTAS
EU SOU UMA PERGUNTA SEM RESPOSTA


/pco /04052015


AMANHÃ É LUA CHEIA 

EM TOURO

Nessa tarde quase noite de domingo
nesse meu cansaço mágico
nessa minha nostalgia
eu até pensei em ir te ver
mas não sei se isso é desejo
ou imprudência

Mas vou ficar por aqui mesmo
minha esperança não sabe mais o teu nome
isso é desventura
pois amanhã a lua é cheia em Touro
isso torna tênue a linha que separa
o consciente do inconsciente
tenho receio de despertar em mim
aquele velho lobo faminto de amor

/pco

03.04.2015