quinta-feira, 26 de junho de 2014


EU SOU UM DESAJUSTADO SOCIAL

Em tempos de pão e circo
de Copa do Mundo de futebol
Em tempos de televisão, de novelas
de Internet e de suas redes sociais
Em tempos de ignorância e corrupção
de violência e desilusão
em tempos de shoppings e praças de alimentação
de lutar pelos seus filhos e
pelo pão nosso de cada dia
Em tempos de desesperanças e desamor
da falta de saúde e de educação
de Lula, Dilma e PT
do culto ao corpo físico
do abandono do espírito
Nesses tempos de hoje                                                                                                 
você consegue ler e ser lido
por um poema, por uma poesia?
Ou você é mais um escravo da razão,
da lógica, da coerência, do sucesso e do lucro certo
dos advogados, da OAB e da Constituição,
dos socialistas e comunistas dessa nação
Você ainda consegue olhar para o céu e                                      
enxergar um chão de estrelas
identificar as fases da lua, se emocionar com a lua cheia
de colocar teus pés no chão, pisar um chão de terra
e sentir a energia que vem do centro desse planeta
Nesses tempos...
Você consegue se sensibilizar
com um cão abandonado na rua?
com o olhar de um gato                                              
Nesses tempos de Anita, de “lepo lepo”
De “Aí, Se eu te pego”, de funk e pagode
Nesses tempos...
Você consegue ouvir Bossa Nova, Chico Buarque       
e as letras de Belchior e suas interpretações
Pois é...
Eu não consegui me adaptar aos novos tempos
e por isso fiquei sozinho na solidão a observar tudo isso
sabendo que tudo passa, pois tudo é apenas ilusão
E para passar meu tempo eu escrevo e junto palavras
e as chamo de “meus poemas”

(Paulo Cesar de Oliveira – pco/.)


quarta-feira, 25 de junho de 2014


“Ah! Coração, diga de pressa com quantas paixões se faz a canoa do amor que a gente quer”


Oswaldo Montenegro

http://www.youtube.com/watch?v=yJ0dii2ilf4

De tanto ir embora
já não tenho mais medo
sempre passou
mas nunca passou totalmente
mas hoje é preciso a solidão
em nome do que acabou
coração cigano
ou apenas vagabundo
no mundo do ego
és apenas mais um sonhador
traz o teu livro de poemas
e vamos para a estrada de novo
não olhe para trás
não espere compreensão
é tudo ilusão e solidão
todo mundo é sozinho

pco/.

segunda-feira, 23 de junho de 2014


"Que sei eu?! Nada. Nem sei se vencerei. Sou um Cavaleiro do Nada, de coisa alguma! E se comando exército que ninguém vê, são também, invisíveis os meus inimigos. Protejam da implacável ira a inocente criança que vai à frente das tropas. É apenas um menino Cavaleiro."

F. Pessoa

terça-feira, 17 de junho de 2014


Calem-se todos os que antes diziam que “a voz do povo é a voz de Deus” e que agora o peito inflam para falar em decoro, respeito ao cargo e educação ante as câmeras de tevê.

odecsbPT
Quando assumiu a Presidência da República em 2003, o Partido dos Trabalhadores (PT) deu início a uma revolução no país. Não interessa aqui detalhar, minuciosamente, quais os aspectos desse processo. Interessa apontar qual sua “causa motora”, qual o seu anima, seu “princípio vital”, ou se quiserem, seu espírito. Afirmo, pois, que aquilo que movia o PT em 2003 em nada difere dos princípios da esquerda do século XX e aponto em primeiro lugar a ideia de que “começar do zero”, de “passar o país a limpo”, fez com que o PT considerasse velho, corrupto e ultrapassado tudo aquilo que o antecedeu na história política da nação. Tomado o poder, tudo precisava ser derrubado e reconstruído. Tudo havia que ser pensando novamente ou simplesmente inventado para um novo Brasil, para um “novo mundo sem medo de ser feliz”. O resultado disso, todos sabemos: não sobrou “pedra sobre pedra” (a não ser de crack) da cultura e do pensamento brasileiros. Nossa razão adoeceu, nossa capacidade de crítica sumiu e iniciou-se uma verdadeira época da escuridão, um período de mau gosto estético e de relativismo moral que permitiram ao partido-religião acabar para sempre com a ideia de oposição. O PT nunca teve ou terá oposição; tem inimigos – o conceito é completamente diferente.
Ainda que dentro da sociedade brasileira nunca tenha desaparecido por completo a percepção daquilo que o PT fez com a política, o mesmo não se pode afirmar com tanta segurança a respeito daquilo que ele fez com a cultura, daquilo que ele fez com a moral e com os mais simples conceitos de disciplina, hierarquia e decoro.
O dia 12 de junho de 2014, data da abertura da Copa do Mundo no Brasil, permanecerá – como diria Roosevelt – na história da infâmia, segundo os petistas. “Nunca antes na história desse país” 63.000 pessoas, ao vivo e numa transmissão para o mundo inteiro, disseram a um presidente da república aquilo que Dilma Rousseff teve que ouvir no Estádio do Itaquerão em São Paulo. Antes daquilo que ela escutou, ir ao estádio era “coisa do povo”, era uma alegria de brasileiro pobre que, tomando sua cervejinha de domingo, poderia ir ao Maracanã na realização do sonho socialista. Depois do que aconteceu, Lula vem a público dizer que no Itaquerão só havia “burgueses” e que foi da diferença de classes e do preconceito que partiram as ofensas à presidente.
Por uma questão de respeito ao leitor, não vou descrever o que o público disse à Dilma naquela tarde. Não me interessa saber a que classe pertenciam as pessoas que estavam no Estádio nem se havia ou não pobres entre elas. Interessa afirmar que a primeira mandatária do país e representante de uma organização criminosa que tentou comprar todo Congresso Nacional, que destruiu toda universidade brasileira, que recebe traficantes com honras de chefe de estado, que matou prefeitos e ameaçou juízes, que bateu em professores e importou médicos cubanos merecia e continua merecendo escutar aquilo que escutou.
O dia 12 de junho, presidente Dilma-Lula, há de entrar para História do Brasil e deixa aos senhores a duríssima lição, a inquestionável prova de que os senhores podem nos obrigar a votar, os senhores podem ter o dinheiro dos nossos impostos, podem nos processar e até mesmo nos prender, tirando a nossa liberdade, mas vocês jamais terão nosso respeito! Não podem ter do povo brasileiro aquilo que vocês mesmo tiraram dele: a capacidade de respeitar qualquer coisa, a simples noção de mérito e o princípio básico de respeito a cargos e instituições. Calem-se, pois, e não venham à imprensa com declarações que recordam as falsas virgens e que remetem aos pudores desconhecidos daqueles que arrancam crucifixos das paredes e se masturbam em público com a estátua de Nossa Senhora.
Mantenham-se, ordeno eu, todos os petistas, todos aqueles que aparelharam, roubaram, fraudaram e corromperam a sociedade brasileira, todos aqueles que atentaram contra a inocência da infância, que abusaram dos ideais da juventude e que exploraram a doença da velhice, em seu mais absoluto silêncio. Calem-se todos os que antes diziam que “a voz do povo é a voz de Deus” e que agora o peito inflam para falar em decoro, respeito ao cargo e educação ante as câmeras de tevê. Voltem todos vocês, seus malditos, ao lugar onde habitam os espíritos inferiores, os espíritos da escuridão.


Porto Alegre, 14 de junho de 2014.

Milton Simon Pires é médico.

segunda-feira, 16 de junho de 2014


Enviado por Renato Maurício Prado - 
16.6.2014
 | 
9h15m

A voz da arquibancada sempre foi chula


Vou mexer num vespeiro, mas não consigo mais ficar lendo e ouvindo tanta bobagem calado. Após os já famosos coros grosseiros contra a presidenta (como ela gosta de ser chamada) Dilma Rousseff, no jogo de abertura da Copa do Mundo, no Itaquerão, vozes puritanas começam a surgir de todos os lados, defendendo uma utopia. Em resumo, dizem o seguinte: protestar, tudo bem, mas não com ofensas tão pesadas contra uma mãe, avó e principal mandatária política do país.

Ora bolas, quando a voz da arquibancada foi educada ou preocupada em não ferir susceptibilidades? Desde que me entendo por gente (e bota tempo nisso) os coros cantados nos estádios (ou arenas, como preferem os “modernos”) sempre rugiram os mais ofensivos e obscenos cânticos de provocação ou louvação — sim, até para elogiar e exaltar, palavrões são usados e bem-vindos. Exemplo: “PQP, é o melhor goleiro do Brasil", como a torcida do Flamengo saudava o seu, hoje em dia encarcerado, ídolo Bruno.

Por que com Dilma seria diferente? Foi constrangedor? Foi. Eu mesmo me senti assim. Mas era pra ser. Esse é o intuito do torcedor quando reunido em massa e coro numa arquibancada.

Nesses momentos, em que há séculos as mães dos árbitros são chamadas de putas sem que ninguém (nem os próprios juízes) se ofenda, não há decoro, cuidados ou piedade.

Dias após à trágica morte do talentoso atacante Denner, do Vasco da Gama (num acidente de carro, na Lagoa), disputou-se um clássico com o Flamengo e, com o Maracanã entupido de tanta gente, a torcida rubro-negra entoava, simplesmente, o seguinte:

“Ei, você aí, o Denner já morreu, só falta o Valdir”!

Valdir Bigode era o centroavante do time da colina. Mas não pensem que a crueldade e a grosseria são exclusivas dos fãs do Mais Querido. Nos tempos em que o atual goleiro da seleção Júlio César atuava no Flamengo, as torcidas rivais o saudavam com duas musiquinhas alusivas ao fato de Suzana Werner, sua esposa, ter sido antes namorada de Ronaldo Fenômeno:

1) “Ô Júlio César, como é que é, o Ronaldinho já ... sua mulher”!

2) “Ô Júlio César, seu veadinho, sua mulher já deu o ... pro Ronaldinho”!

Edificante, não? Mas, infelizmente, é assim que a banda toca nos campos de futebol. Que o digam as poucas mulheres que se aventuram na arbitragem. São sempre chamadas em coro de gostosas, piranhas etc. Perguntem a bandeirinha Ana Paula Oliveira como a tratava a torcida do Botafogo, após cometer dois erros graves contra o Glorioso...

Duvido que qualquer um dos agora indignados já não tenha disparado impropérios dos mais vulgares, num jogo de futebol, pouco se importando se ao seu lado havia senhoras ou crianças.

Como costumava dizer o saudoso, genial (e genioso) colunista Zózimo Barroso do Amaral, “o mais refinado gentleman se transforma no mais sórdido canalha, ao sentar a bunda numa arquibancada”.

Num estádio, até criancinhas se divertem, dizendo “nomes feios”, na maioria das vezes sem nem saber direito o que eles significam.

Eu e minha mulher mesmo fomos surpreendidos quando levamos pela primeira vez ao Maracanã a nossa filha Luiza, então com oito anos.

Bastou um momento de distração e a pequerrucha, com sua vozinha inocente, desandou a acompanhar, a plenos pulmões, o coro que vinha da arquibancada. E era o seguinte:

“Por..., Car..., VTNC, quem manda nessa M... é a torcida do Urubu"!

Pois é... Por isso, cara presidenta, não dá pra chiar. Quem está na chuva é pra se molhar, diriam os mais velhos. Ou, “não sabe brincar, não desce pro play", como preferem os mais jovens.

Com a onda de insatisfação popular — e não apenas de “riquinhos”, como tentam distorcer (que o digam as manifestações, onde o palavreado é tão chulo quanto no futebol) — é melhor evitar aglomerações. Nas ruas e nos campos.

Qual a diferença?

Quando jogam sapatos, tortas, ovos etc piores nos políticos lá de fora, aplaudimos, dizendo: se fizessem isso aqui, não haveria tanta sem-vergonhice...

domingo, 15 de junho de 2014

A Poesia me Leva a Você


quando estou quieto, 
reflexivo, pensativo e nostálgico
eu leio poesias
quando penso em você 
e você está ausente
eu leio poesias
não tenho nada a dizer
ninguém me diz nada
mas alguns poemas me levam daqui
palavras, eu sei
o dito não está dito
alguns bebem
alguns fumam
alguns  vêem tv
ouvem músicas
outros conversam
queria te namorar
mas se não posso
eu leio poesias
a poesia me leva onde você está
"deixa que eu seja o ar entre teus lábios"
diz um poema que acabei de ler
por detrás de mim 
há alguém que contempla o que escrevo
e quando termino de escrever
ela sorri, ela apenas sorri
e é assim que contemplo o paraíso

pco/.

Existe homem safado e existe homem covarde. Todo homem safado um dia se torna um homem de verdade para a mulher que ganhar seu coração. Mas um homem covarde é sempre um homem covarde.” 

Augusto Branco

sábado, 14 de junho de 2014


DUALIDADE

Quem é você
Aquela que é rude e agressiva
Ou aquela que á mansa e carinhosa
Talvez nenhuma das duas
Ou talvez as duas

Quem é você
Aquela que corajosamente me busca
Ou aquela que se deixa vencer pelo medo e culpa
Talvez nenhuma das duas
Ou talvez as duas

Quem é você
Aquela que quer
Ou um mal me quer
Aquela que compreende e agradece
Ou aquela que julga e condena


pco/.

QUINHENTOS POEMAS

Sei que você não existe
pois é produto dos meus pensamentos,
desejos e ambição
minha ilusão mais real
minha necessidade mais premente
que me acompanha todos os dias
e habita comigo nos  meus sonhos
de que é feito a minha vida

Já escrevi mais de quinhentos poemas
em todos eles você esteve presente
perguntei ao tempo quanto tempo ainda tenho
para te procurar
e o tempo apenas me disse:
“me deixa passar”

Continuarei escrevendo meus poemas
essa busca também é uma loucura
pois você é fruto da minha imaginação
escrevi mais de quinhentos poemas
em nenhum deles você me leu


pco/.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Copa do Mundo


A vida é louca.
esse mundo é louco
outros mundos talvez sejam loucos também
as pessoas são loucas
eu sou um louco
que não sei como sair daqui
ou talvez, nada disso exista
eu não sinto mais nada
nem alegria, nem tristeza
me sinto num labirinto sem saída
e para piorar tudo eu não sei definir nada
nem mesmo a loucura que sinto existir
escrever é a mais pura e inútil loucura
palavras não explicam nem definem
e o silêncio me parece uma loucura contida
e quando olho para as mães
penso que elas são as culpadas
por toda essa loucura que é o ser humano
quem criou o ego?
isso é algo que nunca poderei publicar
aqui ou em qualquer outro lugar
quem poderá compreender essa loucura
que sou eu


pco/.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

POEMAS NA MADRUGADA (12.06.2014)


I

Se aproxima a sexta-feira 13, lua cheia
acende tua fogueira 
e queime outra vez esse bruxo que ainda sou
mas, se acenderes só o teu fogo
eu te queimo de amor

II


Eu também tive um grande amor
pelo menos um
era o meu lado mais humano
um reencontro nessa vida
da minha alma tão perdida
suas brasas ainda me queimam

III

Essa tela branca e vazia
desse computador na minha frente
me assusta
espalho umas palavras
junto-as, combino-as
e escrevo um poema qualquer

IV

Sempre quando passo me frente àquele motel
me lembro de você
e de um dia muito especial
e no final
você se deitou sobre meu corpo
e descansou
quando olhei para o espelho do teto
vi apenas um corpo
desejei que aquele dia nunca acabasse
havia tanta energia naquele lugar, naquele dia
me lembro que acendi um incenso
e fiquei olhando a dança da fumaça
não tinha sido a primeira vez que íamos naquele motel
mas naquele dia 
houve ali um ritual de amor e magia

V

Fugiste de mim
e eu compreendi a tua fuga
medo e ambição
não esbocei qualquer reação
deixei você livre para partir
sabendo que não há em todos os universos
um só lugar
onde possas se esconder

VI

Lembrar você e fazer um poema
               é fácil 
                       difícil mesmo
é esquecer tua boca
                              e teus seios na minha boca
impossível esquecer o que veio depois


(Paulo Cesar de Oliveira)




Apenas uma palavra me devora
Aquela que meu coração não pode dizer
Ouvi o cantor dizer
Todas as outras palavras coloquei para fora
Não importando se querias ouvir ou não
Não compreendeste minhas palavras,
minhas mensagens e meus gritos de socorro
Me confudiste com outros lobos
Me chamaste de bobo

Continuei escrevendo e dizendo
Me recusei a me esconder no meu silêncio
E suportei bem o teu
Mas meu coração sempre reteve uma palavra
Todas as outras coloquei para fora

Entrei nesse Universo sem saber para onde ir
Quando dei por mim estava aqui
E então, já tarde comecei a escrever
E tentar fugir de mim mesmo
Sem saber para onde ir
Me procuro no espaço vazio

Me encontro agora debaixo de um arbusto
Lá deixo meu pão, uma garrafa de vinho e meus poemas
Tudo que preciso
Dentro deste mundo há outro mundo
Impenetrável as palavras

Há uma palavra que meu coração se recusa a dizer

Minha alma corre na frente e diz:

“O corpo é lento demais, estou partindo”

Você continuará não compreendendo
E eu continuarei escrevendo
Mas minha alma já terá partido

pco/.

segunda-feira, 9 de junho de 2014


De uma forma maravilhosa acredito ter encontrado ontem a frase perfeita ou a poesia perfeita:

"TUDO QUE DOU É DADO A MIM MESMO"

(UCEM)

quarta-feira, 4 de junho de 2014


“É errado pensar que o amor vem do 

companheirismo de longo 

tempo 

ou do cortejo perseverante. 

O amor é filho da afinidade 

espiritual e a menos que esta 

afinidade seja criada em um 

instante, ela não será criada em 

anos, ou mesmo em gerações.” 

―Khalil Gibran

terça-feira, 3 de junho de 2014



DOCE E MANSA

Eu sei que antes de exigir algo nos outros
Devemos ser primeiro aquilo que desejamos 
Pois os outros somos nós mesmos
No entanto, não controlo todos os meus desejos
E não controlo, principalmente, meus desejos mais fortes
Mas, o que eu queria mesmo era um amor doce e manso
Depois de navegar em águas e mares tão revoltos
Eu preciso descansar um pouco
Nos teus seios de mulher
No teu ventre de mãe
No teu sexo de amante
Mas o mundo anda tão estranho
Que um simples desejo
Se tornou uma grande ambição
Algo tão distante

pco/.

Canção do Amor Imprevisto
Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos…
E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender nada, numa alegria atônita…
A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.
Mario Quintana )
(Antologia Poética. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007. p. 64)

segunda-feira, 2 de junho de 2014

HUMILDADE E PERFEIÇÃO


Sou como Deus me criou. Perfeito!
Vocês não concordam, né mesmo.
Conversem com o Criador sobre isso.
Não é comigo.
Eu só desenvolvi a parte da humildade.
Que foi inclusive a parte mais difícil.

O silêncio tem sido minha maneira de ouvir Deus.
Nas ruas, nos templos e nas igrejas
há muito barulho, cantorias e gritarias.
Não consigo ouvi-Lo lá.

Ah! Deus não existe?
Então tudo isso foi uma grande perda de tempo minha.
E do Universo.

De onde você veio?
Quem somos nós?
Do nada?
Viemos do macaco? (Teoria da Evolução)
Coitado do macaco!
Somos uma experiência genética de extra-terrestres superiores?
Então, eles não eram tão superiores assim.

Responder a essas perguntas é a razão de se viver
Se é que podemos chamar isso tudo de vida.
Ou você está aqui só para beber caipirinha?
Ou torcer pelo teu país na Copa do Mundo?
Caipirinha é bom mas, melhor é não ser ignorante.

Eu sou como Deus me criou. Perfeito!
Isso te incomoda?
Eu sei o quanto isso incomoda o ego.

pco/.